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QUEM TERÁ PAZ NA PRESENÇA DE DEUS?
"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; eu não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize", João 14:27

Existem duas naturezas em conflito eterno. Elas entram em conflito próprio assim que uma avista a outra. A natureza de Deus, nunca se manterá em paz entre os canaviais da perdição. Do mesmo modo, todo aquele que ainda tem nele mesmo a natureza do gosto pelo pecado e da perdição, entra em conflito consigo mesmo, assim que entra nos átrios do Santuário de Deus, sentindo até uma enorme vontade de sair dali. Por norma, quem está em trevas, quer acredite que é crente quer não, nunca conseguirá obter paz de espírito quando entra na presença de Deus, porque Deus nunca cede perante nenhum imundo (tenha este certificado de baptismo para apresentar ou não), nem perante a imundícia, fale esta em línguas ou não. Logo, torna-se difícil – impossível mesmo – que alguém se sinta em paz mantendo a sua natureza quando entra nos átrios de Deus. Paz só existe quando se está com Deus, mas sem pecado a nível de consciência e de natureza. Ela também pode existir, de certa maneira, em alguém em pecado e sem Deus. A pessoa sem Deus mas em pecado, tem a paz que o mundo a dá; qualquer pessoa tem paz em Deus se o pecado estiver ausente de seus horizontes. A paz de espírito serve de barómetro para medirmos o nosso estado de alma.

Juntando a luz com as trevas – algo que Deus separou logo desde início da criação, havendo mesmo sido a primeira coisa que Deus fez – só pode dar conflito, pois nenhum homem pode juntar aquilo que Deus separou e esperar que sejam diferentes em suas reacções do que aquilo que foram Esaú e Jacob já desde o ventre de sua mãe. Cristo disse: "a Minha paz vos dou; Eu não vo-la dou como o mundo a dá". Isto implica que, tanto a pessoa que usufrui da paz, como a sua natureza estejam completamente mudadas, pois, de contrário, não haveria paz dentro do espírito do homem se Cristo e a Sua paz entrassem na cena.

Se esta paz é possível, sendo ela ainda "a paz que só Cristo dá", algo de maravilhoso se deu dentro de quem a recebe e muitas vezes nem o próprio está consciente de tal ocorrência, tão natural foi a mudança em seu interior. Se alguém consegue viver em paz com Deus, em Sua presença, só pode porque alguma transformação se deu dentro dele, de contrário, nunca teria paz. A sua natureza foi toda transformada, porque Deus não irá mudar. E se sabemos que a carne é inimizade contra o Espírito e o Espírito contra toda a carne, nunca tais inimigos eternamente mortais poderão conviver num mesmo recinto sem que esse mesmo coração entre em conflito, da qual provém um certo mal-estar que nem sempre se sabe explicar. Por essa razão, o mundo recusa-se quase sempre a entrar em contacto e discussão com quem está bem com Deus e tem maior sabedoria que eles e uma sabedoria mais viável para a sua própria vida. O mundo acha que, reconhecendo que está errado, perderá a vida. Mas, na verdade, ganhá-la-á se o fizer diante de Cristo.

A pessoa pode parar de mentir sem deixar de ser mentirosa, pode mesmo falar a verdade sem ser verdadeira em sua natureza. Quando Deus entra e penetra num certo ambiente, no entanto, Ele entra em conflito com a própria natureza das coisas, com a origem de todo pecado e só se serve daquilo que a pessoa faz ou não faz para manifestar qual a origem das suas acções e de seus conflitos internos e externos, qual a natureza que o leva a proceder do modo que procede. Deus só se serve da confissão duma mentira para revelar que alguém é mentiroso e nunca para acusar o acto – Ele apenas tenta convencer as pessoas desse facto, em sua origem. Toda a convicção de pecado serve apenas para alcançar a verdadeira natureza do homem. Quem se acusa é o próprio homem. É o homem que não suporta o facto de ser vil e muito menos diante de Deus – será diante de Deus que todos aproveitam para parecer bem, colocando na frente sua melhor cara, a sua melhor resposta. Quem se acusa, é o próprio homem. Sabemos que nossa consciência também nos pode defender, como foi o caso de Jó.

Se alguém consegue estar em paz dentro do Santuário, na presença contínua de Deus, é porque herdou a Sua natureza de facto – ninguém pode estar com Deus em paz de espírito sem ser igual a ele. Por essa razão, todas aquelas pessoas que têm paz em si mesmos, ou não estão com Deus e crêem que estão, ou estão transformados já, quando se sentem bem na real, divina presença de Deus. Essa presença não pode, no entanto, ser imaginada ou fictícia. Não será possível haver paz em si com qualquer pecado, com qualquer pedaço de natureza pecadora estando diante de Deus, nem sem pecado na presença do mundo. Se a pessoa tem paz com o mundo, está conformado com ele; e se está conformado e em paz com Deus, está de parabéns, pois herdou a Sua natureza e não tem pecado.

Mas será aqui, no mundo, que teremos de estar em paz com Deus, onde somos assaltados de segundo a segundo por ideias contrárias à própria natureza de Deus. "Aqui na Terra como no Céu" foram estas as palavras expressas por Cristo. Lemos variadíssimas vezes as palavras "neste presente século", ou, conforme Paulo diz a Timóteo, "a Vida que agora é". "Porque a graça de Deus se manifestou, trazendo salvação a todos os homens, ensinando-nos, para que, renunciando à impiedade e às paixões mundanas, vivamos no presente mundo sóbria e justa e piamente", Tito 2:11-12. Temos de levar em conta que aqui diz que a graça de Deus "SE MANIFESTOU"! Se nesta manifestação ainda houver paz de espírito, bem-aventurado será esse homem! Mas, também, se não houver paz quando Deus se manifesta, bem-aventurado será todo aquele que buscar essa paz, custe o que custar e isso se acontecer sem se afastar dessa presença real de Deus – através da confissão e restituição de bens e pedindo desculpas tanto a homens como a Deus, clamando tanto pelo perdão, quanto pela transformação de sua própria natureza para nunca mais tornar a fazer o mesmo, pois se a fonte que leva ao pecado não for extinta também, Deus não perdoará nenhum pecado. "Aquele que confessa e deixa, alcançará misericórdia", Prov.28:13.

Então, não busquemos ter paz quando morrermos, pois isso será algo em que apenas o mundo acredita. É o mundo que diz de seus mortos que, "agora descansa"! Nosso descanso será usufruído, também, aqui e agora – neste mundo que entra em conflito connosco se houvermos sido transformados e nos apoiará se não formos distintos deles, se formos seus iguais, mesmo falando outras línguas. Se o mundo não estiver em paz connosco e o nosso coração estiver em paz perto de Deus, nada temos a temer - nem a morte.

Assim, nunca será possível obtermos a nossa paz com Deus, nunca nos será possível estar calmos e em harmonia dentro da presença de Deus, se estivermos de natureza pecadora – só se Deus mudasse! Logo, quando os apóstolos nos dizem para termos paz com Deus, provocam-nos a pensar que teremos que mudar – não apenas de actos e pensamentos, mas na origem dessas mesmas coisas. O legalismo também não subsistirá diante de Deus, pois quem pela lei deixa de mentir e matar, não deixou de ser mentiroso e assassino ainda, nada faz mais que tentar encobrir seus próprios pecados e suas origens! E "quem encobre seus pecados, não alcançará misericórdia", Prov.28:13. Mas, quem os expõem e reconhece, será transformado. Assim, lemos de Pedro o seguinte. "Graça e paz vos sejam multiplicadas no pleno conhecimento de Deus e de Jesus nosso Senhor", 2Ped 1:2 – ele não nos deseja isto, essa paz, fora da esfera da presença de Deus! Amem.

José Mateus

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