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Por Andrew Murray


CAPÍTULO 9

“VÓS SOIS OS RAMOS”

Uma palestra aos Obreiros de Deus

 

Tudo depende desta entrega, do estar com Cristo, da forma como nos havemos entregue a Ele. Se eu quero ter maçãs como bom fruto, tenho de ter uma boa árvore de fruto; se quiser que a macieira me forneça regularmente boa fruta, logo tenho de cuidar de toda a sua saúde por inteiro. Assim será também com a nossa vida em Cristo, com Sua Obra em nós. Se nossa vida total estiver em total harmonia com Cristo, tudo nos sairá bem, de forma segura e perfeita. Existe sempre aquela necessidade de instrução, sugestão e ajuda, treino em todas as áreas da Obra de Cristo – tudo aquilo que tenha valor. Mas, a longo termo, a essência de todo nosso ser e trabalho será tão só obter, ter, aquela plena comunhão com Cristo. Noutras palavras, ter Cristo de facto em nós, operando por nós sem qualquer margem para duvidas. Sei quantas coisas existirão que por certo nos virão perturbar mais cedo ou mais tarde, causando questões de ansiedade e de desassossego inquiridor. Mas pelo Mestre teremos sempre uma forma de ser abençoados, havendo uma bênção guardada para cada um de nós; tal paz nos será outorgada e concedida, tal alegria e descanso, força e animo, se conseguirmos tão só estar n’Ele de facto, mantendo-nos lá nesse descanso numa atitude correcta, acima de tudo.

Vou extrair meu texto da parábola da Videira e de seus muitos ramos, em João 15:5, “Eu sou a videira; vós sois as varas”. Especialmente destas palavras, “vós sois as varas”!

Como é sempre muito fácil ser-se ramo! Um ramo duma árvore, um ramo duma certa Videira! Todo o ramo cresce para fora da Vide, para o exterior da árvore e a seu tempo, é claro, produz seus frutos. Nenhuma outra responsabilidade tem esse ramo que não seja receber da raiz e do tronco aquilo que o nutre, esperando sempre em e pela oportuna seiva, a qual corre sempre sem parar. E, se pelo Espírito Santo mantivermos este tipo de relacionamento integralista com Cristo apenas, seguramente que será certo que toda a nossa obra saia transformada na mais elementar, na mais bela e mais celestial obra alguma vez conseguida na face toda da terra! Em vez de andarmos sofrendo de exaustão e cansaço de alma constantemente, toda a nossa obra seria como uma nova experiência, ligando-nos ao próprio Cristo como nada mais teria com fazê-lo. Mas, oiçam! Não é muito frequente acharmos que aquilo que fazemos em vez de nos unir a Cristo, antes nos faz separar d’Ele? Que coisa mais tola poderia estar a acontecer ao próprio ser humano! A única obra de grande excelência que Ele deveria estar operando em mim e eu por Ele, essa mesmo é a que me separa do Seu amor! Muitos laboriosos obreiros da seara se queixam com muita frequência disso mesmo, que têm sempre trabalho a mais, que nem sempre dispõe daquele tempo que os faz aproximar daquele Santuário da íntima comunhão com Cristo; e que é quase sempre a própria obra que previne e destrona essa intimidade com Deus em pessoa, que faz declinar o próprio desejo ardente de estar com Jesus a sós e que se desintegra num comunicar com homens que o afastam duma intimidade sem igual com o Mestre! Quão má é esta ocorrência que se dá com os servos de Deus! Que coisa ridícula será alguma vez pensar que se separarmos o ramo do seu tronco, este ainda terá capacidades de produzir algo que não seja seco! Isto ocorre, se dá, apenas porque temos aquela ideia de vanglória que nossa obra nunca pode ser algo como um ramo, produzindo assim todos os seus frutos – apenas! Que Deus nos retire de cada pensamento que nos possa levar a pensar assim, dessa forma oblíqua e estranha. Que irradiemos essa ideia para sempre de nossa vida evangélica.

Umas pequenas ideias sugestivas sobre esta abençoada vida de ramo.  

 

Dependência total

 

Em primeiro lugar, é sempre uma vida de total, incondicional dependência. O ramo nada possui em si senão o próprio tronco. Depende da Vide por inteiro. Absoluta dependência é um dos mais sérios, mais solenes, mais preciosos pensamentos que alguma vez nos pode tocar. Um grande teólogo alemão escreveu dois grandes volumes uma vez apenas para ter como comprovar que toda a teologia Calvinista é sempre uma total dependência de Deus. Outro grande escritor disse-nos que dependência de Deus absoluta, incontestável, incontornável é o todo da religião Cristã, da religião de todos os anjos e a qual deveria pertencer aos homens na sua totalidade também, nada mais lhe podendo acrescentar. Deus é tudo para qualquer anjo e está assim disposto a sê-lo também para qualquer crente em forma humana sobre a terra. Caso eu possa e tenha como aprender a obediência incondicional, numa total dependência de Deus na sua efectivação, tudo o que for feito terá apenas porque e como prosperar. Você será sempre, a partir daí, um ávido avalista de toda aquela Vida sem fim que se experimenta já aqui sobre a terra. Terá assim a sua vida incondicional também, a de total dependência do próprio Deus.

É sempre assim que vemos isto, esta ligação incondicional entre ramo e Vide também. Qualquer videira que possamos encontrar em qualquer parte do mundo, tem sempre por princípio e condição básica, estar o ramo nela para que brotem, a seu tempo, frutos agradáveis, próprios da qualidade da própria Vide, distinguindo-se sempre pela qualidade da própria vide em si. Todo aquele suco, toda e qualquer espécie de vinho de qualidade que possa ver em cima de qualquer mesa, qualquer cacho de uvas que fartam os olhos com sua beleza intensa, falam da qualidade da árvore de onde chegaram a ser colhidas – sempre. É tudo obra da Vide e será sempre assim que os galhos que se esticam gozam no carregar daqueles frutos, dos quais, eles próprios nunca se alimentarão.

Que tem a vide que fazer? Uma grande obra de excelente qualidade de facto. Tem de estender suas raízes para o aquoso e líquido subsolo, caçando nutrientes e bebendo da humidade por onde se estende – pois por norma as raízes se estendem a grandes distancias dali. Ponhamos certos nutrientes, adube ou outros longe dali, logo esta envia suas raízes para lá. Será a partir daquela humidade que acha, que produz aquela seiva a qual mantém os ramos reboliços e com jovialidade de aparência e a qual alimenta o fruto que nos ramos brotam e se evidenciam. A Vide faz esse trabalho, essa obra, por ela e o ramo recebe da Vide pelos canais certos, a seiva que alimenta o crescimento, o futuro sabor de toda a sua produção. Contaram-me que, em Hampton Court, Londres, existia uma frondosa vide que dava milhares de galhos repletos de frutos agradáveis, sobre a qual toda a gente se admirava pelo bom aspecto daquela vide que se espalhava e estendia, crescendo assim em demasia. Mais tarde descobriram a razão de ser de tal “fenómeno”: não muito longe dali, passava o rio Thames e aquela vide estendeu suas muitas raízes para aquele rio, a centenas de metros dali, indo pelo subsolo até haver achado aquelas águas de onde obtinha ingredientes específicos e também a humidade necessária, o que era a razão da sempre abundante colheita que produzia. Esta vinha tinha uma obra a fazer e consegui-a totalizar, para que todos os seus ramos produzissem assim abundantemente.

Não é isto literalmente verdadeiro do meu Senhor Jesus? Terei eu de entender que quando me disponho no trabalho, quando tenho de entregar um certo sermão, uma aula a dar, ou a ir visitar quem é pobre de espírito, negligenciado ou desprezado, que a responsabilidade do sucesso dessa obra espontânea depende e é sempre da total responsabilidade de Cristo? É precisamente isso que Cristo quererá que entendamos desde logo. Cristo quer isso de todo o tipo de obra que façamos, seja no mundo seja dentro da igreja, que os alicerces desse mesmo trabalho se estendam àquela consciência simples da presença de Deus em nós: Cristo cuidará de tudo isso!

E como cumpre, como nutre Ele esta confiança numa total dependência? Ele consegue isso pela vinda do Espírito Santo – não apenas de vez em quando, como prenda ocasional e oportunista, mas sim como é o próprio relacionamento entre a Vide e seus ramos numa base constante, diária e incessante, a qual é a grande responsável pelo pulsar de toda a vida, de todo o aspecto, de toda a saúde do ramo e de toda a qualidade do fruto que brota. É essa conecção que terá de ser assegurada por nós, sempre. Caso a seiva não esteja fluindo como devia estar, caso cessasse ocasionalmente de chegar aos confins dos ramos, o ramo murcharia e se secaria. É esta seiva que assegura toda a sua sobrevivência. É também assim que o meu Senhor Jesus quer que tome posição na sua seara e em toda a sua obra, pois de manhã à noite e dia após dia, passo a passo, em toda a obra que se possa chamar boa, tenho como e porque permanecer sempre n’Ele e Ele em mim em total dependência como alguém que deveras nada sabe, nada tem, nada pode fora da vide.  Que os meus amados em Cristo se possam aperceber deste mistério, o de Cristo e da Igreja, que saibam o que esta palavrinha “nada” deveras significa e como dignifica. “Oh, sermos nada, termos nada!” Já alguma vez se deu ao trabalho de estudar o verdadeiro sentido dessa pequena palavra que faz toda a diferença, vendo Deus à luz disso? Sabe o valor que se tem quando nada temos, nada podemos ser? 

Caso eu ainda seja algo, caso ainda tenha como, Deus nunca terá como o ser. Mas que bênção sobrevirá quando e assim que nada for, pois quando tomar meu posto de coração Deus será tudo e pode muito bem revelar Cristo por mim em mim, como se de mim se tratasse! Esta é a excelência da tal vida acima de todas as outras; apenas necessitamos tomar nosso posto e ocupá-lo por inteiro. Alguém dizia que todos os querubins que são chamas de fogo, são assim por saberem que nada serão e permitem, por essa razão, que Deus ponha neles, sobre eles, Sua glória a resplandecer sem igual e sem paralelo neste vasto universo! Olhe, torne-se deveras em nada, de forma real e duradoura, pois como obreiro sairá beneficiado em todas as formas de labor intenso esteja onde estiver. Que se tenha como e porque tornar tão vil, tão insignificante que apenas Cristo o tenha como e porque aceitar como obreiro em Sua própria seara: que seja Cristo quem seja tudo de valor em si mesmo!  

Obreiros fiéis à causa, escutem: vossa primeira lição é esta, a de ser tornado em nada diante de toda a verdade dos factos. Qualquer homem que ainda possua algo, não terá como e porque ser totalmente dependente de Cristo. Aprenda a grande lição de nada ser, de nada saber sem Cristo, de estar vazio sem Ele. Absoluta dependência de Deus em forma real é o grande segredo avalista para o Seu poder ter como e porque habitar sempre em nós, de contínuo. Assim também, o ramo nada terá nele mesmo que nunca lhe advenha da própria vide em si, sem a rejeitar prontamente. Nada podemos ter senão Jesus apenas – em nós!

 

Descanso profundo

 

Em segundo lugar, a vida dum qualquer ramo não é apenas uma de inteira dependência, mas dum absoluto descanso comprometido e despreocupado.

Caso aquele pequeno galho da vinha tivesse como pensar, se tivesse como sentir e falar, seja aquele galho em Hampton Court ou em qualquer outro lugar do mundo inteiro, em qualquer uma das milhões de vides que por aí existem na Africa do sul, nesta nossa terra cheia de sol e de brilho, se tivéssemos um deles aqui hoje como para nos transmitirem, dizerem algo de importante acerca de toda a sua relação com a sua vide, se lhe perguntássemos “Oh galho de videira, quero aprender contigo como e porque posso ser eu um bom ramo na minha Vide também, na Videira Viva e exaltada”; que pensam responderia ela? Ela diria em sussurro: “Homem de pouca fé, sei que és sábio, sei que fazes grandes e inconcebíveis coisas. Sei também que tens muita força e poder e sabedoria te foi dada para saberes como fazer pleno uso de tudo isso, mas tenho uma lição a dar-te hoje. Nem com tudo isso segues Deus? Com toda a tua pressa frenética, nunca prosperas em toda a obra de Deus. A primeira das coisas que necessitas é voltar e descansar em teu Deus para sempre. É isso o que eu faço sempre. Desde meu eclodir e evoluir que assim procedo sempre, sem nunca me desligar dela para tudo aquilo que necessito. Desde então tudo o que faço e enceto é descansar na minha Videira. Assim que chega a primavera não me sobrecarrego com pensamentos de ansiedade desconfortáveis de dúvida. A Vide começa a verter sua seiva por mim em mim e faz crescer folhas e logo tenho como e porque dar fruto. Caso o fruto que eu dou nunca fosse bom, logo o dono de toda aquela vinha nunca teria como acusar-me, pois a vinha seria a única culpada e responsável por todo o fruto, por toda a qualidade desse mesmo fruto em mim. E caso queiras ser assim também, dando teu fruto no devido tempo enquanto ligado à tua Vide, a Cristo em pessoa, apenas aprende a descansar n’Ele com carinho paciente. Que Cristo tome tuas responsabilidades sobre Ele. É tudo o que tenho para te dizer”.

Mas pode argumentar que isso é ser desleixado e preguiçoso.

Permita-me discordar inteiramente. Ninguém terá com descansar num Cristo vivo e continuamente efervescente e ser diferente d’Ele, em nenhum sentido da palavra, porque quanto mais aconchegado eu me encontrar n’Ele, tanto mais Seu Espírito me vivificará para qualquer Obra Sua, em todo o Seu esplendor! Seu zelo será todo meu, Seu amor também. Olhe, antes de mais nada, comece a trabalhar a sua dependência total de seu Criador, veja se algo o perturba ainda e acrescente a essa dependência uma total responsabilidade de descansar n’Ele apenas. Muitos homens, por vezes, tentam e tentam uma vez mais uma total dependência de Cristo, mas logo se preocupam com essa mesma dependência e descobrem que não chegam a ela. É seu coração que não descansa. Mas que você faça e tenha como fazer seu coração depender desse descanso sempre e cada dia.  

Em tua forte mão me coloco absolutamente

E sei assim que esta obra será terminada

Pois quem mais sabe trabalhar assim

Como o faz o Todo-Poderoso?

Obreiro, tome seu lugar todos os dias de sua eternidade aos pés de Jesus, o Senhor; e escute em paz e harmonioso sentir este conhecer de poder dizer:  

Não tenho preocupações pois as entreguei a Ele,

Não temerei porque daquilo que temo Ele cuida!

Venham filhinhos do Deus Altíssimo, entendam este enigma, que é Jesus quem quer operar por vós, inteiramente! Queixa-se da falta de amor fervente? Se o tiver, é porque vem de Jesus! Ele derrama todo esse amor em seu coração. Ele próprio fornecerá os atributos desse amor com o qual descobrirá que pode amar os outros também, para além de si mesmo. Este é o verdadeiro significado destas palavras: “o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”, Rom 5:5; e, “Pois o amor de Cristo nos constrange”, 2Cor 5:14. Cristo tem como colocar em si uma fonte de água viva que salta para a vida eterna, a qual nunca mais vai ser intermitente. Pode e tem como amar assim o mais vil de todos os pecadores, os mais ingratos de todos aqueles que o cansaram até aqui. Tente descansar n’Ele, Aquele que sabe e pode dar descanso sem fim até a uma alma cansada e oprimida – quanto mais a uma em repouso expectante! Verá que quando estiver dando um sermão, essa será a melhor parte que você dele escolhe para si. Você clama e urge as pessoas e todos eles apreendem a sua mensagem e dizem apercebidos: “está um homem argumentando meus nervos, perturbando minha alma!” Logo dirão que estão ali dois homens a desentenderem-se, quem fala e quem ouve: mas caso tenha como pronunciar em palavras de evidência viva, caso tenha como manifestar na primeira pessoa todo aquele amor de Deus em si mesmo, aquele descanso activo e vivo, despreocupado e responsável, aquela paz e aquele sereno descanso que apenas existe nos céus acima, será esse mesmo ingrediente que convencerá todos os presentes com a sua mensagem.

 

Muitos frutos

 

Mas em terceiro lugar, o ramo deixa no ar uma certa lição sobre frutificar abundantemente.

O próprio Senhor Jesus repetiu vezes sem conta esta palavra “fruto” apenas nesta parábola. Ele falou antes, de “fruto” e apenas depois de “muito fruto”. Sim meu caro amigo, você é ordenado a preencher o requisito de dar muito fruto também. “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos”, João 15:8. Em primeiro lugar, Cristo sempre disse: “E sou a verdadeira Videira, Meu Pai o dono dela. Ele é quem em encarrega e me capacita sempre, tanto a Mim quanto a ti”. “Não é o discípulo mais do que o seu Mestre, nem o servo mais do que o seu Senhor”, Mat 10:24. Aquele quem vela sobre a intimidade entre crente e Cristo é o próprio Pai das alturas. E será apenas pelo poder de Deus que em nós é manifesto fruto de onde todos vêm colher para se alimentarem devidamente.

Ó crentes, sabem muitíssimo bem que este mundo se degrada a passos largos, especificamente pela falta de obreiros capazes e audazes assim, deste jeito. E este mundo não necessita apenas de mais Obreiros fiéis, mas acima de tudo daqueles que clamam a alto e bom som (uns mais que outros): “nós não necessitamos apenas de mais obreiros na seara, mas de obreiros que tragam neles um poder irresistível, um poder diferente, cheio da vida que prega; para que esses mesmos obreiros tenham como e porque trazer melhor bênção, válida bênção acima de tudo!” Filhos de Deus, apelo a que sejais entregues assim a Deus. Por exemplo, sabe como as pessoas se podem sentir perturbadíssimas em caso duma doença. Tem um amigo íntimo entre a vida e a morte e nada mais que umas certas uvas frescas terão como refrigerar esse seu amigo; mas suponhamos que estamos fora de época no que toca a esse fruto. A que trabalhos se entregará para conseguir essas uvas milagrosas, caso elas tenham como e porque o salvar da morte? Oiçam-me! Como há tanta gente sem ir à igreja de Cristo, também haverá muitos que lá vão. Mas tanto uns como outros raramente conhecem Cristo. E assim mesmo, as uvas celestiais, as próprias uvas de Escol (Num 13:23), aquela vinha celestial, não são para qualquer um, não podem ser adquiridas por preço, a não ser que um verdadeiro filho de Deus as tenha interiormente frutificando porque ele se encontra relacionado, ligado intimamente àquela Vide eterna. Caso os filhos de Deus nunca estejam de facto abundando nesta vida frutificadora, caso não estejam transbordando do Espírito Santo de forma real, do amor de Jesus, daquele que apenas Ele tem n’Ele, nunca poderão brotar seus frutos de forma aprazível para uma raça humana em profunda decadência. Todos nós professamos e chegamos a confessar que existe de facto muito trabalho por fazer, muita pregação, muita visitação a encetar, muitos mecanismos que ainda não rolam, uma enormidade de esforço ímpar de todos os géneros em todos os cantos do mundo onde existam igrejas.  Mas em nenhuma destas coisas se manifesta, transparece aquele poder activo de Deus em pessoa, lamento dizer!

Qual a falta, que se passa? Existe uma falta evidente duma ligação imperturbável com o Criador de todo o mundo, com a Vide, isso será o que mais nos falta. Cristo, aquela Vide celestial, tens bênçãos de sobra das quais Ele pode ainda hoje derramar sobre dezenas e centenas de milhares de pessoas em estado da mais vil perdição ao mesmo tempo! Ele tem de sobra! Cristo, a nossa Videira celestial tem poder quanto baste para providenciar uvas frescas a qualquer altura do ano. Mas, “Vós sois os ramos” e por essa razão, maioritariamente, nunca terá como providenciar desse fruto da Vide a transiundos perdidos, se não estiver interligado, intimamente inter-laçado com Cristo seu Senhor!

Nunca confunda trabalho com fruto que frutifica por si. Pode existir um grande labor, muito dispendioso mesmo, tudo por Cristo e mesmo assim ser tudo em vão por nunca ser fruto da obra da Vide celestial! Nunca busque ser laborioso, mas sim quem frutifica e faz frutificar, acima de tudo! Olhe, estude intensamente sobre este assunto de “dar muito fruto” e verá. Está sempre interligado ao próprio poder e ao próprio Espírito e amor verdadeiro do Filho de Deus em pessoa sempre presente. Isso significa apenas que a verdadeira Vide poisou, aninhou-se em si e em mim, em nossos corações!

Você sabe que existem distintas formas de fruto, como existem variadíssimas qualidades de uvas, as quais fornecem-nos sempre distintamente variadíssimos sabores e aromas. Assim mesmo existe no próprio coração do próprio Cristo distintos mecanismos de trazer o amor, a graça, o poder, a Vida, o Espírito, uma bênção a todos os homens cá na terra, os quais são sempre distintos e celestiais e que se vêm alojar em nossos próprios corações. Esteja em intimo relacionamento com Jesus e verá se não faz a diferença à sua volta sempre!

Diga assim: “Senhor Jesus, nada menos que essa seiva desejo, aquela que emana em Ti mesmo, pessoalmente, especificamente, nada menos que esse teu Espírito te pedimos. Senhor, que Teu Espírito frutifique em mim em toda a obra que eu possa fazer por Ti”.

De novo lhe digo que experimente esta nova vida, esta seiva infinita proveniente do alto que é nada menos que o Espírito Santo em pessoa. É o Espírito Santo quem é essa Vida da Vide e seu ramo não pode evoluir frutificando sem essa mesma plenitude sem fim, desse mesmo fluir de vida sem fim, do Espírito Santo, o Próprio em pessoa real em si mesmo. Necessita disso incontestavelmente e deseje nada menos que isso para si e para quem labora na seara. Nunca espere de Cristo dar aqui uma excelente bênção, outra mais além, juntamente com um pouco de ajuda aqui e acolá. Nunca será essa a Sua função! A peculiaridade desta Vinha, toda a Sua obra, é precisamente ensopar os ramos com a seiva que é peculiarmente Sua. Por essa razão espere que seja Ele a dar-lhe do Espírito que Ele próprio tem em Si mesmo, em seu coração e que assim tenha como frutificar abundantemente para sempre. E caso esteja apenas agora a começar a dar fruto, caso esteja ouvindo estas palavras do próprio Cristo, “mais fruto”, recorde-se que para que isto se venha a dar em si também, apenas necessita de mais Cristo em si – em toda a sua vida, como em todo o seu coração!

Nós ministros do evangelho: como estamos em eminente perigo de trabalhar incessantemente sem que esta seiva flua livremente, porque apenas vemos trabalho, trabalho e obra sobre obra diante de nós! E nós oramos muito mas em nada frutifica tudo aquilo que fazemos, pois aquela alegria real, aquele descanso activo duma vida celestial sempre presente, nunca são sempre presentes – isso confirma-se pelo fruto que vemos brotar. Busquemos entender este mistério sem fim, que a vida de todo ramo está na Vide, a fórmula de se vir a frutificar muitíssimo, porque é uma vida interligada à pessoa de Cristo que a isso leva, a um Cristo vivo, celestial, eternamente constante e permanente!

 

Comunhão sem igual

 

E em quarto lugar, a vida do ramo é uma vida numa comunhão muito íntima.

Perguntemos de novo: que tem o ramo de fazer ainda? Conhece aquela preciosidade de palavra, a qual Cristo muito e sempre usou: “Permanecei”! Sua vida tem de ser uma daquelas que permanece, que se queda pela plenitude, que tem como e porque permanecer nela intimamente interligado, dependendo dela. Como se dá isto? É como ser a Vide e seu ramo, permanecendo juntos sempre e sem quebras. Existem esses ramos em estreita comunhão, com pureza de espírito interligado, sem fugas na conecção, desde Janeiro a Dezembro – sempre a mesma. Este é o princípio básico da eternidade: ser constante e permanecente. Como não posso viver cada dia assim? É a mais terrível das coisas termos de estar a responder a perguntas infames como esta! Não posso eu viver em permanente comunhão com meu Rei, com a Vide celestial?

Mas você afirma: Tenho estado ocupado com muitas outras coisas”.

A isso respondo: você pode até ter horas de trabalho intermináveis, sua espelunca de cérebro repleto de coisas e pensamentos temporários; Mas é Deus quem ordena a que tenhamos esta comunhão assim, desse jeito apenas. Aquela obra de se permanecer em Cristo, obra dentro do seu coração, não no cérebro, dentro dum coração que eclode para uma permanência na segurança duma eternidade constante, descansando em Jesus apenas, é essa obra na qual Cristo é quem nos mantém interligados pelo Espírito Santo n’Ele. Ó, que creia mais profundamente que o cérebro apenas, profundamente na sua vida interiorizada e escondida, para que cada momento de sua vida intensa seja uma consciencialização daquela liberdade de poder dizer e afirmar: “Jesus, meu Senhor, ainda permaneço em Ti – vou até ao fim”.  

Se aprender a depositar de lado todos os seus múltiplos afazeres, aprendendo também este contactar directa e exclusivamente com Cristo seu senhor, com a Vide, verá que fruto brotará logo de imediato!

Qual a aplicação pratica de tudo isto? Desta comunhão ímpar e sem igual em todo o mundo? Que pode ela significar por enquanto?

Ela significa acima de tudo, um relacionamento com Cristo no seu local de oração. Tenho a certeza que existem muitos crentes os quais anseiam intensamente por esta vida, os quais de vez em quando recorrem a uma bênção ocasional e que experimentaram um grandioso fluir desta seiva ímpar neste universo. Mas mesmo assim, com o passar do tempo, ela se desvanece e eles nunca entendem muito bem porquê. Nunca entendem que uma comunhão intimamente pessoal com a própria pessoa de Cristo é uma necessidade básica de nossa vida n’Ele. Nada pode obscurecê-la, subjugá-la e nada nem no Céu nem nesta terra o pode preencher sem ela, caso queira ser um crente pleno e cheio de felicidade mas em santidade apenas.

Ó, quantos crentes olham para isto como um fardo eloquente, como uma taxa de imposto cobrável, um dever obrigacionista e uma grande dificuldade apenas, o estar a sós com seu Deus! É precisamente este o grande bloqueio que impede o fruto dos ramos em qualquer parte do mundo. Necessitamos mais silenciosa comunhão com nosso Criador, que nos conhece melhor que ninguém. E digo a si em nome desta Vide celestial, que nenhum de vós pode vir a ser um ramo saudável, onde aquela seiva supra-celestial tenha como fluir livremente, a menos que se entregue a uma longa e exaustiva comunhão íntima com seu Deus. Caso não esteja na disposição de oferecer seu tempo a sós com seu Deus, dando-Lhe todo o tempo que necessitar para que opere em si através de Sua seiva continuamente, para que assim mantenha o vínculo que o une intimamente aos céus, que o liga a Ele como o umbigo liga uma mãe ao seu feto, Ele não pode dar mais do que tudo aquilo que já recebe imerecidamente, pois sua relação com Ele está inevitavelmente quebrada, seu elo rompido. Ele não tem como o segurar através dum relacionar-se com Ele em pessoa, o qual nunca se esgota. É Jesus Cristo quem lhe pede que tenha um relacionamento vivo com Ele. Que cada coração diga assim então: “Ó Cristo, é apenas isto o que desejo de verdade, é apenas isto o que escolho”. Logo de seguida entregue-se a Ele deste jeito, incondicionalmente. Ele lhe concederá essa comunhão sem reservas.

 

Entrega total

 

E finalmente: a vida do ramo é uma vida de entrega absoluta.

Esta palavra, “entrega absoluta”, é uma solene palavra: duma infinidade enorme. Creio que nunca entendi muito bem o seu verdadeiro significado, todo o sentido desta entrega, desta rendição total, integral aos pés de Cristo. Mas, mesmo assim, esta vara insignificante está pregando sobre este solene assunto.

“Minha pequena vara insignificante: tens algo mais a fazer que não seja dar fruto, fornecer uvas?”

“Não, nada mais tenho que fazer”

“És capacitada para algo diferente disso?”

“Para nada mais  sou capacitada!” A Bíblia diz que nenhuma vara, nada da vide tem como dar fruto sem estar ligado à própria vide. As varas fora da vide servem apenas para serem queimadas.

“Não tens como fazer algo mais?”

“E agora, que entendes tu, pequena vara, sobre o relacionamento com a própria Vide?”!

“Todo o meu relacionamento com a Vide é apenas este: estou inteiramente entregue à minha vide, para que ela possa fornecer a quantidade de seiva quanto queira a qualquer momento que entender. Estou à sua disposição inteiramente e a vinha pode produzir comigo tudo o que deseja”.

Amigos, necessitamos ter esta entrega também ao Senhor Jesus Cristo. Quanto mais falo sobre isto, mais me apercebo que é das coisas que mais e melhor terão de ser conseguidas e que no entanto será sempre das mais difíceis de se esclarecer e, mais ainda, de se explicar com a devida clareza: uma entrega total e absoluta. É frequente acharmos homens que saem dos seus cómodos assentos e se entregam ao Senhor dizendo assim: “Senhor, me entrego a ti para uma total consagração”. É de realçar tais atitudes e com alguma frequência também, advém fruto de tal acto. Mas a grande questão é o que significa essa entrega, ao que pode levar ela.

Meus caros amigos: isto significa que nos entregamos a Cristo da mesma forma que Ele estava entregue ao Pai. São palavras fortes demais par si? Algumas pessoas ainda pensam que sim – outros acham que nunca são. Mas tão absoluta deve ser nossa entrega ao Próprio Cristo quanto Ele estava em relação ao Pai. Ele apenas buscava a vontade do Pai, o que Lhe agrada. Mas tal qual isso, devo eu buscar e estar em relação a Cristo: nada devo buscar que não seja do Seu agrado, da Sua vontade inteiramente. Isto é verdade, que nunca se duvide acerca de nada disto. Cristo veio soprar Seu próprio Espírito em nós, para que achássemos na Sua santidade, a maior das felicidades, tal quanto Ele próprio fez. Amados irmãos, caso este seja todo o seu caso, permita-me dizer-lhe que diga ainda isto: “Sim, tal como é verdade acerca daquela simples vara da vide, assim é verdade que, pela graça de Deus, eu vivo e viverei mediante sua vontade pelo Seu poder cada dia de toda a minha existência”.

Mas eis aqui o grande erro que todos cometem, o qual está sempre como base de toda a nossa religião. O homem pensa assim: “Eu tenho muito negócios e afazeres, uma família, meus deveres de cidadão e isto não terei como mudar isso. Por isso, paralelamente, serei um servo do Deus Altíssimo, estarei a Seu serviço, como forma de me manter afastado do pecado. Que Deus me conceda ajuda para poder fazer tudo assim, desse jeito!”

Isto é uma calamidade em forma de pensamento. Quando Cristo veio até cá, Ele mesmo comprou com Seu sangue o resgate de todos os pecadores que falam assim ainda. Caso houvesse aqui um certo mercado de escravos e eu fosse comprar um dos que lá estavam acorrentados, teria de levar esse homem para a minha propriedade para que ficasse sendo minha propriedade também, para que pudesse mandar nele e dispor dele sempre que dele me quisesse servir, para qualquer tipo de obra que eu entendesse necessitar ser feita. E caso este escravo me fosse incondicionalmente fiel, ele viveria sem interesse próprio e toda a sua vontade se resumiria em “honrar sempre seu mestre”. Deste modo se espera que seja qualquer servo, qualquer filho de Deus em relação ao Pai: “como poderei servir meu Mestre, meu Senhor?”

Como descobrimos dificuldades nesta vida evangélica, conquanto seja real mesmo! Apenas porque buscamos única e exclusivamente a supra-vontade de Deus. Deveríamos era nos alegrar com tal possibilidade única de agradar ao Criador do mundo, de termos como assimilar Sua própria Vida em nós por nós! É uma oportunidade única a que temos ao nosso dispor. Devemos escolher fazer as nossas próprias coisas ainda? Para depois virmos pedir que nos auxilie a sair do pecado inerente a elas apenas? Fazemos tudo ainda dentro dos nossos próprios esquemas, efectuamos nossa vontade e esperamos que nunca estejamos desviados e errantes! Pedimos-Lhe que entre em nós, para nos deixar a maior de todas as bênçãos possíveis. Mas nosso relacionar-se com Ele é precário, decadente, quando deveria ser uma pré-disposição incondicional de servir, de ouvir quem fala, humildemente escutando e buscando Seu bel-prazer: “Senhor, existe algo em mim que não esteja de acordo com Tua vontade, que não esteja ordenado para Te poder agradar, que não esteja ao Teu dispor por inteiro, de forma que sejas Tu a usar onde e sempre que queiras?”

É um facto que pedimos que entre em nosso coração, mas para que nos dê de Sua bênção. Mas nosso relacionamento com Jesus, como está este? Deveria ser um tal que nos pré-dispusesse a servi-Lo sempre incondicionalmente.

Mas se pudéssemos apenas esperar com toda a Sua paciência, logo veríamos frutos brotando inseparavelmente dum tal relacionamento. Uma relação de amor tal, faria brotar sempre de nós uma fonte de águas vivas e Cristo seria tão chegado, tão querido ao nosso ser, que nos admiraríamos de nós mesmo ao havermos afirmado que antes estávamos entregues a Cristo! Deveríamos sentir em nós mesmos a enorme distancia, o enorme fosso entre este relacionar-se com a pessoa de Cristo e aquele que antes elogiávamos! Que Ele venha, como pode de facto, tomar posse de todo nosso ser incondicionalmente e isto para sempre. Esta vara clama por uma entrega total.

Eu não estou falando tanto assim do deixar de pecar, de abandonar o pecado apenas: existem pessoas que necessitam de tal coisa, de abandona seu mau temperamento, maus vícios e hábitos destrutivos, os quais cometem de quando em quando. São pecados que nunca lhes permitem aconchegarem-se no Seio eterno de Cristo. Mas rogo-vos, que caso sejam varas nesta Vide Viva, que nunca assegurem nenhum dos vossos pecados – que os deixem ir de vez. Sei que existem grandes dificuldades no que toca a santidade em muitas vidas. Sei também que nem toda a gente pensa de igual modo em relação ao seu próprio pecado. Mas isto não é assunto de se comparar opiniões, de se juntar à indiferença, caso se queira ter como abandonar todo pecado. Mas, infelizmente ainda existem muito corações adversos por aí, os quais se familiarizaram muito com a ideia de que é impossível abandonar o pecado e que devemos pecar um pouco cada dia. Que houvesse gente que pudesse clamar: “Senhor liberta-me, livra-me de todos os meus pecados!” Entregue-se incondicionalmente a Cristo em pessoa e peça d’Ele essa formula sagrada de se afastar e abster até do desejo do pecado. Existe um penar de maus pensamentos entre crentes que, porque estamos onde nascemos, num mundo onde habita pecado, que isso é algo que nunca se tem como e porque mudar. Mas o facto é que nunca nos chegamos a Jesus para pedir d’Ele Sua opinião sobre este e outros assuntos. Aconselho-vos vivamente, Crentes, tragam tudo para fora e depositem toda as questões diante de Jesus e digam logo: “Senhor, que tudo em minha simples vida esteja em total harmonia, em sintonia inquebrável com aquilo que Tu próprio és, que tome minha posição na abençoada Vide que Tu és – apenas”.

Que sua entrega a Cristo seja absoluta. Eu nunca entendi esta palavra de entrega total, verdadeiramente. Cada dia que passa ganho novas descobertas em relação a isto. Alarga-se todo o seu significado cada dia que por mim passa. Mas não busque entender, mas peça “Senhor, que minha entrega seja absoluta, incondicional, verdadeira – apenas isso escolho e quero para mim!” Logo verá que Cristo lhe manifestará de tempos em tempos, a cada oportunidade que surgir e emergir, tudo aquilo que Lhe possa desagradar directamente. Ele lhe revelará Seu pensar, Sua mente, Seus pesares também e o irá por certo guiar até uma vida de excelência na Vide eterna.

Para concluir, permitam-me resumir tudo o que disse numa simples frase: “Eu sou a Vide e vós sois as varas!” Noutras palavras, “Eu sou o que vive para sempre e Me entreguei por ti sem reservas e sou a tua Vide. Nunca terás como confiar em mim mais do que devias. Sou Eu quem opera poderosamente, cheio de plenos poderes para dar e resgatar com vida e poder”. Caso exista ainda em qualquer parte de seu coração uma consciência de que em si você é forte, saudável, disposto a brotar fruto a qualquer hora do dia, mas sem estar intimamente relacionado com Jesus, nunca vivendo como deveria estar, então escute-O quando fala e diz: “Eu sou a verdadeira Videira e vou te receber implantado em Mim apenas. Atrair-te-ei a Mim para que possa te abençoar muito. Esforçar-te-ei e te engrandecerei e serás cheio do Meu Espírito sempre. Eu, a verdadeira Vide de toda a vida, tomei-te para seres minha vara. Entreguei-Me inteiramente por ti. Tornei-me homem e morri para que tivesse como ser inteiramente teu também. Vem, entrega-te a Mim assim – nada segures para traz e sê inteiramente Meu como Eu fui teu”.

Qual será sua resposta hoje? Olhe, que seja uma oração do mais fundo de todo seu coração e que Cristo tome posse de cada parte insignificante de todo ele também; e que ligue cada um de todos nós a Ele de verdade. Que nossa oração mais sincera seja esta, que a Vide esteja a fazer parte de nosso ser interior, de nossa total existência, incondicionalmente e que saíamos daqui cantando: “Ele é a minha Videira verdadeira, eu sou sua vara, nada mais sou do que isso. Agora estou implantado na Vide eterna, eternamente”. E quando, enfim, estiver a sós com Ele, com o Próprio, adore e acaricie Quem é Rei dos reis, louve e admire-O, ame e espere tudo d’Ele apenas. “Tu é que és a Vide e eu sou Tua vara. Só isso basta para minha alma estar feliz e satisfeita. Para mim, ser assim chega”.  

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