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QUANDO É QUE O DIABO NOS PODE PREJUDICAR?
"Jesus, falou-lhes: Foi-me dada toda a autoridade (poder) no céu e na terra", Mat.28:18

Para aqueles que querem verdade e não desejam ouvir o diabo aconselhando, só existe uma maneira de serem prejudicados pelo poder do anjo das trevas (naquelas coisas que Deus disse que não se abalariam): andarmos afastados de Deus. E só existe uma maneira de Deus se afastar de nós: nós em pecado. Se os outros pecarem, seja contra nós ou não, isso não nos afastará de Deus.

Uma vez afastados de Deus, pode-nos acontecer de tudo, tanto bem que terá um fim ruim, quanto o mal que nem sabemos se terminará bem ou ainda pior do que aquilo que já é. Longe de Deus, qualquer ser será como uma folha seca no chão: se o vento vier de um lado, será empurrado para o outro; se vier do outro, irá para onde o vento a sopra e nem teremos como impedir tal coisa, nem pela força, nem pela violência e nem por Deus de quem nos achamos e nos sentimos afastados. O pior de tudo que acontece a uma pessoa longe de Deus, é nunca chegar a saber o que lhe acontecerá e ficar sempre defraudado e desapontado porque lhe chega mal no lugar do bem que esperava para si, isto é, através de suas próprias ilações e esperanças. Os santos também podem não saber muitas coisas sobre seus futuros, mas sabem que têm Cristo porque Ele lhes queima o coração mesmo quando não sabem nada sobre o que lhes sucederá no dia seguinte. E quem tem Cristo, tem o futuro, porque se Ele é o que é agora, também será o que é no futuro.

Nada no céu e na terra poderá afastar-nos do amor de Deus, a não ser que Deus se separe de nós por alguma razão. Em Rom.8 (onde Paulo diz que nada nos pode separar do amor de Deus dentro de nós, aquele amor através do qual amamos), nem lemos em sua extensa lista que o pecado não separa do amor de Deus; pelo contrário, alude ao facto de nada naquelas muitas coisas nos poderem fazer mais pecar para nos separarmos do amor de Deus. Esse amor é o amor com o qual amamos e não com o que somos amados somente, porque esse amor é derramado dentro de nós para chegar a nosso próximo e a Deus – será para podermos amar com ele. O que Paulo quer dizer é que, depois te haver estado numa luta onde nunca conseguia fazer o bem que desejava fazer, onde o pecado sempre tomava posse de sua conduta e atitudes, chegou ao ponto onde se tornou mais que vencedor por Cristo Jesus. Ali, neste lugar celestial das promessas de Deus para uma vida celestial na terra, conforme lemos em Efésios, nem a morte, nem tortura, nem a vida e nem a felicidade serão mais capazes de nos iludir para pecarmos. Não mais seremos escravos da consciência do pecado porque teremos outra consciência de Vida plena e experimental dentro de nós, a qual nos transforma a cada passo que damos. Bastará apenas dar os nossos passos com ela e através dela.

A verdade é esta: Deus só permitirá que o diabo toque nas coisas que Ele permite serem tocadas quando estamos em total conformidade com a Vida Eterna (Vida constante) dentro de nós. Foi assim com Jó (e nem assim pecou), será assim com qualquer um de todos nós, conquanto sejamos fiéis e imunes como Jó o era antes de ser provado e também porque se achava em Deus mesmo quando, através da aparência do sentir de seu sofrimento, achava que Deus nem estaria com ele. A realidade de seu sofrimento era uma ilusão, pois, nem quando nunca enxergamos Deus (mantendo-nos limpos como Jó fez) nos separaremos de toda a plenitude de todo o amor de Deus em nós – dentro de nós para os outros. Esse amor é amor para usarmos para amar e não para sermos amados com ele. Paulo falou no "Amor derramado em nossos corações…" para os outros.

A Bíblia fala-nos de Cristo em nós e de nós em Cristo também. Nada funciona só a partir de um lado. Numa relação entre esposo e esposa existem duas pessoas que andam com essa relação para diante. Do mesmo modo, não é só Cristo em nós, mas nós em Cristo também. Também nunca será nós sem Cristo porque, se formos, nos tornaremos anormais, fanáticos ou cheios de leis que tentamos cumprir como se as coisas de Deus fossem paranóias. Na verdade, a resistência tanto contra todo o tipo de pecado como contra as aparências do mundo dependem inteiramente do tipo de comunhão que possamos manter viva com Deus. Vencer nossos medos, vencer nossos pecados e exterminá-los, será quase sempre uma luta indirecta e consequencial, advinda de outra vida com a qual mantemos relações integras e incondicionais. Nossa luta principal será sempre manter nossa comunhão com Deus intacta, fértil e entusiasta, simples e directa. Tudo depende do tipo de comunhão com a qual possamos contar da parte de Deus – não da quantidade, nunca da quantidade de tempo de oração (seja este muito ou pouco). A comunhão conta pela sua qualidade – se for por muito tempo e de muita qualidade tanto melhor; conta por sua oportunidade e disponibilidade interior e continuada e de nossa total rendição simples para com Jesus e só Ele incondicionalmente. Muitos usam de pensamentos que afirmam que, tendo pecado, nem nos devemos aproximar de Deus e usam seus pecados como simples desculpa para desonrarem o nome de seu Criador. Eu creio que, porque temos pecado, ou porque podemos ter pecado, ou porque achamos que temos pecado sem o termos, principalmente por essas razões, deveremos aproximarmo-nos de Deus e manter essa comunhão com Ele sempre intacta. Só assim deixaremos de ter pecado e acusações que nos distraem da verdade. Mesmo tendo pecado, só Jesus o tirará de mim se eu me aproximar d'Ele em vez de dizer que não vou ter com Deus porque tenho pecado.

Podemos, também, passar horas com Deus de forma a passar essa comunhão para nossa vida exterior – mas nunca merecerá a falta de verdade e de espontaneidade da qual podemos usufruir (sendo de e com Deus realmente em todos os sentidos), apenas porque passamos muito tempo com Ele. Muitos negligenciam sua conduta e vida exterior como se apenas contasse aquilo que fazem em seus cultos privados. Se sua vida total não for um culto espontâneo e contínuo a Deus, você é hipócrita. Essa comunhão só se consegue tendo Deus exclusivamente como a única pessoa dentro e fora das horas de oração, dentro de toda nossa vida e vivência de forma espontânea e real e Sua vontade para fazer unicamente e isso da maneira e do jeito d'Ele e através do tipo de poder que só Ele distribui e intui em nós. Será que alguém só se considera casado dentro do quarto de sua intimidade? Quando está fora de casa não se pode considerar como pessoa casada apenas porque não se acha na intimidade com o parceiro que Deus lhe deu? Isso não seria um absurdo? Se isso é um absurdo num casamento humano, porque razão os crentes falam em "estar com Deus" apenas quando estão com problemas ou quando estão lendo a Bíblia? Estarmos sozinhos com Deus é uma coisa que fazemos em nossos quartos, pois necessitamos muito que assim seja. Mas agora afirmar que isso é estar com Deus é um absurdo, pois implica que quando não estou orando não estou com Deus, que Deus não deve reinar meu emprego, que não necessito ser honesto e fiel em meu emprego ou em meus estudos.

Se nos afastarmos de Deus, seremos presas fáceis de nossos temores, pecados, ideias e aventuras logo ali, mal nos cheguemos à porta de algo que possamos fazer por Deus. Se não for o diabo a impedir, será o próprio Senhor Jesus a fazê-lo porque tememos e duvidamos. A Palavra diz: "Deus resiste aos soberbos", Tiago 4:6. Incrédulo é soberbo porque quem não consegue confiar em Deus, confia em si próprio. Deus nem fica indiferente aos pecadores e teimosos. E medroso é teimoso.

Erro traz erro de forma acumulativa também. Dali nascerá a confusão e tudo porque de início apenas ignorámos a comunhão com Deus ou facilitamos o que pode impedir essa comunhão real caso ainda passemos nosso tempo a sós com Ele. Existem essas duas possibilidades de nossa comunhão real com Deus morrer: ou não mantemos nosso culto com Ele e somente com Ele (trazendo nossos problemas para nossa intimidade com nosso Esposo); ou então tornamo-nos disfuncionais devido a nossa conduta nas demais coisas que fazemos durante nossa vida exterior. Temos tempo de estar com amigos que não terão o poder de nos manter vivos, de ir ao cabeleireiro e de nos divertir – mas achamos que a Deus só se dão dízimos do tempo que lhe destinamos, oferecendo-Lhe nossos momentos de aflição apenas, a Ele que detém todo poder tanto no céu como na terra. Quem irá sofrer, será nossa vida prática a partir dali. Nossas amizades seriam consolidadas se mantivéssemos uma comunhão directa e íntegra com Deus exclusivamente – elas não se perderão, a menos que sejam daquelas amizades que não interessam a ninguém, sendo mundanas. O pecador deseja que Deus seja seu amigo e não que ele próprio se transforme para poder vir a ser amigo de Deus, entrando nas Suas preferências, podendo Deus escolhê-lo quando vier separar os bons dos maus, Mat.13:47.

Afastarmo-nos do pecado depende de com quem andamos a tempo inteiro: se com Deus, se com o diabo, se com e como as pessoas do mundo. A vida limpa será sempre um mantimento que nos será fornecido, uma mera consequência de andarmos com Deus e nada mais. Não será a causa de andarmos com Deus, apenas, mas antes será um fruto consequencial também, uma consequência de andarmos com Ele como Ele é – e não como gostaríamos que Ele fosse, sob pena de se tornar um Jesus falso que existe apenas em nossas imaginações.

Andarmos com Deus não apenas nos livra de pecarmos. Também tem a virtude de não errarmos adiante quando não andamos em pecado, mesmo que de momento estejamos metidos em algum erro hereditário, prático ou inconsciente. Deus retira-nos do erro futuro se andarmos com Ele apenas. Lemos que Enoque andou com Deus e ficou puro. Não lemos que ele foi puro e andou com Deus – mas a ordem das coisas é inversa: "Enoque andou com Deus e…". Deus disse a Abraão: "Anda em minha presença e sê perfeito", Gen.17:1. Ele não disse "sê perfeito e anda em minha presença", mesmo que pudesse dizer porque uma coisa leva à outra. Que saibamos que andar com Deus leva à perfeição e anula a nossa própria vida. Pena é que muitas pessoas se esqueçam disso e fiquem achando que andar com Deus fortalece a própria vida.

Os crentes que se julguem quanto ao tempo e a qualidade desse mesmo tempo que passam a sós com Deus, se o usam para que suas vidas se possam manter salvas e para estas se manterem salvando de seus pecados, de si próprios e de suas muitas ideias pessoais e sonhos se ainda os tiverem, medos e teimosias consequentes (pois, um medroso torna-se um teimoso). A pureza e a ausência de erros que nos podem matar e fazer desviar dum curso bom e saudável é uma consequência de andarmos com Deus a tempo integral.

Como está sua comunhão com Deus hoje? E como esteve ontem? Isto não quer dizer, de maneira nenhuma, que nunca teremos dias maus – apenas quer dizer que, quando esses dias maus baterem à nossa porta, nós nem notaremos as nuvens negras que passaram mesmo por cima de nossos corações, mas nunca penetram o interior deles. E isso nos alegrará imenso.

Andar com Deus incrementará tudo que possa estar certo para nós, como eliminará o erro em nossa caminhada futura, principalmente aquele erro que ainda sustentamos e nos apegamos pela ignorância ou por um ou outro motivo. Amem.

José Mateus

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