SALVANDO OS CRENTES
PREFÁCIO
A vinda de Cristo ao mundo tem trazido
muita discussão . E como as pessoas discutem por tudo e por nada - umas
porque concordam, outras porque discordam, outras ainda porque não
desejam concordar seja com quem for - Cristo tornou-se o polo
central de muita discussão para quem tem comichão nos ouvidos. E com
isto escondem a salvação de quem dela poderia usufruír.
Já antes de ser crucificado argumentavam
sobre Ele. Alguns tiveram o privilégio de argumentar com Ele - uns
salvando-se, outros perdendo-se irremediavelmente para sempre. É desta
salvação que quero falar. Não da salvação como argumento , como
doutrina, mas como uma experiência real, constante e eterna.
Esta experiência de salvação é divinal e
maravilhosa. Porém, não somos salvos porque Deus nos quer fazer passar
por algo inesquecível; não, nunca! Porque se para alguns esta
experiência é divinal e maravilhosa, para outros não passará duma
tortura. Para outros ainda, será uma experiência que lhes passa
totalmente ao lado. Ora, vejamos (antes de discordar de mim!): esta
experiência só é divinal na sua essência mais pura e verdadeira. Porque
se se discute sobre o Senhor por aí, muito mais se discute, se argumenta
e se transcreve sobre o que Ele fez (e faz). Ora, por uma razão ou por
outra, as pessoas "vivem" o que ouvem e "fazem" o que pensam ser a
salvação (por esta razão muitos se dizem salvos por aí!),
transportando esta forma de vida para dentro das igrejas, nunca lhes
ocorrendo que a salvação nada tem a haver com estas futilidades de
engano e egoísmo. Nós não somos salvos porque "sentimos" e "fazemos";
não. Os que se salvam fazem e sentem - sentimos e fazemos, porque
estamos salvos.
A salvação de que falo é para alguns uma
tortura e um drama, porque se agarram ao pecado como uma forma de vida
"permitida" e "autorizada" pelas Escrituras. Espero conseguir mostrar -
lhes que estão errados. Espero também poder mostrar que a salvação é
precisamente aquela que salva do pecado, e não aquela inventada
por homens, sem o mínimo de consideração por aquilo que o Senhor fez na
Cruz. Vou detalhar e evidenciar aquilo que quero dizer, na medida do
possível.
Espero também, que este tema não seja
somente uma verdade revelada para quem lê, mas sim (e de todo o coração
o desejo) o princípio duma longa e verdadeira experiência para quem leu.
" E O ESPÍRITO E A ESPOSA DIZEM: VEM. E
QUEM OUVE DIGA: VEM . E QUEM TEM SEDE, VENHA; E QUEM QUISER, TOME DE
GRAÇA DA ÁGUA DA VIDA". Assim seja Senhor. Amen.
SALVAÇÃO DO PECADO
CAPÍTULO 1
O SINAL DE JONAS
"... E DARÁ À LUZ UM FILHO E CHAMARÁS O SEU NOME JESUS;
PORQUE ELE SALVARÁ SEU POVO DOS SEUS PECADOS,
MAT 1:21./p>
Este versículo é o tema central da Bíblia.
Será também o tema central deste livro. É um versículo praticamente
esquecido por todos os que se sentam nas cadeiras (ou bancos) das
igrejas actuais. Nos seus sermões, os pastores não lhe dão a devida
importância; nas reuniões de oração, aquilo que deveria ser de
primordial importância, fica na prateleira do esquecimento, porque
ninguém se sente capaz, ou com a mínima vontade, de limpar o pó que se
acumulou sobre este tema; (porque o senhor disse que, " (...) se diante
do altar te lembrares (...) reconcilia - te primeiro (...) e depois
vem"). Este assunto deveria ser, sem sombra de dúvida, o eixo onde
deveria girar a nossa vida nesta curta existência na terra. No entanto,
o que vemos é que se tornou um assunto tabu. "...Ele salvará o seu
povo dos seus pecados ..." é o tema central da mensagem do Evangelho
segundo o nosso Senhor Jesus Cristo. (Outros evangelhos proliferaram por
aí e não pregam o mesmo!!!) Esta é a razão pela qual os anjos entoaram
cânticos de louvor ao Senhor aquando do seu nascimento, pela qual os
reis magos deixaram a sua terra em direcção ao Salvador. Não só por Ele
ter vindo ao mundo, mas por ter vindo salvar do pecado. Ao prezado
leitor pergunto: é disto que está salvo?
Caro leitor, peço – lhe que preste atenção
àquilo que aqui vou escrever. Num minuto de silêncio, reveja o tipo de
evangelho a que tem dado ouvidos; peça ajuda a Quem disse
"...instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir;
guiar-te-ei com os meus olhos..." porque "...Eu sou o caminho e a
Vida..." "...instruir-te-ei...". Tenho a absoluta certeza de que
necessitará da Sua ajuda para conseguir ver a Verdade neste emaranhado
de evangelhos que proliferaram como ervas daninhas, nesta nossa
plantação. Por certo será chocante ver que Cristo, afinal, ainda se
encontra do lado de fora, "batendo à porta", querendo entrar. Não deixe,
porém, que a surpresa e a admiração desta descoberta, o impressionem ao
ponto de não se salvar. Espero também, que não comece a culpar ninguém
pelo facto de, até agora, não ter tido conhecimento da verdade sobre si.
A culpa é de quem não está salvo, de quem não tem a salvação
dentro de si, porque o Senhor disse "...quem busca,
encontra..."; por isso, e embora o Senhor vá pedir contas a outros por
ainda não ter ouvido a verdade (se ainda não a viu), quem não buscou é
quem não encontrou. "... Se me buscardes de todo o vosso coração, ali me
encontrareis...". Daí a culpa ser de quem não encontrou, (tendo buscado
ou não!).
Ora, esquecendo-nos do nosso versículo,
afastamo-nos da razão pela qual o nosso Senhor veio ao mundo passar, ver
e experimentar todos os horrores que aqui se cometem. Foi por esta razão
que Jesus "...como nós em tudo foi tentado (mas sem pecado)", para que
tivéssemos um Sumo-sacerdote que se compadecesse de nós quando a Ele
clamássemos para nos libertar do jugo do pecado e da sua morte
(Heb.4:15). E não por outra qualquer razão!
Creio que será impossível salvar toda a
terra. Isso seria, sem sombra de dúvida, um motivo de grande alegria nos
Céus. Mas as guerras, ódios e por fim a ira de Deus no dia do Juízo
encarregar-se-ão de não deixar pedra sobre pedra deste edifício chamado
terra (antes paraíso), e que levou anos e séculos a ser edificado ao
sabor do pecado e com a força de crescimento dos ares de quem os
pratica! Porque a sua sentença está escrita desde há muito. (E não falo
obviamente só da terra em si - de quem lá vive também). A ira de Deus
levantar-se-á contra a terra e os seus moradores como um ciclone
momentâneo e num abrir e fechar de olhos, tudo se consumará. Porque Ele
disse e cumprirá e não se demorará, por certo, muito mais: "...o fim de
toda a carne é vindo perante a minha face...eis que os desfarei com a
terra...". Perante este cenário profético das palavras do nosso Criador,
caro leitor, só nos resta humilharmo-nos perante o seu Trono para
podermos dar ouvidos aos pormenores da Sua salvação. Tenhamos em mente
que o Senhor disse em Apocalipse que deixaria de fora e destruiria todos
os que se tornassem impuros ao agarrarem-se ao pecado, ou mesmo à sua
sombra. Por isso somos recomendados a comprar do ouro incorruptível,
‘aborrecendo até a roupa manchada da carne’.
(Judas 23).
Sabemos, no entanto, que todas as
profecias têm certas condições para, de facto, se consumarem. Sabemos,
por exemplo, que a vinda de Cristo ao mundo só seria possível se o mundo
(antes d’Ele) não se conseguisse salvar. Tal como o dia do Juízo
pressupõe que, as pessoas que cá vivem, criadas pelas próprias mãos do
Seu criador (e à Sua imagem!), continuem a viver nas suas imundícies e
não se convertam. Se por acaso acontecesse que os moradores deste
planeta se convertessem todos, como aconteceu com os Ninivitas, não
tenho a mínima dúvida que evitariam a maior das catástrofes que alguma
vez ocorreu neste nosso Universo. É aqui que entra o sinal de Jonas, o
único sinal que o Senhor prometeu a esta (ou a qualquer outra) geração
incrédula.
O livro do Apocalipse ilustra bem esta
certeza. Senão vejamos. Porque razão diria o Senhor então em
Ap.3:2
"...confirma os restantes que estavam para morrer ...",
(quer dizer que já não estão para morrer!), ou se pensa que é erro de
tradução, vejamos Ap.9:20,21
"...e os outros homens, que não
foram mortos por estas pragas, não se
arrependeram das obras das suas mãos, para não adorarem os demónios, e os ídolos de
ouro, e de prata, e de madeira, etc., que nem podem ver, nem ouvir, nem
andar. E não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas
feitiçarias, nem da sua prostituição, nem das suas ladroíces". Podemos
deduzir, através desta passagem, que se as pessoas se tivessem
arrependido, algo de diferente poderia ocorrer.
Acompanhei, com algum interesse a crise em
Timor-Leste e reparei numa coisa que me deixou um pouco perplexo. Ao
serem mortas, as pessoas continuavam a pedir ajuda aos ídolos. Nenhum
dos que suplicava recebia qualquer resposta, e mesmo assim continuavam a
suplicar; e os seus ídolos continuavam mudos. Por muito que suplicassem,
não obtinham resposta. Ouviam-se clamores, mesmo na rádio, e ninguém se
apercebia ou tomava nota do silêncio dos que "deveriam" responder a quem
clamava. Numa crise desta dimensão, ninguém parava por um minuto que
fosse para questionar a origem destas pragas que Deus prometeu que
viriam sobre a terra. Como ainda por cima eram descrentes e pactuavam
com a tristeza, não se questionavam sobre a identidade dos seus deuses
de pedra – ou do que fosse. Não tinham onde se agarrar espiritualmente e
por isso, não tiveram a audácia de se arrepender, questionando a
veracidade de quem não responde à oração. Bastava parar por uns
momentos, breves que fossem, e olhar para o que está à vista de todos.
As pessoas temem questionar a veracidade das suas crenças, porque o
diabo lhes diz ser falta de fé tal procedimento. Tenhamos em conta o que
o Senhor nos disse: "quem perder a sua vida por Mim, ganha-a". Tal
qual como Israel, quando foram deportados para a Babilónia, temiam
perder a ‘espiritualidade’ se a questionassem. Então continuavam a
clamar a "quem" não pode ouvir nem por milagre, em vez de crerem na
Palavra dos profetas a quem mandaram matar, porque, pensavam eles,
nenhum Deus seria capaz de lhes causar tais atrocidades e nenhum profeta
poderia proferir tais profecias contra um povo escolhido, como as que
vêm descritas nas Lamentações de Jeremias, onde chegaram a comer os
próprios filhos devido à fome. Isto é o que pode acontecer quando Deus
"abandona" um povo, rebelde e agreste à Luz, aos desejos do diabo, com o
firme propósito de não intervir até se fazer justiça, por muito macabras
que sejam as atrocidades que o diabo leve a cabo, quando tem as rédeas
entregues nas suas mãos nojentas de sangue e crime. E tudo isto por
culpa dos pecados de cada um.
Por isso, deduzimos, pelo sinal de Jonas,
que se as pessoas se arrependessem sem a possibilidade de retorno ao
pecado, Deus poderia inverter todas as profecias a favor dos habitantes
da terra. As pragas "que estão escritas neste Livro" dariam lugar a uma
outra vinda do Senhor para estabelecer o seu Reino entre os homens e
declarar "paz na terra e boa vontade para com os homens", o que sempre
foi a Sua intenção desde que veio ao mundo tentar salvá-lo duma perdição
mais que assegurada. Porque, se assim não fosse, por que razão teria o
Senhor proferido aquela parábola da árvore que não havia meio de dar
fruto e que o Filho do homem acreditava ser possível vir a dar fruto?
(Luc.13:6-9)
Paremos para pensar um pouco sobre o Livro
do Apocalipse. Sabemos que as pragas não ocorrem todas ao mesmo tempo e
por Ap.9:20
deduzimos que Deus nutre uma leve esperança, que se
convertam a Ele, à medida que as pragas vão surgindo: "...os homens que
não foram mortos não se arrependeram..." diz o Senhor, como que
tristemente surpreendido, "condoendo-se da dureza dos corações" dos que
vivem cá na terra, (tal como aconteceu em Marcos 3:5). Existe um facto
que não podemos de maneira nenhuma ignorar: Deus quer, precisa de salvar
o mundo e tudo fará para que tal seja possível. Na impossibilidade de
tal ocorrer, Ele quererá salvar quem lá vive. E sabemos, de antemão, que
poucos se salvarão; mesmo de entre os que ouvem a Verdade muitos ficarão
de fora na festa da Boda que o nosso Rei tem vindo a preparar para os
Seus convidados especiais, (embora os convidados originalmente tenham já
sido postos de reserva para o fogo que o Senhor preparou para aqueles
que recusam os Seus convites).
O Senhor até está disposto a deixar alguns
crentes passar pelas tribulações de fim de geração e que não lhes dizem
qualquer respeito (apenas com o intuito de deixar cá alguns que não se
curvem perante o pecado, para manter acesa a chama da Verdade, não vá
alguém querer salvar-se!), e dizem as Escrituras que, se o Senhor não
apressasse os tempos, até esses se perderiam.
As pragas vão e vêem; muitas mais virão
com certeza. Mas por alguma razão elas não se dão todas ao mesmo tempo.
Vemos que se os homens se arrependessem, tudo poderia ser diferente para
melhor. Não digo que evitariam todas as pragas, porque para isso seria
necessário que todos os homens se arrependessem. E é aqui que também
entra o sinal de Jonas. Nas palavras do Senhor
(Mat. 12:39,41) vemos
algo de muito especial. O sinal de Jonas não só diz respeito à analogia
dos três dias que o Senhor passou no coração do inferno, vencendo-o, mas
também ao facto de os Ninivitas se terem convertido todos sem excepção (até
os burros participaram!). É como, o único apelo ao
arrependimento que se faz a uma geração nefasta e incrédula! Este sinal
é o único que se manterá para servir de testemunho a uma geração má e
adúltera – adultera, porque adultera a Verdade do Senhor e má
porque não se arrepende. Porque se arrependesse, deixaria inevitavelmente
de o ser. Para isso, existe a salvação para os que crêem.
Vemos que todas as pessoas de Nínive se converteram do seu pecado e
as maldições proferidas da boca de Deus, através do profeta Jonas,
transformaram-se em ternura e amor, ao ponto de Jonas passar por uma
crise de existência. O mesmo não se pode dizer de Sodoma e Gomorra, que
nem se permitiram a oportunidade de ouvir o que os anjos do Senhor
teriam para lhes mostrar acerca da Salvação. Não se deram a oportunidade
de ouvir quem os visitou com a finalidade expressa de "ver" se, de
facto, seria (ou, melhor explicando, continuaria a ser depois da sua
visita) verdade o clamor por Justiça, proveniente dos seus pecados e que
já se estava a tornar insuportável para o Senhor. (Que esta história
sirva de exemplo para quem permitir que a Verdade seja ultrajada pela
actual permissividade sobre o homosexualismo e outros sexualismos, que
ainda muito irão proliferar por este mundo fora!!!) Esta Visita era uma
última oportunidade de salvação para aquela geração má e adúltera
(Gen.18 e 19).
Dois ou três apontamentos sobre esta
história. Ora, sendo Abraão um profeta
(Gen. 20:7) e decerto
pertencendo aos poucos que entraram pela porta estreita daquela época,
tinha tudo para ser um protagonista activo nesta história aterradora.
Ele (Abraão) de imediato se pôs em pé, cumprindo assim a sua função de
profeta, de guarda, do Senhor e da Verdade
(Is. 62:6) e pôs-se de vigia
mal ouviu Deus e previu o que estava determinado ocorrer em Sodoma e
Gomorra. (Do mesmo modo, entendemos o que se passaria no coração de
Isaías em Is. 21:8).
O Senhor sabia, por certo, que Abraão iria ter esta
reacção – parece que Deus aqui buscava um meio de salvar uma geração
perdida "na sombra da morte". Acredito firmemente que o Senhor aqui não
busca uma razão para não matar, mas sim um último recurso para a
possível salvação de toda uma geração perversa. Abraão poderia, quem
sabe, propagar as palavras do Senhor e, quiçá, o sinal de Jonas teria
mais uma história como paralelo de referência. Penso que o Juiz quereria
aqui que Abraão fosse mais que intercessor, mas isso já não posso de
maneira nenhuma afirmar. Penso que não houve aqui qualquer falha da
parte de Abraão, tal como não houve da parte do Senhor ao não conseguir
a salvação de quem poderia ter conseguido "beber da Água da Vida",
(deixando de beber das suas habituais fontes contaminadas com, de e pela
perversidade). Tanto quanto me é dado a ver, Abraão poderia ter tido uma
participação activa na possível salvação deste povo.
Vejamos em Gen. 18:21 a subtileza das
palavras do Senhor: "...descerei agora e verei se...têm praticado...";
eu sei que, com os Olhos que tem, o Senhor não necessita descer a
qualquer sítio que seja para poder saber o que lá se passa. Ele que
envia a Sua Luz aos confins da terra não teria qualquer dificuldade em
ver o que se passava ali, tão perto, em Sodoma e Gomorra. Isto não passa
de uma "artimanha" para envolver alguém, que Ele muito amava, na
salvação de quem se estrangulava na corda umbilical das suas acções
perversas, e isto sendo já crescidinhos. "E não há criatura encoberta
diante d’Ele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos
daquele com Quem temos de tratar, (Heb. 4:13)". Porventura, sucedeu aqui
o que Isaías escreveu dizendo "...e viu que ninguém havia...pelo que o
Seu próprio Braço Lhe trouxe a salvação..." (Is 59:16). Ora, estas
coisas levam-nos a pensar que perante este aviso de destruição eminente,
algo de maravilhoso poderia ter ocorrido. Se por acaso tivesse ocorrido
a salvação destas cidades, como no caso dos Ninivitas, tudo leva a crer
que não teria havido qualquer destruição, nem enxofre, nem fogo dos céus
sobre estes povos. "...E será que sobrevindo-te todas estas coisas
...(maldição)...e te recordares delas ...onde o Senhor te lançar...e te
converteres...e deres ouvidos à Sua voz...então o Senhor te fará voltar
do teu cativeiro...e tornará a ajuntar-te...ainda que estejas para a
extremidade do Céu..."; e mais "...toma um rolo e escreve...talvez
ouvirão...todo o mal que Eu intento fazer-lhes para que cada um se
converta do seu mau caminho e Eu perdoe...". É interessante notar aqui
nestas duas passagens que a quem Deus promete destruição é-lhes dada
salvação; a quem Deus nada falou sobre destruição (foi Abraão que
deduziu das palavras do Senhor o que iria acontecer!), são integralmente
destruídos com fogo real e também eterno. Para bom entendedor, o sinal
de Jonas terá algo de reconfortante: esperança. A bênção está um pouco
escondida; "...Eis que hoje ponho diante de ti a bênção e a maldição...
E será que, sobrevindo-te todas estas coisas, a bênção e a maldição,
que tenho posto diante de ti, e te recordares delas... e te
converteres... e deres ouvidos à Sua voz... com todo o teu coração e com
toda a tua alma... Deus se apiedará de ti...",
(Deut.11:26;30:1). Temos
que ter a noção que a bênção (e a maldição), já estão postas diante de
nós. Saibamos, pois, que na bênção pode espreitar a maldição da parte
do Senhor; e na maldição, a bênção pode-nos visitar. É caso para
dizer para nem sempre crer no que o Senhor diz! Temos que crer naquilo
que já está diante de nós, acima de tudo. "...Sodoma e Gomorra...foram
postas por exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno...", também
como os Ninivitas (Jud.7).
"...À Lei e ao Testemunho..."
(Is.8:20), para que possamos ver a Alva!
E a Lei e o Testemunho é precisamente aquilo que está posto
diante de nós.
As pessoas andam como que adormecidas
neste planeta, casam e dão-se a casar, bebem e comem em ‘paz’ sem por um
minuto sequer, pararem para pensar na destruição que lhes está eminente
e os surpreenderá a qualquer momento. Como lemos em Salmos 73:
"certamente Tu os puseste em lugares escorregadios, ...como faz com um
sonho, acordam..." e em Jer. 23:12:
"...o seu caminho lhes será como
lugares escorregadios na escuridão: serão empurrados e cairão nele;
porque trarei sobre eles mal...". Por isso, será a vinda do Senhor, para
estes, sempre como um ladrão na noite, apanhando-os sempre de surpresa,
seja qual for a hora que o Senhor venha. Os crentes não sabem em que dia
isto ocorrerá, mas estes nem sequer pensam que isto lhes ocorrerá.
Parece que a única maneira de se assustarem, com uma remota hipótese de
salvação, é informá-los dum perigo eminente que se aproxima a olhos
vistos e duma forma irreversível. Alguém, duro de ouvidos, reage, por
vezes, de forma surpreendente quando vê a irredutibilidade de Quem o vai
julgar.
O sinal de Jonas tem, por isso, um certo
mistério reservado em forma de promessa e está escondido do olhar de
quem é duro de coração. Sabemos que quem não crê facilmente, alimenta-se
necessariamente de coisas que contrariam a fé. Crêem em sinais,
principalmente se estes lhes tocam. Uma pessoa que crê não deposita a
sua confiança em qualquer sinal da parte de Deus (como aconteceu com
Elias que não se amedrontou com o vento, nem com o tremor de terra, nem
com o fogo (1Reis19:8-14)),
porque sabe que Deus não está lá nesses
sinais de ira. Não a deposita, nem tal seria
possível de acontecer. Já o mesmo não se poderá dizer de quem não crê.
Porque uma pessoa descrente, depois de ajudada, poderá eventualmente
salvar-se, caso perca os medos que os rumores de outras doutrinas lhe
provocam, por não se aperceber que não se encontra Deus em qualquer
rumor, bom ou mau, mas sim ao pé de si e em qualquer parte
do mundo. Como está escrito: "esta palavra está muito perto de ti, na
tua boca e no teu coração (Deut. 30:14, Rom. 10:8)
"(por isso não a busques nunca longe de ti , principalmente onde
existem rumores!). Os ventos fortes e as ondas grandes das águas não servem
para mais nada, senão para turvar ou testar o entendimento de quem ainda
não vê a verdade e pensa ser dono da mesma, agindo com soberba. As
águas, ventos e rumores poderão, quando muito, ajudar a provocar uma
reacção de fé quando, ao sentir-se perdido, alguém veja a Mão que está
sempre estendida, desde a eternidade e que o pode alcançar onde quer que
esteja. O sinal de Jonas é, por isso, aquele que não se vê até sermos
salvos; e é o sinal do perdão e da segurança da salvação que foi
concluída no ponto mais extremo da criação de Deus: no inferno, onde o
Senhor ainda foi buscar quem ainda o poderia ouvir
(Mat.27:52,53)!
O sítio onde o Senhor passou três dias, serviu para demonstrar
o que é possível alcançar-se sob o sinal de Jonas. A mão estendida do
Senhor alcança qualquer um em qualquer sítio, nas mais extremas
condições de perdição. E também não deixa de ser verdade que, para quem
não crê (no Senhor e não nos sinais!), a salvação torna-se difícil e
turbulenta em qualquer recanto do mais belo paraíso e que mostre a olho
nu, qualquer sinal da extrema bondade do Senhor para com qualquer homem
em qualquer possível circunstância! Por estas razões serem factos
comprovados na extrema sabedoria do Senhor, qualquer outro sinal
afastaria quem quer que fosse duro de coração (e de certa maneira, somos
todos e por isso está escrito que "não há quem faça o bem, não há um
só"), da Mão salvadora do Senhor. Por isso, caro leitor, quando tudo
estiver escuro à sua volta, lembre-se que existe sempre o sinal que
assinala a luz em pleno dia, e em extremas trevas também: o do
perdão - quando nos arrependemos e convertemos dos nossos males. É
verdade que é mais fácil ver luz quanto mais densas sejam as trevas, e
que quem se senta nos bancos das igrejas a acotovelarem-se na penumbra
da meia luz que têm, têm mais dificuldade em aceitar que estão perdidos.
Por isso, disse o Senhor: "se a luz que em ti há são trevas, quão
grandes serão tais trevas!".
Não será demais tornar a lembrar então,
que em qualquer circunstancia existe sempre a hipótese de absoluto
perdão na nossa plena conversão (e apenas nela!). Se uma pessoa que
sempre pensou estar salva, de repente se sente perdida, vêm as duvidas
em proporções redobradas e na mesma medida das trevas existentes em si.
E se o Senhor disse "quão grandes serão tais trevas", eu diria às
pessoas apanhadas nestas circunstâncias "quão grandes serão as dúvidas".
E por esta razão, propus-me introduzir como capítulo introdutório algo
que fizesse crer a alguém, que decerto será assolado por muitas e
variadíssimas duvidas (ou certezas!), ao ler os próximos capítulos, que
é no fundo a razão de estarmos aqui de volta do que estou a
escrever: a salvação de que fala Mat.1:21.
A si, caro leitor, convido-o
então, a ler o que se segue na esperança de que duvide da doutrina que
tem ouvido e que, re-análise as suas certezas, visto estarmos aqui a
lidar com coisas bastante sérias e que decidirão a sua e a minha
eternidade, e eventualmente, a de quem vier a crer através de nós,
porque os filhos herdam sempre os genes dos pais. Tal como Cristo deu a
Sua vida para tornar a tomá-la, assim lhe peço que faça com as suas
certezas. Aconteça o que acontecer, lembre-se que ainda está de pé o
possível recurso ao sinal de Jonas. Está e estará sempre porque Deus
é grande!
CAPÍTULO 2
O PECADO - O QUE NÃO É PECADO.
"...ELE SALVARÁ O SEU POVO DOS SEUS PECADOS"
Para melhor sabermos o que realmente é
pecado, falemos antes, com algum detalhe daquilo que não é pecado.
Não é pecado, por exemplo, amar a Deus de
todo o nosso coração, com todas as nossas forças, com toda a nossa alma.
(Pregam em muitos sítios que tal é uma tarefa, para alguns apenas
difícil e para outros, simplesmente impossível. Tal não é verdade, e,
mais adiante o demonstrarei). Não é pecado, por exemplo, quando nos
faltarem as forças e só nos restar um ultimo e mínimo fôlego, termos a
noção e o discernimento de usá-lo para olhar para Deus e não para
desistir. Porque para desistir também se usam forças, ou desistir
não fosse uma forma de luta contra o Espírito Santo.
Não desistindo, ouviremos as palavras do
Senhor, " ...bem está servo bom e fiel, sobre o pouco foste fiel, sobre
o muito te colocarei - entra no gozo do Senhor... (Mat.25:21,23)". E quem
desiste terá necessariamente de usar essa réstia de fôlego, (ou muito
mais!), para o poder fazer, porque, o Espírito Santo, não desiste de dar
luta assim sem mais nem menos.
O Senhor alerta-nos para o facto de ser
mais fácil suportar o Seu fardo, vivendo n’Ele, do que mantermos uma
luta contra Ele. Por isso disse a Paulo, "...duro é para ti recalcitrar
contra os aguilhões...". Porque, enquanto nos parecer ser difícil a vida
em Cristo, pode dar-se o caso de o ser simplesmente por estarmos a
resisti-Lo sem saber, ou porque o masoquismo de certa forma nos atrai,
para daí tirarmos louvores para a carne. É preciso termos o cuidado de
pararmos para rever as nossas pisadas, quando na nossa vida começarem a
aparecer aguilhões. Tomemos nota que a vida em comunhão com Deus não é
difícil ou não diria o Senhor "...o meu jugo é suave e o meu fardo é
leve...", "...este mandamento não te é difícil, nem está longe de
ti...". E Ele chama de oprimidos precisamente quem O resiste, porque
senão porque estaria alguém oprimido senão porque o Espírito Santo
resiste ao pecado de quem pode escutar a Sua voz? O Seu jugo só se torna
difícil para quem se agarra ao pecado.
Por isso não aceito de maneira nenhuma que
alguém me "anuncie outro evangelho senão aquele" que diz que "nem um
jota nem um til se omitirá da Lei sem que tudo seja cumprido" em nós,
(Gal.1, Mat 5:17).
O que é bastante evidente, é que todos os
"evangelhos" em todo o mundo fazem de tudo para convencer que não é
possível cumprir a lei de Deus. Isto é um facto inegável. Todos eles
dizem o mesmo: o mesmo recital de asneiras, só que em musicais
diferentes. É como as moscas: em qualquer parte do planeta,
interessam-se pelo mesmo tipo de alimento; (desde que o seu cheiro seja
desagradável - isto é: lhes seja agradável!). O Senhor bem disse que
"onde estiver o cadáver aí se ajuntarão as águias". Por isso concordam
todos uns com os outros! Repartem o cadáver! Cuidado com estes
"evangelhos" que fazem uma ressonância, estranha à verdade, e mais grave
ainda, é contrária àquela que saiu da boca de Cristo! Será que, se João
Baptista entrasse nas sinagogas de hoje, não chamaria em alto tom e em
boa voz, "...raça de víboras..." a quem faz uso dos púlpitos para dizer
baboseiras? Esta raça de víboras do século vinte chega ao cumulo de
acreditar, e aceitar como verdadeiras, doutrinas que não só
dizem não ser possível viver como Deus quer, como chegam ao extremo de
expulsar das suas igrejas pessoas que buscam uma vida de plena comunhão
com Deus, ou, quando procuram não mostrar as suas unhas aguçadas e põem
as suas melhores caras, optam por ignorar, com aquele ar peculiar de
ofendidos, quem não se mostra convencido das suas doutrinas. Esta raça
de víboras e de "falsos doutores que introduzem heresias de perdição" e
que "levam atrás de si os mais incultos" e desprevenidos, vão ter de dar
contas ao Pastor, das ovelhas que oferecem ao leão para com ele
pactuarem e poderem viver em ‘paz’ com o pecado. Fazem pactos com
doutrinas de demónios e oferecem ovelhas como sacrifício selando assim a
sua traição à verdade, e tornam nula a doutrina do Evangelho; oferecem
ouro ao bandido pensando estar a fazer um favor a Deus e um serviço à
noiva de Cristo. Destes o Senhor diz "...curam a ferida do meu povo
levianamente, dizendo: paz, paz; quando não há paz...".
Pois, caro leitor, digo, falando não só
por experiência própria, mas mais importante ainda, olhando à luz
de Deus para a Sua palavra, que não se trata de uma questão de ser
possível ou não: é absolutamente vital, essencial e necessário abdicar
de tudo o que nos impede de cumprir a lei de Deus sob pena de
sermos achados em falta à lupa da Sua luz. Se acha que não é assim,
então dê mais atenção à leitura da Bíblia, e veja se por acaso não está
a ver fusco demais o evangelho que deveria ser Luz, e se não está a dar
a cor da morte ao evangelho que, em estado normal, seria Vida! Tenha
cuidado e veja como anda, limpe a sua casa para poder entrar, assim que
chegar, Quem bate à porta. Ele não tem particularmente nenhuma
afinidade, com a simples ideia de vir a cear no meio de bagunça e dentro
duma casa desordenada.
Não é pecado nem é crime nenhum buscar a
Deus com todo o nosso coração. Porque "bem-aventurados os que...O buscam
de todo o coração e não praticam iniquidade...". Hoje fala-se dentro das
igrejas duma maneira tão mundana e por vezes tão perversa, que quem lá
habita ou co-habita, não entende nada do que se passa no interior de
alguém que se propõe buscar o Senhor sem fingimentos, e tenta sair
daquela rotina enganadora que se criou no seio e no meio das sinagogas
actuais. Os pastores são quase sempre os primeiros a oporem-se ao que,
para eles, constitui uma doutrina nova. Importa porém, que "os que O
buscam O busquem em espírito e em verdade", sem sequer tentar fazê-lo
com fingimentos que agradam aos homens, mas, não a Deus.
Não é pecado confrontar aquilo que somos,
à Luz de Deus; confrontar com aquilo que as Escrituras acham que está em
conformidade com a vontade de Deus. E sendo obedientes à verdade,
"transformarmo-nos através do seu poder" numa criatura Nova e agradável
aos olhos de Quem nos criou com tanto carinho e dedicação. Porque razão
seria pecado ver abertamente e sem defesas, nem fingimentos, os nossos
pecados e confessá-los, um a um, muito principalmente os mais actuais,
aqueles que vivem connosco, crescem connosco, e não dão hipótese de
crescimento a qualquer cultura de verdade e vida que o Senhor da seara
quer ver crescer em nós? Porque é muito fácil dizer "Senhor perdoa-me os
meus pecados", assim muito no geral. Muito mais difícil será dizer
"Senhor perdoa-me porque fui grosseiro, porque tratei mal a minha irmã,
pai, mãe, prima; perdoa-me porque roubei isto ali e vou restituir
ao respectivo dono aquilo que lhe pertence". Você, que é crente, nunca
abdique duma confissão integral dos seus pecados e pecadinhos, à luz do
Espírito Santo, em pormenor, detalhada e especificamente ,
como dizem as escrituras: "Bem-aventurados aqueles que lavam as suas
vestiduras no sangue do Cordeiro, para que tenham direito à Arvore
da vida e possam entrar na cidade pelas portas". Muitos
tentam entrar pelas janelas e serão deitados fora. Lembro-me da historia
de alguém que buscava Deus incessantemente e não havia forma de O
encontrar. O homem em questão era honesto consigo próprio e não se
auto-convencia de já ter Deus sem precisar de O ter mesmo.
Numa certa noite teve um sonho onde Deus lhe mostrou que andava por um
caminho errante e morria de sede. De repente deparou-se com uma parede
em tijolos, da qual não via o seu fim, nem à direita, nem à esquerda.
Soube intuitivamente que, por detrás daquela parede havia da Água que há
muito buscava. Olhando para cima, para a parede altíssima, e para
os lados e não vendo o seu fim, logo depreendeu que seria impossível
chegar àquela Água escondida atrás daquele enorme muro. Antes de pensar
em desistir por desespero, lembrou-se de algo que tinha feito há muito
tempo atrás. Ao sentir-se mal e sem jeito com aquela repentina
‘lembrança’ de pecado, confessou-o. Mesmo antes de se sentir melhor, um
dos tijolos descolou-se e desapareceu para sempre para fora do alcance
da sua vista. Perplexo, pôs-se a tentar perceber aquele enigma e antes
de o conseguir, veio uma Voz, de detrás da parede, através duma Luz pelo
orifício deixado pelo tijolo que havia desaparecido, explicando-lhe o
que se estava a passar. Disse-lhe: "Esta parede foi edificada por ti.
Cada tijolo que aqui está, representa um pecado teu. Tu separastes-te de
Mim". Reparou, então, que todos os tijolos eram iguais e todos tinham o
mesmo tamanho. Para Deus não contava se os pecados eram grandes ou se
eram pequenos. Eram um tijolo, independentemente da dimensão de cada
pecado. Desnecessário será dizer qual foi a primeira coisa que ele se
propôs fazer, assim que acordou. E encontrou Deus na sua plenitude, logo
de seguida. E fazer o que ele fez, também não é pecado. Penso que é
absolutamente necessário fazê-lo sem demoras desnecessárias.
Também se vê que as pessoas se preocupam
muito em manter uma certa pose que não lhes é peculiar. Limpam e
relimpam o lado de fora do prato e negligenciam a parte principal: a de
dentro ! "...Ai de vós...que limpais o exterior do copo e do prato, mas
o interior está cheio de...iniquidade. ...Cego! Limpa primeiro o
interior do copo e do prato para que também o exterior fique limpo.
....Sepulcros caiados... por fora realmente formosos, mas interiormente,
estão cheios de...iniquidade...imundícia... hipocrisia.".
Isto vem nas Escrituras, não são mais do que palavras do Senhor!
A pessoa em questão no parágrafo anterior,
ainda não se tinha apercebido que Deus lhe dirigia estas palavras e
quando se apercebeu aceitou a repreensão e salvou-se. Ai de quem não a
aceite! É interessante ver que quem aceita a repreensão salva-se sempre
do pecado. E os fariseus só não se salvaram porque não aceitaram a
repreensão. O sinal de Jonas não teve para eles nenhum significado.
Embora tivessem chegado a ‘entender que falava deles’, o passo seguinte
é que foi desastrado: não aceitaram as chicotadas que só são dirigidas a
quem Ele ama. Não deixe de ver, caro leitor, que quando o Senhor fala
com alguém que seja, existe a possibilidade de salvação para a pessoa em
questão. Se assim não fosse, não abriria a Sua boca sequer! Ele bem
disse, acerca de alguns, ‘deixai-os, são lideres cegos’, e caem com eles
os cegos (que não vêem o sinal de Jonas, nomeadamente, ‘os publicanos e
as meretrizes creram; vós porém vendo isto - o tal sinal - nem
depois vos arrependestes para o crer.’). Existem, porém alguns
que vêm mesmo não crendo. A estes o Senhor dá-se ao trabalho de ainda
lhes dirigir a Palavra. Por isso não se deixe impressionar nem com a
maneira como Ele fala consigo, nem como fala com os outros. Lembre-se
sempre do sinal de Jonas! Nestes casos as Suas palavras só são
verdadeiras e irredutíveis para quem, mesmo assim, não se arrepende!
Também não é pecado amarmo-nos uns ao
outros como Deus nos amou. "Ama o teu próximo como a ti mesmo", não
deixa de ser uma coisa simples de se conseguir, bastando para isso
encontrar o Senhor. Mais adiante verificaremos que este amor não é
sentimento, mas sim uma forma de vida. Só porque as doutrinas e sermões
que ouvimos de alguém a quem devemos consideração, contrariam esta
‘tese’, não lhe vamos dar estatuto de impossibilidade.
O que Deus diz estar perfeitamente ao
nosso alcance, dizem as doutrinas que, quando muito, se deve tentar na
medida do possível. E por muito que nos custe acreditar, não só está ao
nosso alcance , como é absolutamente fundamental fazê-lo. Deixaremos nós
de acreditar e vamos desobedecer a Deus e obedecer aos homens", só
porque as suas doutrinas dizem o que dizem, ou só porque o que ouvimos
nos ‘convém’? A ilusão e a falsa doutrina pairam por aqui como uma névoa
malcheirosa e todos parecem aceitar o seu ‘perfume’ e cheiro a morte,
sem pensarem na possibilidade de ver o que Deus tem a dizer sobre este
assunto. Isto é o que a Bíblia chama de ‘doutrina de homens’. Assim se
chama porque impõem-na e porque lhes convém pensar assim. Tenhamos porém
a absoluta certeza que onde pairar esta doutrina pairará também a ira de
Deus, a menos que alguém se arrependa daquilo que aprendeu. Veja que
chegamos a uma situação de termos de nos arrepender das próprias
doutrinas das nossas igrejas! A que extremo de engano chegamos! (Por
favor, antes de discordar, leia atentamente o que afirmo com a maior das
convicções). Suponhamos que quando o Senhor diz " muitos virão e dirão
Senhor, Senhor, não comemos contigo, não falamos contigo", e Ele disser,
"Afastai-vos de Mim vós que praticais a iniquidade", não
estará propriamente a falar com o vizinho do lado, mas sim com quem vai
à igreja Domingo a Domingo, sem nunca se aperceber do cheiro da doutrina
à qual se agarra, por que lhe é familiar, a qual inala com dedicação e
prazer, só porque lhe convém? Dizem que basta aceitar Cristo e já está!
Como se não fosse necessário sermos aceites por Ele também, como um
"sacrifício vivo (não morto pelo pecado!) santo e agradável (que agrade)
a Deus". No fundo isto não é mais do que o nosso "culto racional
(isto é , normal, razoável!)". Não se deixem enganar, e "não vos
conformeis com este mundo mas transformai-vos...para
experimentardes... a boa vontade de Deus". (Só quem ainda
não experimentou é que por certo terá razões para
argumentar contra estes factos. É bom que tal pessoa experimente
primeiro o que é a Verdade lá muito dentro de si para ver se deixa de
falar de doutrinas e experimente o Sublime Senhor dos Céus duma vez por
todas!) Neste versículo (Rom. 12:1),
poderia substituir as palavras ‘a
boa vontade de Deus’ com ‘amar o teu próximo como a ti mesmo’ ou pelo
primeiro mandamento. A profundidade deste versículo mede-se, porém , na
palavra ‘experimentar’. Se ainda não
experimentou, experimente e verá que entenderá esta Linguagem do
Senhor. Não vá o Senhor dizer ‘errais, não conhecendo as Escrituras
nem o poder de Deus’!
Caro leitor , ISTO é verdadeiramente real!
Para quem quer conhecer a Deus tal qual
Ele é, não necessita ouvir sermão atrás de sermão, Domingo após Domingo,
mas sim experimentar este poder que não deixa duvidas a ninguém. Depois,
em vez de apontar o dedo aos que pregam estas doutrinas, ‘venda tudo o
que tem para poder comprar a terra onde está este tesouro’. Ele é real,
belo, e transforma quem quer que "venha beber desta água", que, com o
tempo e na paciência do Senhor, se transformará em "rios de água viva
que saltam para a vida eterna". A pessoa que experimenta
este poder, nunca mais será a mesma e não necessitará que lhe expliquem
o que se passa dentro dela porque "...não ensinará alguém mais o seu
próximo...todos Me conhecerão desde o mais pequeno até ao maior..."
"...assim diz o Senhor que dá o sol para luz do dia...o Senhor dos
exércitos é o Seu Nome". "...Porei a Minha lei no seu interior e a
escreverei no seu coração...". Prezado leitor - será que estas palavras
tiradas do livro de Jeremias lhe deixam alguma réstia de duvida? Senão
veja que Ele está à porta, e bate, e gostaria de ser ouvido. É
interessante verificar que este versículo ‘Eu estou à porta e bato’ foi
dirigido pelo Senhor a uma igreja! E nós usámo-lo para chamar descrentes
à salvação...! Não desvirtuemos, pois, a verdade do Senhor. O versículo
que estamos a estudar diz que Ele virá salvar o seu povo
dos seus pecados. Ou será que, como aconteceu no tempo dos profetas,
dirá: "nada disto nos ocorrerá", "somos um povo escolhido (salvo!)", os
profetas estão enganados! E acabaram por matá-los, pensado que
estavam a fazer um favor a Deus. Quantas
semelhanças com esta geração actual, onde o mesmo já se passou inúmeras
vezes. Por isso está escrito: "...ide, eis que vos mando como cordeiros
ao meio de lobos". "A luz veio...aos Seus...e não O
aceitaram...porque amaram as trevas mais que à luz...". Vemos aqui esta
tendência que perdura há séculos, que é, O SEU POVO a amar mais
as trevas que a luz. E pior que isso: sentem-se bem instalados lá, não
crendo que algo de mal lhes possa ocorrer. Por isso, quando o Senhor
vier, será para eles como um ladrão na noite! É interessante ver quantas
parábolas o Senhor dedicou a avisar "servos" e discípulos seus, chamando
alguns de maus. Mais de metade das parábolas (se não todas!) são
dedicadas a quem ouve.
Existem muitas heresias de facto, mas uma
delas é comum em todas as igrejas: evangélicas, apostólicas, romanas,
portuguesas ou americanas; todas dizem ser impossível viver uma vida
pura "com alegria e singeleza de coração". Profanam a verdade de Deus
como profanaram o Seu templo quando o mataram. Sem querer estar a
repetir-me, reafirmo aqui e agora, que, não só é possível: é
absolutamente necessário cumprir a lei de Deus. Não se deixe enganar
"consultando a carne e o sangue" porque a única verdade e o único
verdadeiro desta história, é Aquele que diz "...ensinar-te-ei e
instruir-te-ei o caminho que deves seguir...", "...vinde a Mim e
aprendei de Mim que Eu sou manso e humilde de coração...e
encontrareis descanso...".
Porque seria impossível viver em pureza de
coração se Cristo disse que só "os limpos de coração verão a Deus"
(Mat.5:8)?
Ou será que a Bíblia se contradiz? Se a Bíblia não se contradiz,
então quem é que se está a contradizer? Vemos, pois, e bem explícito,
que a única condição para ver Deus é ser limpo de coração
(Salmos 24:3,4).
E a maneira de ser limpo de coração é conhecer Cristo. "...Ele
salvará..." . Que promessa!!! " E não digas no teu coração Quem
subirá ao Céu...mas a palavra está junto de ti, na tua boca e no teu
coração...". Ele não prometeu por a sua lei nos nossos corações tal como
escreveu nas tábuas de pedra que entregou a Moisés? Se com a tua boca
confessares... serás salvo...". De quê? Ora aí está!!! Do pecado!
Não duvide. É possível. Tudo é possível
para aquele que crê. Até Pedro exclamou admirado e impotente quando se
apercebeu daquilo que de facto o Senhor lhe estava a pedir. E por várias
vezes ele se surpreendeu com situações destas. Numa delas disse: "logo
quem pode salvar-se?" Quantas vezes será preciso dizer que "estreita é a
porta que nos leva à salvação"? Se não acredita nisto como acreditará
que "grande é a salvação" com que o Senhor nos salva? E
como acreditará que "tudo é possível para aquele que crê", e que "as
coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus"
(Luc.18:24,27)?
A porta é deveras estreita, mas sabemos quão forte é o
Senhor. Se não sabe que a porta é estreita como saberá quão forte é o
Senhor? Esta é outra falsa doutrina.
Pregam que não é preciso experimentar o
Seu poder para se estar salvo. Se a porta não é estreita, ou se a fazem
mais larga do que é, então o poder com que salvam as pessoas não tem de
ser assim tão milagrosamente poderoso! Para quê? Por outro lado, se não
se manifesta qualquer poder, é porque estão num portão de engano de todo
tamanho e não na porta estreita, que é a única que leva à salvação!
Também não é pecado acreditar que a porta
é estreita e que poucos há que a encontram. Pecado será levar estas
palavras do Senhor levianamente, não acreditando nelas! Não é pecado
acreditar no Senhor, naquilo que Ele disse. Em lado nenhum, porém disse
Ele que no Seu reino seria permitido entrar quem não cumprisse a lei de
Deus. Em lado nenhum! E ai de quem assim diga ou assim ensine aos homens
sem nada lhes dizer, pactuando apenas com o mal! Lideres cegos que "dão
ouvidos a doutrinas de demónios pela hipocrisia dos homens que falam
mentira...". Por isso concordam todos uns com os outros!! Estes
hipócritas dão asas ao pecado através da sua pregação, e este voa
livremente por tudo o que é igreja, sem que alguém se insurja contra
este poder maligno. Lisonjeiam-se uns aos outros e escolhem ser
hipócritas em vez de enfrentarem estes touros de cornos aguçados que
destroem muitas vidas em tudo o que é reunião de crentes. Lobos vestidos
de cordeiros "fazem naufrágio na fé", dispersam e semeiam as suas
doutrinas por tudo quanto é sítio, porque, dizem eles, é o mandamento de
Deus pregar o ‘evangelho’. Por isso esses seus evangelhos têm o seu
poder nulo. Se andassem nos caminhos do Senhor teriam tanto ou mais
poder que os apóstolos e igual! Como o Senhor não confia nos seus
evangelhos, também não lhes confia o Seu poder; antes pelo contrário
retira-lhes o pouco que ainda têm. Andam vestidos com a aparência de
verdade e preferem não discordar da mentira para não terem eles próprios
de ouvir a verdade. Insurgem-se contra tudo o que é sã doutrina só
porque não lhes convém ouvir umas certas verdades. Descansem até ao dia
do Juízo! Aí tudo será exposto e o joio será separado do trigo. Nesse
dia, a verdade triunfará e haverá muitos surpreendidos. Como o Senhor
disse de alguém que foi apanhado neste barco: ‘ele emudeceu’. Quantas
vezes o Senhor avisou, enquanto pregou, para que nunca fossemos
apanhados de surpresa!? Até lá caro ouvinte-praticante da verdade,
não escute quem ‘grita alto nas ruas e quem quebra a cana trilhada e
apaga o pavio que fumega e em mentira não produz juízo’
(Is 42:2,3). A
verdade não lhes convém porque "agradam mais aos homens que a Deus" e
preferem lisonjear-se, a praticarem a verdade diante da luz do Senhor
Que nada esconde daquele que o busca com todo o seu coração, em verdade
e em espírito!!
Existe uma razão deliberada de incluir
aqui este capítulo. É que existem pessoas que pensam mal de quem tenta
cumprir. Estou a dizer que há quem trate os que assim falam como néscios
e anti-salvação só porque gostariam de ver Deus de forma mais real nas
suas vidas, o que, convenhamos, não é pecado. As pessoas que buscam a
verdade de todo o coração são frequentemente ultrajadas dentro das
igrejas e por esta razão resolvi aqui dizer que estas coisas não são
pecado. Não precisam temer nada de quem só busca e fala a
verdade. O QUE FAZEM NÃO É PECADO!!!!
CAPITULO 3
0 SEU POVO
"...ELE SALVARÁ O
SEU POVO DOS SEUS PECADOS". (MAT 1:21)
Independentemente do que se possa pensar
por aí, este versículo fala da salvação como algo destinado ao Seu povo
e "a todos os que vierem depois" dos primogénitos da fé. Será isto
absurdo? Não, se pensarmos um pouco sobre o que realmente é a salvação.
Agora, se aceitarmos de qualquer um qualquer evangelho que, por turvo
seja, ou por parecido que seja com a Verdade, é obvio que teremos alguma
relutância em aceitar esta estonteante verdade. A Salvação diz respeito
a quem crê e não a quem não crê, destina-se a quem se chama Seu povo.
"Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os
que estão longe; a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar". Será que já
se deu ao trabalho de pensar nisto sem ideias pré-concebidas,
auto-defensoras, destituidoras da verdade que o Senhor nos trouxe e pela
qual morreu, dando o que de mais precioso tinha?
Ouvimos falar aqui que Deus veio salvar o
seu povo. Aqueles que crêem. Mas as palavras do Senhor nem sempre são
favoráveis a esse povo. Em muitos sítios vemos o Senhor destruir quem
não Lhe obedece, pensando Ele que deveriam saber melhor e deixar de
andar conforme os seus próprios caminhos. "...Este povo maligno... que
caminha segundo o seu coração...". Se caminha não é uma coisa que
lhes dá de vez em quando!! Não! O que lhes dá de vez em quando, é
pensarem em Quem os criou, principalmente quando estão aflitos!
Esta coisa dos rebanhos sempre causou
grandes questões. Com um Bom Pastor, a única maneira de chegar a ele é
entrar por outro lugar que não a Porta. Ora vejamos quem é o
rebanho, e porque se dispersa.
Embora existam muitas versões sobre o que
é o povo de Deus (o que serve apenas para dificultar o caminho a quem
procura e pouco ou nada vê, e, para alguns se sentirem salvos e fortes
só porque lhes é ensinado por pessoas do próprio clã, que são o
povo de Deus), o que a Bíblia nos mostra e o que o Senhor nos revela, é
simples e conciso. Há quem confunda a verdade vendo tudo fusco por causa
das muitas doutrinas inventadas. (E muitos vão prestar contas a Deus por
estas almas que por sua culpa se vão perdendo!). Depois há quem veja
alguma sombra de verdade nos evangelhos expostos por aí, mesmo nada
vendo de verdade nas vidas sem poder de quem os apregoa. Por isso diz
Paulo, "tendo a semelhança de verdade mas negando a sua eficácia (o seu
poder!!)". Esses clãs mantêm-se unidos porque se convencem mutuamente
que pertencem ao Rebanho. "...Vós que praticais a iniquidade", saibam
que ficarão de fora do Seu Reino se não vos arrependerdes!
Existem duas formas de ler a palavra
‘povo’. Uma diz respeito aos seus eleitos que vivem com Ele para todo o
sempre. Outros são os que ainda cá vivem na terra. Sobre os primeiros
(que não são os mencionados neste versículo), diremos apenas que são
seres vivos, já salvos, e por quem já nada podemos fazer, mesmo que já
nada seja necessário, ser feito, da nossa parte pelo menos. Antes da
morte do Senhor muitos ainda esperavam pela redenção da Cruz. Quer dizer
que alguns já são os escolhidos e que outros ainda estão em vias de o
ser. Quando o Senhor vier, na Sua glória, fará uma ultima selecção desta
presente geração, porque "os pecados de alguns homens são manifestos,
precedendo o juízo; e em alguns manifesta-se depois",
(1Tim.5:24,25). Aos
que ainda estão em vias de o ser é dirigido este versículo.
Para Deus, no entanto, existe apenas
quem se diz povo d’Ele e quem é povo d’Ele, por muito que nos
custe aceitar tal facto mais que consumado e assumido. Existem as
ovelhas e as imitações de ovelhas, e cabe-nos a nós distingui-las e
separá-las umas das outras pelas obras que numas são naturais, e noutras
são um tanto ou quanto difíceis de praticar. Apesar de, através da
doutrina que pregam se conseguir ver bem o que são, há uma tendência
crescente nas igrejas evangélicas de hoje em introduzirem as heresias
que vêm com as pessoas, para, pensam eles, ficarem com as pessoas. Só
que acabam por ficar com a sã doutrina alterada, e não se apercebem que
têm em si mesmos o seu próprio castigo: a ausência de qualquer réstia de
verdadeiro poder para demonstrarem a verdade a quem querem converter às
suas ideias. Acabam matando e extinguindo o poder que Ele nos mandou da
parte do Pai. E os que demonstram poder em certas manifestações de
prodígios pouco claros, exercem sobre si e sobre quem os ouve, poderes
malignos e de algum exibicionismo, onde o anjo da luz aproveita para
‘demonstrar’ que quem vive em pecado ‘tem’ a verdade. São prodigiosos
mas não se conseguem ver livres dos muitos pecados que os assolam dia
após dia, hora após hora! O mandamento do Senhor e dos apóstolos é
claro: manter a chama da verdade acima de qualquer suspeita. Veja-se
como o Senhor preferia perder os seus discípulos a condescender com a
verdade. Chegou a perguntar aos doze: "Quereis vós também retirar-vos?",
isto depois de muitos já se terem retirado e abandonado o Senhor. Se
alterarmos a verdade, nada mais nos vai restar e as imitações de ovelhas
vão proliferar por aí.
O grande problema não será os discípulos
abandonarem o Senhor, porque eles não têm para onde ir. Quem tem para
onde ir é o Senhor e Ele se for, muitas vezes não volta e se voltar será
para julgar.
As demonstrações de poder das quais falo,
não visam a salvação mas sim a condenação de quem a ele se apega através
de muitos delírios. Onde o pecado permanece enraizado, o poder é
definitivamente de origem maligna e é de baixo e para lá leva quem a ele
se entrega. Onde entra o poder de Deus sai o pecado, a bem ou a mal! Se
estes não saem do pecado, o que serve e a quem serve este poder? Não é
terreno - é infernal!!!
È circunstancial mas infernal. Vê-se
pessoas dessas tornarem-se tão agressivas ao serem expostas, que se não
fosse verdade não acreditaria! Os seus frutos são malignos e só se
assemelham aos frutos reais enquanto não se expõe a sua origem terrena e
diabólica. Esses poderes não têm, porém, qualquer efeito sobre quem tem
uma vida pura e purificada diante de Deus. Qualquer crente que esteja em
plena comunhão ou em fase de reconciliação com Deus, supera em mil vezes
estes poderes malignos que ardem com o fogo vindo do inferno e, ao mesmo
tempo, andam de Bíblia na mão.
"Não temas ó pequeno rebanho", se aquilo
que aqui se escreve te provoca insegurança por ser diferente do que até
agora se ouviu nas ruas da mentira. Ao nosso Pai agradou-Lhe dar-nos o
Reino. É bom que tenhamos as bases bem firmes naquilo que acreditamos,
para que a esperança não seja falsa e fundamentada em alicerces de
palha. Se esta insegurança e intranquilidade é o caminho para a certeza
e para a segurança, desde já proclamo que é bom que tal lhe bata à
porta! Ter esperança só por tê-la, não nos faz melhores que aqueles que
vivem só por viver. Se a esperança provém duma falsa doutrina, ora seja
bem vinda a intranquilidade. Assim pode ser substituída por uma
verdadeira, que provém da Vida que Ele em nós implanta. E esta Esperança
que toma o seu posto em nós, não é falsa, e, como Paulo diz, "a
Esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em
nossos corações, pelo Espírito Santo que nos foi dado", (Rom. 5:5). Com
esta confiança, permita-se Ouvir a Doutrina que, como também disse
Paulo, ‘vos é anunciada desde o princípio da Criação’.
A dureza dos corações dessas pessoas
fazem-nos aceitar um qualquer poder que se lhes apareça dentro das suas
congregações. Eles até se podem considerar povo de Deus; mas se não se
livrarem dessas manifestações de poder, nunca verão a alva.
É preciso, pois, manter distancia de quem
vive dentro desses ambientes carregados de trevas pouco lúcidas. Essas
manifestações carregam uma aura de perdição e só se manifestam porque
quem os quer, vive em plena agonia e busca algo com que se libertar
dessa agonia. Nós sabemos, porém, que a agonia desapareceria se
confessassem o que os atormenta e se se convertessem nunca se
entregariam a ‘libertações’ fictícias como essas que apenas visam manter
quem peca, pouco lúcidos acerca do seu estado pecaminoso diante de Deus.
A verdadeira libertação provém duma confissão integral e sentida por
parte de quem peca. Ora, para evitarem essa cirurgia dolorosa, muitos se
entregam a essas manifestações de libertação fictícia. Voltemos às bases
do arrependimento e da conversão para que estes não se proliferem da
maneira impune que lhes dá a sua força. Talvez o Senhor faça de algumas
dessas pedras, filhos de Abraão.
Voltando ao povo de Deus, nota-se que
sempre foi durinho de coração, salvo algumas excepções. Os apóstolos e a
sua semente espiritual, fazem parte dessa excepção. De resto vemos que
muitas e inúmeras vezes, o Senhor tem tentado ajuntar debaixo das suas
asas, como uma galinha faz com os seus pintos, um povo insubordinado e
duro de ouvidos. Mas a condição é que andem nos Seus caminhos e
parece-me que se lhes pede o "impossível". Por esta razão muitos ficarão
de fora do Seu Reino - e também por se crerem ‘salvos’ e pensarem que o
Senhor os aceitará sem ser necessário estarem salvos do pecado.
Pura ilusão, diga-se, porque a Bíblia é bem clara sobre este assunto,
embora a verdade tenha sido deturpada por ‘doutores da lei amantes de si
mesmos’. Quem não quiser aceitar esta Versão, que não o faça, e depois
dará contas de si mesmo a Quem, depois, não terá misericórdia.
O que significariam então as palavras do
Senhor que dizem: "e também agora está posto o machado à raiz das
arvores", ou: "em Sua mão tem a pá e limpará a Sua eira e recolherá no
Celeiro o Seu trigo e queimará a palha com fogo que nunca mais se
apagará"? É importante aqui também lembrar o sinal de Jonas. O
sinal de Jonas é precisamente um sinal para quem pensa que, o que o
Senhor diz, é para outros e não para ele. "Não penseis de vós mesmos que
sois filhos de Abraão, porque o Senhor pode das pedras fazer filhos de
Abraão". O sinal é para quem pensa que se fala nestes termos, só quando se
dirige a palavra aos fariseus. Puro engano!! Fala-se nestes termos
para quem pensa como os fariseus. E os fariseus pensam que Deus
só fala assim para os outros! E os fariseus sempre pensaram que já não
precisavam de qualquer salvação. E igual a estes há muitos por aí,
muitos mais do que se possa pensar! Um dos piores males do povo de Deus
é a ilusão com que foram criados desde pequeninos. Depois quando se
convertem à verdade, não largam as ilusões de grandeza e de tristeza que
era os seus nutrientes fortalecedores antes de conhecerem a verdade, e,
olhando continuamente para trás, viram pilares de mentira com o
evangelho pregado ao peito. Por essa razão, a ilusão enche a cabeça das
pessoas deste mundo. Fazem uma mistura tal, de evangelho teórico com uma
vivência de pecados diários, que já não distinguem o verdadeiro do
falso. Depois, por lhes ser tão familiar, essa ilusão é transportada
para os assentos das igrejas e ninguém se apercebe que é destrutiva e
maléfica.
A partir daí, é fácil acreditar que Deus
será alguém que lhes vai satisfazer todo e qualquer capricho mais ou
menos arrojado. De seguida, adormecem ao som do evangelho e sonham com
um paraíso que nunca será seu. Depois, como Deus não lhes satisfaz
qualquer tipo de egoísmos, esses adormecidos, insistem e esforçam-se
tanto por acreditar que Deus é pai de egoístas, que são entregues ao pai
da mentira para se sentirem enganados e incoerentes, a ver se se
corrigem daquilo que os faz tropeçar. Porém, quase nunca aprendem. O
melhor por vezes, é entregá-los mesmo aos poderes que lhe são familiares
para que o cadáver tenha mais umas águias à sua volta. Assim a verdade
ver-se-à livre para florescer sem sobressaltos e em paz de espírito.
O Senhor fala em diversas ocasiões, tal
como os apóstolos advertem inúmeras vezes nas suas epístolas, para
termos a cautela de não adormecermos ao som do evangelho. "Vigiai e
orai", foi o que nos ordenou Quem passou por tudo o que nós
possivelmente poderíamos passar. "Não vos deixeis surpreender", quererá
dizer-nos o Senhor, e, como as dez virgens, mesmo sendo virgens e à
espera do Noivo, não resistiram à sua própria sonolência e acabaram por
ficar de fora do Reino de Deus, tenhamos em mente que o mesmo nos poderá
ocorrer. Uma das formas de adormecer ao som do que é bonito de se ouvir,
é acreditarmos piamente que estamos livres de ser achados culpados das
coisas, prazeres e pecados que ainda persistimos em manter nas nossas
vidas. Tenhamos cautela quanto baste "porque Eu virei como um ladrão na
noite", disse o Senhor que nunca mente.
A ilusão inibe quem quer ser são diante de
Deus. Permite-lhes todo o tipo de surpresa e confunde ao ponto de não se
ver que o pecado nos separa de Deus. Passa tudo a ser uma brincadeira
alegre com um fim triste para quem a brinca. Depois, os mais ‘sérios’
pensam que pela sua ‘seriedade’ se salvarão. Deus, porém, só busca os
limpos de coração; e enquanto alguns brincam, outros fazem-se sérios.
Imaginam para si um deus em tudo ‘igual’ ao verdadeiro, põem-no no altar
das suas cabecinhas, e vivem com ele dia a dia sem nunca pensar que o
Senhor abomina que se fale d’Ele com aquele espírito leviano e sem
condições de ver o Verdadeiro Deus Santo e puro. A Sua realidade
confunde os menos preparados e por isso se formam as religiões: as
pessoas só gostam d’Ele se for mítico e levemente imaginário. Falam de
um Deus que, vê-se estar longe das suas vidas. Até quando permitirá que
Jesus seja apenas seja uma espécie de lenda para si? Se Ele é
verdadeiro, que se torne real na sua vida duma vez por todas!
Pare para pensar um pouco neste Deus que
conquistou a vida de muitos através do Seu poder, que prometeu dar-lhe
uma vida nova, que pode transformar o mundo inteiro (e mais se for
preciso!) num abrir e fechar de olhos. Se este Deus não for real na sua
vida, (e quando digo real levo-o mesmo à letra!), a sua vida, por muito
religiosa que seja, não lhe vale de nada! A doutrina até pode ser da
mais pura que houver, mas se Ele não lhe der o Seu sopro de Vida, essa
doutrina não alcança qualquer prodígio que seja, na sua vida! E o que
Deus tem para nos dar é mais real do que se possa pensar. Não é ilusão!
É um prodígio de realidade, pura, sã e bela. Verifique se é isto que
tem; nada perde em certificar-se disso.
Quem vive em pecado e ‘crê’ em Deus
contradiz-se. "Qualquer que peca não O viu nem o conheceu", (1João3:6).
Quando o Senhor diz que ‘pelas obras os conhecereis’, fala da obra do
Espírito Santo em tais vidas, porque são inimitáveis. Por isso diz Paulo
em tom de desafio aos pregadores da circuncisão de então, "...então
veremos, não as palavras, mas a virtude dos que andam inchados..."
(1Cor4:19,20),
sabendo de antemão que eles não estariam em conformidade
com a verdade e consequentemente o Espírito não iria fortalecer e
abençoar as suas obras; não seriam ovelhas, mas sim carneiros à procura
de um harém de ovelhas que lhes obedeçam sem impedimentos da parte da
verdade, ou de quem a prega.Quem prega sem o poder de Deus, não sabe o
que faz e será condenado, a menos que se arrependa antes de se encontrar
com o Salvador.
Quem se diz povo de Deus e diz que tem de
‘acreditar’ que tem o Espírito Santo, carrega consigo uma heresia de
todo o tamanho. Não deixando de ser verdade, porém, que temos de crer, o
Espírito Santo é muito mais real do que essas pessoas apregoam! Ou não
fosse Ele o Criador do Mundo! Lá por ser invisível não quer dizer que
seja distante ou irreal para quem está limpo de coração e do seu pecado!
Espero não estar a confundir ninguém -
essa não é a minha intenção. Por alguma razão o Senhor não lhes confia o
Seu poder. Por verdadeira que sejam as suas doutrinas, pelo espírito que
têm se verá se Deus está com eles ou não. Não importará as suas
doutrinas; o que é importante será se as suas vidas estão expostas ao
seu Criador ou não - isso é que conta. O que quero aqui frisar é que
desde aquele que tem a sã doutrina, àquele que se serve da idolatria
para acalmar a sua consciência, e mostrarem assim que crêem, são levados
pela ilusão. Um tem um deus imaginário e teoricamente verdadeiro; o
outro tem um de porcelana ou de barro; qual a
diferença? Se são ambos irreais!?
A diferença é que é mais fácil convencer
um idólatra do seu erro, do que alguém que prega a verdade. O idólatra
sabe que está errado; o pregador de verdade não aceita que está errado.
Só o aceitará se se humilhar e ouvir um pouco o Senhor e deixar de
consultar a carne e o sangue, por muito amigos que sejam. E quanto mais
se aproximar o fim desta geração, mais eles se vão aceitar uns aos
outros, aceitando até as suas diferenças de opinião, porque tem o mesmo
tipo de coração, e corre nas suas veias sangue com o mesmo veneno (a
IRREALIDADE de poder ‘divino’), só que tipos diferentes; se um é A,
outro é O ou B.
A ilusão dá uma força tal ao pecado, que
as pessoas vivem-na como se de realidade se tratasse. O pecado, por sua
vez, dá esperança à ilusão contando-lhe baboseiras sem fim. Este síclo
de ilusão pecado e de pecado ilusão só terminará com a vinda do Senhor.
A vinda do Senhor, tanto a que acontecerá no fim do mundo como a que
acontece nas vidas de quem O encontra, põem fim a este síclo maldito de
compensação mutua entre pecado e ilusão. Essa vinda do Senhor (a que
ocorre agora e é muito real!), será a única que vem justificar o pecador
perante Deus e os Seus Santos. Justificar no verdadeiro sentido da
palavra, isto é curar do mal que é e será o pecado, não só o de hoje,
mas sim qualquer que ainda possa vir. A cura divinal da alma dos que O
levam consigo, é tão fantástica que ninguém se mantém indiferente
perante um cenário tão repleto de realidade como é este. Não aceite
qualquer outro evangelho, porque não sabe o que está a perder, para além
de poder perder a própria vida eterna - e quem não tiver poder para
deixar de pecar não poderá de maneira alguma contar com ela. A realidade
que é o poder de Deus, vem-nos salvar precisamente daquilo que é pecado,
quer o aceitemos como tal, quer não, quer acreditemos que é pecado quer
não! Sem este poder não será limpo o seu coração, e só os limpos de
coração verão Deus. Por isso não alimente ilusões acerca da sua salvação
porque ilusões com Deus não existirão nunca!
O pior que acontece aqui é, os lideres
religiosos propagarem padrões facilmente aceites por quem não tem
qualquer desejo de deixar de pecar. Em vez disso deviam, isso sim, era
mostrar-lhes que estarão condenados para sempre enquanto persistirem no
pecado. Não se lembram do sinal de Jonas! Têm medo de assustar as
pessoas com a realidade. Deixam-nas viver as suas ilusões a todo o
custo, e mesmo que oiçam a verdade, tentam viver à sua maneira. Mas a
consciência atrapalha um pouco, e então desenvolvem-se padrões de vida
que admitem o pecado, com ou sem limites, nas vidas das pessoas e
dão-lhes cor evangélica, e quem ouve, começa a viver crendo que o que as
salva é o culto. São religiosos, logo estão salvos. Essa dita salvação
passa a ser uma suposta salvação do inferno, e cresce essa ideia e
faz-se arvore e distribui os seus frutos a quem passa e colhe. Quem come
desse fruto apetecido, passa a pensar que já nada tem a temer, que sabe
tudo, e tem a certeza que o inferno deixa de ser uma ameaça. Afirmo
aqui, porém, com base nas Escrituras, que Cristo não veio salvar do
inferno. Foi Ele Quem criou o inferno! Ninguém se salva
directamente do inferno. A salvação do inferno é tão somente uma
consequência duma outra salvação: quem a não tiver agora, não se livrará
nunca da Morte Eterna! E é dessa salvação é que eu quero falar, porque a
outra é uma utopia para quem não toma a sua cruz agora para seguir o
Senhor para o seu próprio calvário. E pode crer até mudar de cor, que
isso de nada lhe servirá!
O grande problema da igreja actual, é que os
novos crentes, ao buscarem Deus, seguem o exemplo de vida dos crentes,
(que não será lá muito profunda nem real), com que passam a conviver
depois de ouvirem a doutrina que ouvirem.
Há padrões que se criaram, e ainda criam,
os quais os corações preservam, nutrem e mantêm vivos a qualquer custo,
e deles não abdicam até aquele momento que encontram a verdade. Aí
vende-se tudo o que de mentira e ‘verdade’ possuem, e trocam o seu valor
pelo tesouro que acabam de descobrir. Convenhamos que não é fácil
trocarmos tudo em que acreditamos e tínhamos, por um tesouro
recém-descoberto. E se as pessoas aceitam um certo evangelho
precisamente porque estavam erradas antes, muito dificilmente aceitarão
outro que seja o verdadeiro. (Daí que tenhamos de ter o cuidado de
não ceder um milímetro que seja com a verdade no momento em que alguém
entra pela primeira vez em contacto com o Evangelho). As pessoas que
nos circundam logo pensarão que enlouquecemos, e isso pode afectar muita
gente, matando o bebé à nascença. Mas o que tem de ser feito não pode
esperar. Por isso o Senhor disse que a pessoa em questão vai, vende
tudo, sem dizer nada a ninguém, e depois alegra-se muito com o seu
tesouro recém-comprado. Nesta alegria cresce e a sementinha mais
pequenina do mundo desenvolve-se numa grande árvore, que mais tarde
serve muito à obra do Senhor. Assim é a fé. Ao encontrarmos a verdade,
os padrões mudam. O que era negro passa a ser branco e nas trevas faz-se
luz. Essa luz dá-nos o alvor duma nova vida e habituamo-nos a desejar
que se faça mais dia para que O possamos ver melhor. "...E nós...que
temos as primícias do Espírito...gememos em nós mesmos, esperando a
adopção...e se esperamos o que não vemos (mas temos!), com paciência o
esperamos".
Para além dos falsos padrões de vida que
são criados, criam-se jardins de mentira onde esses padrões podem
crescer sem sobressaltos, porque num jardim de verdade nunca se
desenvolverão nem crescerão. Os jardins onde sobrevive a mentira, é o
fingimento. Finge-se a realidade e vive-se com todo o tipo de joio
agarrado à pele sem nunca parar para se certificar das suas ‘certezas’-
ou das dos outros.. Caro leitor, fique desde já assente que não precisa
de imaginar Deus nem de acreditar no que não é real. Aceite qualquer
verdade como verdade mas não a aceite como verdade os fingimentos com
queapregoam um Deus que é mais real do que alguma vez pensou. Por
verdadeiras que sejam as palavras que ouve, poderão não ser as Suas
verdades. Certifique-se que não está a imaginar e a viver o verdadeiro
só a nível do imaginário. Se não tivermos o Senhor, busquemo-Lo até O
encontrarmos e não nos dêmos qualquer descanso até tal suceder; não
vamos saltar por outra ‘entrada’ em vez de entrar pela porta por onde só
entram as ovelhas, (João 10:1).
É menos doloroso e mais simples fingir
que temos o Senhor para podermos tirar proveito do pecado, não matando o
homem forte em nós, e abdicando assim da verdade sem sabermos que o
fazemos.
Não nos esqueçamos, porém, que na
realidade não estamos a ver a estrela de David: estamos apenas a
imaginá-la connosco, a crê-la connosco, como se Deus se obrigasse a
ceder a uma chantagem destas! Muitos pensam que obrigam Deus a
satisfazer as suas incoerências carnais, só porque eles fazem uma força
enorme para crer! Limpe a sua vida e verá como Deus opera sem qualquer
esforço da sua parte, apenas com o esforço da sua obediência.
Os padrões de vida que são exigidos a quem
crê, são vertiginosamente contrários aos que se aplicam hoje em dia em
qualquer igreja, em qualquer parte do mundo. Têm a mesa muito bem posta,
enfeitada com flores e pratos de porcelana se for preciso. Depois a
comida que usam é mundana! Por exemplo, alguém deixa de fazer uma
‘guerra’ com um familiar por causa dum filme na televisão, e cede o seu
direito de ver um certo filme só porque essa dita pessoa gostaria de ver
outra coisa num outro canal. Sob o pretexto de cumprir a lei de Deus,
‘amarás o teu próximo como a ti mesmo’, faz qualquer outra coisa,
renegando um suposto ‘direito’ que pensa que lhe assiste. Afirmo, porém,
que esta guerrinha nem sequer deveria existir na cabeça de quem crê em
Deus. A nossa luta não é contra carne e sangue, isto é, não deveria ser,
porque os nossos padrões são outros. A pessoa que busca o "leite
racional" tem lá algum desejo de participar na aprendizagem "dos
caminhos das nações"? Ora, o que as pessoas fazem é tirar a luta do
plano estritamente espiritual e transportam essa luta para uma de desejo
contra desejo, para se poderem vangloriar duma conduta carnal, com os
motivos torpes de enganar a consciência já de si calcinada! Criam
tribulações entre carne e carne e depois projectam nos seus sonhos um
filme de guerra entre carne e espirito, sendo o espirito sempre eles!
Fazem deste tipo de guerra, uma guerra santa. Ora, as nações na terra
prometida, aquando da entrada dos Israelitas, guerreavam-se por vezes
entre si mesmas, sem saberem muito bem porquê. Para mim o que se passa
aqui é precisamente o mesmo. A nossa luta é outra. Não entram nela
questões carnais, cá de baixo. É como uma vizinha que se queixa que a
outra fala mal dela e ela própria não se apercebe que está a falar dessa
dita vizinha! Por isso o Senhor disse a alguém: "homem (da carne), quem
me pôs a Mim por juiz (da lei da carne!) entre vós? Acautelai-vos e
guardai-vos porque a vida não consiste dessas coisas". "O Meu Reino não
é deste mundo; Se o meu Reino fosse deste mundo, pelejariam os Meus
servos...". Isto quer dizer que os Seus servos não combatem neste
‘ring’. Se assim fosse o Senhor nem teria morrido!! E o pecador nem
teria hipótese de salvação! Aliás, nem dela sentiria falta! Se a
salvação é precisamente salvar da carne! Se a salvação é salvar da
carne, não devemos continuar o seu exercício nem permitir que isso
aconteça em que circunstancia e sob que desculpa for. Não criemos, pois,
hábitos carnais vestidinhos de branco. Tal procedimento é absurdo e
nefasto. Por essa razão disse o Senhor, "vê, pois, que a luz que em ti
há, não sejam trevas".
As lutas que as pessoas criam dentro de si
são desesperantes e sem vencedor à vista. Isto já não acontece onde
entra o Espírito Santo. Por essa razão convencem-se facilmente ser
impossível viver sem pecado. Pudera! Como é que a carne irá algum dia
vencer-se a si própria? Embora a linguagem seja igual à do Espírito e os
gritos de guerra sejam um tanto ou quanto similares, deveríamos saber
distinguir entre uma luta espiritual e uma carnal. As lutas entre carne
e carne têm sempre repercussões nefastas. Quando começar a ouvir dizer
que ‘um mal nunca vem só’, já sabe do que se trata. Veja o que o Senhor
disse quando um demónio sai dalguém e volta mais tarde e encontra a sua
casa ainda limpa. Traz mais sete demónios piores que ele e fazem uma
orgia com as ideias e lutas carnais da pessoa em questão, tornando-se
sete vezes pior. Com o pecado pode suceder o mesmo. Já vi casos onde as
pessoas passam o constar como casos clínicos. E isto é muito mais
frequente do que possamos pensar.
E para ajudar na festa, há os que tentam
ajudar estas pessoas com uma Bíblia na mão. Tentam convencê-los que Deus
já os perdoou (até parece que o Espírito Santo não convence ninguém
quando perdoa!!!), sendo aplicadas as palavras do Senhor aqui que dizem:
"...curam a ferida da filha do meu povo levianamente dizendo, paz, paz,
quando não há paz...", (Jer.8:11). Façam esse ‘caso clinico’ confessar
todos os seus pecados diante do Senhor e a quem fez mal, sem lhe
alargarem o caminho, e verão que esse caso clinico passa a ser um caso
sanado!
O que queria aqui destacar é a
permissividade à qual se habituaram os crentes em qualquer parte do
planeta. Toleram o pecado, e quando não o fazem trazem um azedume dentro
dos próprios corações, que se vê que trazem com eles o fardo do pecado
quando exortam alguém. Uma pessoa salva, é bastante humilde quando ouve,
ou quando fala porque sabe que o Senhor fala com ela, ou fala através
dela, independentemente da severidade das Suas palavras. Aceita e dá
qualquer exortação, porque sabe que assim terá vida, e para sempre! Quem
não tem este espírito que se cuide!
Ser Seu povo não dá, qualquer direito a
ninguém, de ultrajar o Pão Sagrado que vem dos Céus. Ser Seu povo dá-nos
a possibilidade de, pela Verdade, chegarmos a vias de facto com o pecado
em nós e com redobradas hipóteses de vencermos qualquer luta, contra
qualquer pecado, em qualquer circunstancia. Aquilo que a lei de Moisés
não conseguia fazer, Cristo faz agora em nós. Ao Seu povo, digo sem
rodeios que se acreditarem nas Escrituras, terão necessariamente de ver
que estou a falar para eles. A salvação é para eles. (Que tipo de
salvação, veremos mais lá para a frente). Um facto inegável: o mundo é
chamado a crer - o Seu povo é-o a salvar-se do pecado e desta geração
perversa. Se assim não fosse, não seriam necessárias as exortações que
Paulo nos dirige nas suas varias e variadas cartas, porque ele não
estaria a escrever para quem não crê, porque, sabe-se de antemão, que
descrente não lê nada que não lhe interesse. Duvido bastante que as
exortações das Escrituras sejam para quem as não vá ler! Vemos que
Pedro, depois daquele discurso que salvou milhares de pessoas, (Actos
2), dizer depois a quem já cria, "salvai-vos desta geração
perversa". Dizia isto, precisamente para quem antes dizia, "recebereis
o dom do Espírito Santo". Quem vai receber o Consolador é precisamente
quem crê. Quem vai experimentar o Dom do Espirito Santo, é quem vai
receber poder para se salvar dos seus pecados,
(João1:12). Quem se
vai salvar dos seus pecados é quem crê, é o Seu povo. Por
causa do Seu povo veio Ele ao mundo morrer numa Cruz maldita pelas
nossas iniquidades. Tenhamos em mente as palavras de João, "Ele veio
aos Seus, e os Seus não O aceitaram". Estes não podem ser os
vizinhos do lado!!! Veja se não comete o mesmo erro, preferindo uma água
suja por ainda não ter visto outra melhor que a sua. A salvação é para
si caro leitor, isto é, se considera fazer parte do ‘povo de Deus’. "Ele
salvará o SEU POVO..." .MAIS PALAVRAS PARA QUÊ?
CAPÍTULO 4
PECADO - O QUE É O PECADO.
"...ELE SALVARÁ O SEU POVO DOS SEUS PECADOS".
Agora estamos a chegar ao ponto onde
queria chegar: a transgressão da Lei de Deus.
Voltando ao tema anterior, o pecado, quero
passar a falar agora sobre o que é o pecado, o que
realmente é pecado. Irei demonstrar que qualquer pecado é uma forma de
egoísmo
macabro e irracional. Como? Então vejamos.
A Lei de Deus permite-nos ver com, e
apenas com o intuito de formarmos uma ideia, daquilo que não passará
duma vida normal para qualquer Crente. Uma vida normal, racional,
agradável a Deus. Vida essa que muito dá de normalidade a quem crê. Essa
vida faz distinguir entre crentes e Crentes, e torna os Crentes
diferentes dos crentes.
Os Crentes vivem em comunhão com Deus e
com quem não peca, sem qualquer esforço; ao passo que os crentes só
pensam que estão em comunhão com Deus, e esforçam-se muito para se darem
bem com todos os homens. Essa é a grande diferença. O que nuns torna-se
natural, noutros apenas muda de roupa e de cor, e por vezes de religião.
Porque conhecer Deus não é religião, é precisamente o oposto: é deixar
de ser religioso. Conhecer Deus é ser normal, natural, e amar sem
qualquer esforço. Quem não ama assim transgride a Lei de Deus.
Qualquer forma de pecado é destrutiva,
qualquer indício de qualquer pecado revela uma falta de raciocínio por
parte de quem peca, e uma incapacidade evidente de andar em comunhão com
Deus. A força motriz desta incapacidade é a mais que evidente falta de
vontade (que se manifesta de muitas e variadas maneiras) por parte do
pecador, para agradar a Deus. Por isso, e só por essa razão, vemos
Cristo falar duma maneira tal que apenas visa apelar à vontade própria
do pecador, provocando-o, a ver se, dalguma maneira, o dito pecador
manifeste qualquer desejo de salvar-se do seu pecado, por muito ténue
que seja esse desejo. Qualquer indício de desejo de salvação obterá uma
resposta pronta do Senhor, mesmo que assim não pareça a quem o
tem. Por isso está escrito "e será que antes que clamem, Eu responderei;
estando eles ainda falando, Eu os ouvirei",
(Is 65:24).
pecador ao manifestar alguma vontade de se
salvar destes seus egoísmos, tem uma porta aberta para uma salvação
duradoura, isto é, se resolver ir aceitando aquilo que ainda não tem: a
salvação do pecado. Tem também a porta aberta para escapar da sombra da
morte, porque não tenhamos duvidas que "o salário do pecado é a morte",
independentemente de quem o pratica, e do ‘tamanho’ do pecado em
questão. Não há pecados brancos, como também não os há pretos.
Concerteza que serão todos iguais. Por isso o convite do Senhor será
para qualquer um, religioso ou não, crente ou não: "vem...quem quiser
tome da água da Vida". "Quem tem sede, venha a Mim e beba, e rios de
água viva correrão do seu ventre", "será uma fonte de água viva que
salte para a vida eterna"; "bem-aventurados os que têm sede...porque
serão fartos". (Não esqueçamos a cronologia das palavras do Senhor). E
aqui diz para vir quem tem sede, religioso ou não. Se qualquer pecado é
egoísmo, então, onde entram os pecados como a idolatria, feitiçaria,
bruxaria, etc.? Porque decerto que estarão noutra categoria - estando
estes directamente relacionados com o primeiro mandamento, e com o
pecado da ignorância. E, embora sendo sempre egoísmo misturado com
ignorância, pela sua permissividade são o terreno ideal e o recinto
perfeito para o crescimento de todo o tipo de joio, onde o mesmo cresce,
desenvolve e deixa semente, até que o Dia do Juízo ponha fim a este
síclo.
Vejamos então se concorda com o que aqui resumo ser o pecado.
1. A transgressão do primeiro mandamento
chama-se "religiosidade".
Qualquer pessoa que se encontre com Deus
frontalmente, deixa de ser religioso. Procurarei, muito resumidamente,
esclarecer esta afirmação. "Porque o Senhor disse: pois que este povo se
aproxima de Mim, e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o
seu coração se afasta para longe de Mim, e o seu temor para comigo
consiste só em mandamentos de homens, em que foram instruídos"
(Is.29:13).
Cada um prefere aprender uma qualquer forma de ‘aquietar a sua
consciência’, sem ser pelas vias do perdão e conversão que vêm através
da Cruz do Senhor. Então enganam-se a eles próprios, preferindo manter a
sua ignorância a trazer os seus pecados à Luz. "E a vida era a luz dos
homens...e as trevas não a compreenderam...e não a aceitaram...". Não a
compreendem só porque ‘amam mais as trevas que a Luz’. Reservo desde já
a oportunidade de falar sobre este assunto mais aprofundadamente num
futuro próximo, se o Senhor me conceder essa graça. Quero
realçar aqui apenas um facto: tal como dar ‘graxa’ a pessoas é uma forma
‘bondosa’ de não ‘ter’ de amar o próximo, a religiosidade, é uma maneira
de viver no engano, até se encontrar Deus formalmente, quer seja agora,
quer seja no dia do Juízo. A religiosidade também é uma forma (não
aceite diga-se desde já!) de tentar dar ‘graxa’ a Deus. "Enganoso é o
coração do homem...", e fará de tudo para fingir que crê em vez de crer
mesmo. A realidade sempre foi uma coisa a evitar pelos filhos dos
homens. Mas mais tarde ou mais cedo todos, sem excepção, vão ter de se
confrontar com aquilo que não gostam: Ele disse, "eis que cedo
venho...", "esse Jesus há-de vir, assim, como O vistes partir";
"porque assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao
ocidente, assim será também a vinda do Filho d Homem". E assim será
concerteza.
‘Enganar’ o segundo mandamento é
agradar aos homens, e ‘iludir’ o primeiro mandamento é ser religioso.
Fazem-no por se amarem mais a si mesmos que a Deus e ao próximo, para
terem o à-vontade de irem pecando enquanto podem.
Ora, o engano da religiosidade permite-nos
inventar e ou aceitar doutrinas que, nos permitam qualquer tipo de
indulgencia e de pecado, e desde há muito que as pessoas buscam nas
Escrituras versículos que ‘corroborem’ as doutrinas que lhes soam bem ao
ouvido. O ouvido ouve bem o que lhe assenta no coração, tal como a boca
só deveria falar do muito que tem no mesmo coração. Por isso, a
religiosidade, é, para além de ser um campo minado, um terreno onde se
cultiva e faz crescer muito rapidamente, qualquer tipo de pecado, e
muitos chegam mesmo a aparentar a forma de piedade que se vê em quem
deveras vive para Deus. A religião é apenas, e nada mais que, uma
maneira de permitir que se viva a vida antiga, própria de quem não quer
deixar de ser agraciado pelo aparente prémio do pecado, porque o
verdadeiro será uma ‘surpresa’, para quem não quer ouvir (Salmos 73).
Fique desde já assente que a religiosidade tem variadíssimas
formas de ‘vida’, umas delas muito iguais à verdade; por isso o Senhor
disse para esperarmos até à colheita, e não arrancarmos o que já começa
a ser evidente mesmo antes desse dia. Os que têm olhos que vejam... e "quem tem
ouvidos queouça...." para não serem apanhados a tolerar esses campos
minados, porque o Senhor dirá: "...tenho contra ti que toleras...que se
ensine e engane os meus servos..." (Ap.2:20).
A religião, conjuntamente com agradar aos homens, são falsidades vestidas de
‘verdades’ que se fazem passar por substitutos válidos da Verdade. São o
maior engano existente, porque são facilmente aceites por quem tem a
verdade, e por quem a busca.. O pecado é egoísmo.
Que o pecado é egoísmo, é fácil de ver. Porque se o pecado
é a transgressão da lei de Deus, e a lei de Deus é amar a Deus com tudo
o que temos e ao nosso próximo como a nós mesmos, quer dizer que, toda a
forma de pecado transgride esta norma. É auto-centrada, virada para
dentro, reagindo só aos próprios estímulos, não dando a consideração que
devia a quem de direito. Nem ao próprio, porque o pecado em si, já é
auto-corrosivo e destrutivo, trazendo em si mesmo e sem ajuda,
destruição e morte ao local onde habita. Semeia devastação onde quer que
passe, e muitas vezes pela calada da ‘noite’, precisamente quando quem
‘morre’ é enganado pelo aparente prazer que encobre a verdadeira
essência do pecado, que é a morte. A aparente sensação de prazer que o
pecado lhes dá, fá-los sentir vivos: "rico sou, e estou enriquecido, e
nada me falta; não sabes que és um desgraçado, e miserável, e pobre, e
nu...". Por isso o Senhor diz na parábola do joio que, um inimigo semeou
de noite, onde o Senhor, e quem vive para Ele, semearam também. De noite
será enquanto dormem na sensação de prazer que ‘desfrutam’. É como uma
anestesia que serve para adormecer e embalar quem se agarra ao pecado
para que não se aperceba qual o seu fim, antes de ser tarde demais. Por
isso o Senhor sempre avisou que virá sempre como um ladrão na noite,
porque não O esperam, pelo menos daquela maneira. Porque diria Ele então
que muitos iriam ser apanhados de surpresa? Porque de ‘noite’,
significa, enquanto dormem na sensação de prazer do pecado. De noite
significa quando estão adormecidos!
Vejamos, então, o que é o pecado
relacionando-o com o segundo mandamento da lei de Deus.
Vemos o Senhor, os apóstolos e até mesmo
os fariseus e doutores da lei (muitos até falavam a verdade!), dizer que
todos os mandamentos se resumiam (ou reduziam - para alguns), em:
"amarás a Deus com todo o teu coração, entendimento e todas as tuas
forças, e semelhante a este, amarás o teu próximo como a ti mesmo". Ora,
para quem já leu o Antigo Testamento e tudo o que lá vem, poderá
eventualmente questionar-se da veracidade desta afirmação. Parece
contraditória. Imagine por um momento que está no lugar do escriba em
Marcos 12:28-34,
a quem o Senhor disse mais tarde, ‘não estás longe do
Reino de Deus’. (Não está longe porque a maneira admirada como ele põe a
pergunta-resposta ao Senhor, mostra obra por parte do Espírito Santo).
Vê-se que neste futuro discípulo do Senhor, lhe foi revelado, e não por
carne ou sangue, algo que ele não conseguia conceber e enquadrar dentro
daquilo que ele sempre percebera da lei - e pelos vistos não era pouco.
Ele estava tão admirado com esta afirmação, que foi perguntar ao Senhor
a ver se Ele sabia desta, para ele, grande revelação; (as pessoas quando
descobrem algo maravilhoso pensam sempre que sabem mais que os outros).
E o Senhor respondeu-lhe humildemente ignorando esse facto, para bem
dele. Este escriba, doutor da lei, conhecedor de todas as leis de
Moisés, admirava-se e achava estranho e ao mesmo tempo belo, ao conceber
que todas aquelas leis do Antigo Testamento, se pudessem resumir
naquelas duas frases. Você não o acha? Convenhamos que necessitava duma
enorme dose de inspiração e imaginação para resumir, por exemplo, todas
as leis sobre sacrifícios, doenças, etc., nesta simples revelação.
Pergunte-se como é que, por exemplo Num 6, ou Num 8, se encaixariam
dentro deste resumo; e Lev.14,
por exemplo? E poderíamos enumerar muitos mais exemplos.
Ora vejamos o segundo mandamento:
"amarás o teu próximo com a ti mesmo". Se lermos com atenção, veremos
que este mandamento não nos diz para deixarmos de nos amar a nós
próprios. Pelo contrário, afirma como a nós mesmos. Diz que nos
devemos amar a nós mesmos. E que quem está connosco no carro, na mesa,
ou no banco do jardim será igual a mim; quem esgravata no contentor do
lixo é como eu e como o presidente dum qualquer país. E sabe porque é
que tudo o que sair desta linha de conduta é pecado? Porque é ilusão e
mentira pensar que alguém é superior a outro ser, quando são ambos
criados à mesma imagem e na semelhança de Deus. Daí ser crime sob pena
de Morte Eterna. Esta é a seriedade que Deus põe na Sua lei. E ninguém
lhe poderá dizer que não é justo, porque o Seu entendimento excede o
nosso.
Falando da semelhança do nosso próximo
connosco, o que o segundo mandamento nos diz é que o nosso próximo é,
em tudo semelhante a nós. Por isso se chama o nosso semelhante.
Se tem qualquer duvida sobre isto, abra um caixão e outro e descubra uma
diferença sequer entre o que está dentro deles - porque por fora nada
conta , aliás nunca contou. Desça ao inferno, se for possível, e
verifique se haverá qualquer diferença entre quem quer que seja,
dentro dos seus muitos residentes. Ou então suba aos Céus e veja se Deus
acha alguém diferente dum seu semelhante, se não os trata a todos com o
mesmo carinho! Não sejamos pois "juizes de maus pensamentos",
(Tiago 2:4).
Em primeiro lugar, concluímos que nos
devemos amar a nós próprios, nós que somos o templo de Deus.
Pensar-se-ia descabido e desnecessário dizer a alguém para se amar a si
mesmo. Puro engano! As pessoas ao pensarem que já se amam a elas mesmas
enganam-se redondamente quanto às responsabilidades que lhes toca,
quando se vêem à lupa da Luz de Deus. Por exemplo, se o Senhor nos diz
para pararmos de mascar tabaco (e não cuspirmos aquela coisa horrorosa
para onde as pessoas semelhantes a nós vão pisar!), então devemos parar,
não por pensarmos estar bem ou mal - para uns bem, para outros mal - mas
sim porque à Luz do Espírito Santo é reprovável, e trará morte com
certeza. E se traz morte, como poderá alguém dizer que se ama a si mesmo
se se está a entregar à morte sem mais nem menos?
Tudo o que for reprovável, à Luz do
Espírito Santo trará Morte, independentemente do que as pessoas sintam
sobre o assunto.
Não seria ético nem bom para ninguém falar
em amar o próximo como a si mesmo, sem estabelecer os parâmetros de
conduta que Deus quer para a sua igreja. Por isso, e além de
estabelecer parâmetros que tenham em conta o crescimento da Igreja em
espírito e em verdade, será necessário as pessoas não terem fingimentos
nas suas condutas. Se não amam, em vez de ‘porem’ uma cara amorosa e
falsa, que vão pedir perdão a Deus e voltem com Amor de lá para a rua.
Porque, terão necessariamente de amar o próximo como a si próprios se quiserem
Ver a Luz do Dia. Amor fingido, não será porém a opção mais acertada.
Nem será aceite por Quem tem um "Espírito que penetra todas as coisas" e
com esse Espírito vai julgar o mundo.
Fingir terá de ser irradiado de dentro das
Igrejas, (das que vivem para Deus, porque as outras quanto mais falso e
fingido for o seu amor, tanto melhor). Não é uma opção - é uma
condição-consequência de conhecer a Deus, ou vice-versa. Por isso Pedro
nos disse: "...deixando, pois toda a malícia e fingimento busquemos o
leite como recém-nascidos". "Um culto racional" é por isso estabelecer a
verdade como único padrão da sua categoria de padrões : "Deus busca quem
O adore em espírito e em verdade". Existem outros grupos de padrões, mas
dentro deste, (onde moram a malícia, fingimento, mentira - obvia ou
camuflada - , medo de ser verdadeiro, etc.,) escolhe-se só o que por
Deus será aceite e instituído como norma de vida. È melhor não amar do
que amar fingindo "...melhor que foras frio ou quente...". "Eu sei as
tuas obras, que nem és frio nem quente! Assim, porque és morno e nem és
frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca...". Esta sentença está
instituída e aplicada onde Deus Reina; por isso, a opção é só sua. Este
é o Reino que prego: o da Verdade.
O amor a nós próprios terá de ser visto à
lupa de Deus - d’Ele que sonda os corações e detecta qualquer impureza.
Já falei antes que muitos fogem da luz quando vêem o seu estado sob esta
Luz. Não toleram ver o seu estado e as condições em que se encontram.
Fogem e escondem-se como Adão e Eva. Esquecem o sinal de Jonas. Um
padrão e uma conduta de vida terão porém de ser estabelecidos, e quando
Deus nos convida ao arrependimento, assegura-nos do Seu perdão sem
condições de qualquer ordem. Ao aceitarmos este convite, estabelecemos
em nós uma torre de luz que não encandeia ninguém, e que será uma
libertação das culpas e das forças do pecado. A culpa é a força
principal do pecado. Ninguém, porém se salvará sem passar pelos seus
aguilhões. A outra força somos nós próprios. E o pai dele é o Mentiroso
que, ora usa a verdade , ora a mentira, conforme lhe convém.
Ao conhecermo-nos a nós mesmos, e á
maneira como nos tratamos, à luz do Senhor, e à luz daquilo que Deus
exige de nós, poderemos limpar a nossa eira à luz do evangelho e
conhecê-Lo tal como é. Aceitamos o Seu perdão na sinceridade, e
aceitamos que o nosso semelhante também seja perdoado. Ao aceitarmos o
nosso perdão porque nos convertemos, damos à luz um bebé (um padrão) que
precisa crescer e ver a luz raiar.
Devemos, por isso, ver como lidamos com
nós próprios, para termos as nossas vidas em plena aceitação perante
Deus, para assim estabelecermos um padrão de amor para com o nosso
semelhante. O Senhor disse, e está escrito, "...sê santo tal como Eu sou
santo...", e é esta norma que devemos estabelecer para nós próprios;
assim veremos o que significa amarmo-nos a nós próprios: dentro do
melhor que houver para receber do Senhor. E o que Ele tem para nos dar,
é muito mais belo e muito mais precioso que o ouro que deu a Salomão.
Concluindo este raciocínio, digamos que
devemos viver, tratar, limpar, e amar a nós mesmos, tendo em linha de
conta que somos o templo de Deus onde não é permitido nenhum
objecto (por muito bem que lá fique), que não agrade ao dono do templo,
que foi Quem por ele morreu. Devemos tratar da nossa consciência à luz
do Espírito Santo, e assim estabelecer a vida que Deus nos deu. Assim
sendo, vemos que os dois mandamentos afinal são três - DEUS, NÓS E O
NOSSO SEMELHANTE, são as três pessoas que deverão ser os objectos do
Amor. Se não amarmos a Deus com tudo o que temos e somos, transgredimos;
se não nos amarmos a nós mesmos, transgredimos; (mas tenhamos em conta
com que tipo de amor temos de nos amar a nós mesmos); se não amarmos o
nosso próximo como amamos a nós mesmos, transgredimos.
Por exemplo quando estiver a falar com
alguém sobre o Senhor, pense em como o Senhor lidou consigo - a Sua
paciência, a sabedoria e o tempo que esperou sem deixar de insistir em
si e na sua possível salvação. Não se ponha com rodeios e accione
o que de melhor houver em si. A mesmíssima moeda (com cunhos e valores
diferentes) terá de passar para a pessoa ao lado e usá-la para com o seu
semelhante. Permita-se também ouvir o seu semelhante como Cristo o ouviu
a si, se é que ouviu. Escute, veja, e aceite as repreensões, amor, e
palavra de quem Deus pôs ao se dispor, porque quem fala e ouve cumpre a
lei de Deus.
Mas antes de vermos o que é a transgressão
relativamente ao nosso próximo (e a Deus), temos necessariamente que
saber com que amor nos amamos a nós próprios, porque teremos de amar
ao nosso semelhante com esse mesmo amor e nas mesmíssimas proporções.
Aqui, a escolha também é sua. Mas se quer entrar no Reino de Deus não
terá outra opção de vida. Como consegui-lo, falaremos no próximo
capitulo. Por agora que fique estabelecido apenas que devemos amar o
nosso semelhante como a nós mesmos, mas, não nas nossas condições,
e sim com aquele tipo de amor que é peculiar e característico a quem ama
e conhece Deus.
Para além de ter padrões próprios para o
tipo de amor que nós a nós próprios devemos através da Sua Luz, tem
também a exigência e a necessidade de implementação dos mesmos sob a
mesma Luz à Sua maneira e não como queremos. Porque o coração do
homem, "enganoso" que é, tem sempre a tendência de implementar as coisas
à sua maneira e como lhe convém. Já que não pode viver como pensava ser
da melhor maneira, tenta implementar padrões de vida totalmente novos ao
ritmo dos sabores antigos. É o ultimo recurso que tem para fazer vingar
a sua tese de teimosia de vida. Inconscientemente, esta maneira de fazer
as coisas veste roupa de ovelha sem matar o lobo feroz que lá dentro
vive. E não se deixe enganar pelas caras bonitas que vê e lhe podem
agradar. Quem agrada a caras desagrada a Deus, a menos que a cara que vê
seja pura. Se a pureza lhe agrada, nunca terá em conta se a cara é
bonita ou feia, não será "juiz de maus pensamentos".
Os padrões e normas e características
destes mandamentos são pois: 1. O Amor com que Deus nos ama (e não
outro), 2.terão de ser vividos em espírito e em verdade (sem qualquer
rasto de fingimentos, malícia ou egoísmos), e 3. sob uma constante luz
de quem sonda os nossos corações. Antes de passar ao que é pecado e, no
capítulo seguinte, como livrarmo-nos dele, queria fazer uma ultima
referência ao 3º ponto : o pecado visto à luz de Deus. Um homem
velho que veste roupa velha, cego, e ainda por cima teimoso, e
deliberadamente casmurro, terá muita dificuldade em ver que a roupa nova
(que não sabe o que é porque nunca a viu), seja melhor que a que traz
vestida. Ora , de repente abrem-se-lhe os olhos, vê Alguém muito bem
vestido, compara as suas roupas com as que vê, e o que faz? Esconde-se e
foge de quem o pode condenar, porque na sua maneira muito própria de
pensar, não se lhe ocorre que Quem está bem vestido poderá ter uma outra
maneira de pensar - que ele próprio nunca experimentou, como perdoar,
renovar, etc., desconhecendo, por isso, a sua aplicação pratica. Se este
velho teimoso, casmurro e ainda-por-cima-cego, descobre que Quem está
bem vestido é precisamente, para além deter as virtudes que sempre lhe
faltaram, Quem tem mandado espalhar a noticia que viria condenar quem
não mudasse de roupa - coisa que ele nunca acreditou antes - então fará
tudo para não parecer que tem roupa suja. A única solução que encontra é
esconder-se de quem o vê; e muitas vezes ‘mantém-se’ escondido por muito
tempo, pensando que assim não se condena. Mas os olhos de Quem o busca
não cessam de o ver nem de noite nem de dia, e só passa despercebido
porque é Invisível. Ora, esta pessoa só crerá se decidir que não vai ser
condenada apesar do seu estado, ou se vir alguém que era como ele, e que
agora está bem vestido.
Não haverá outra maneira de resolver esta
situação: a única é irmos ter com o Senhor, despejarmos os nossos
corações aos Seus pés podendo, depois levar connosco o perdão que tanto
nos custa aceitar. A luz que aqui recebemos, dá-nos um ponto de partida
que em breve se transforma em rios de água viva. Neste Caminho que Deus
nos revela, os padrões de vida que são introduzidos por Ele, parecem-nos
estranhos à primeira vista. Aceitando-os ou não, são os únicos válidos
aos olhos de Deus. Sem eles estaremos perdidos e sem vida, vazios e
sonâmbulos.
Deambulamos pelas ruas da inconsciência, e
por vezes da amargura, sem sabermos muito bem porquê. ‘Somos salvos’
dizem e "não compreendo o que o Senhor quer de mim".
À medida que vamos descobrindo estes
padrões nas nossas curtas vidas, temos uma responsabilidade acrescida
(que no fundo não deveria de ser responsabilidade mas sim um ardente
desejo), de implementarmos esse amor nas nossas vidas. O segredo
da sua implementação está precisamente na luz de Deus. Sobre este
assunto, procurarei expandir-me um pouco mais no próximo capítulo. Por
agora é importante estabelecermos e vermos que tipo de Amor nos é
exigido da parte de Deus.
Os nossos padrões podem ser verdadeiros e
estar em conformidade com as Escrituras, mas terão de estar sob
vigilância constante, expostos a qualquer teste por parte do Espírito
Santo. "Vigiai e orai" disse o Senhor que por lá já passou - Ele sabe do
que fala. E não temamos ser ‘vasculhados’ por Ele, porque depois
receberemos o prémio da libertação e da sabedoria. Por isso o Senhor
disse "conhecereis a verdade e a verdade vos libertará", "...e sereis
verdadeiramente livres", (em completa liberdade de qualquer aguilhão -
"...onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está ó inferno a tua
vitoria?"
Tendo, pois, em mente os padrões do Seu
Reino e dos quais Ele nunca abdicará (porque o pecado não é opção, nem
nunca será, para um Reino que se quer unido à volta dum sólido e
deliberado projecto de reconstrução daquilo que caiu), nunca serão
aceites novas normas de conduta para qualquer ser, que não sejam as que
o Senhor instituiu na Sua sabedoria.
Amor a nós próprios tem exigências às
quais antes nunca havíamos dado atenção. Somos o templo de
Deus. Sendo isso um facto inegável, devemos proceder à remoção das
traves que se encontram nos nossos olhos para que, mais tarde, possamos
ajudar quem tem pequenos defeitos aos olhos de Deus. Esta é a essência
do amor de Deus: construir o Seu Reino à volta dum propósito que ainda
não nos foi revelado. Se isto for feito por quem antes fazia
precisamente o oposto, tanto maior será a Sua Glória. Fazer pintar agora
de branco quem ama(va) o preto, e quem pinta ficar a gostar da obra que
fez, ficando a olhar para trás e ficar admirado da sua antiga
ignorância, é Obra! Se essa pessoa conseguir olhar para trás e ver, como
o Senhor fez, "que é bom", o que de Novo se fez
(Gen.1:25b), e
desagradar-se e envergonhar-se agora das obras de antes, traz glória ao
Seu Nome. Convenhamos que é uma cirurgia bem conseguida, e não se trata
de um vulgar transplante e sim dum verdadeiro implante, como que
nascendo de novo, com necessidade de começar do zero, no que diz
respeito à vida que agora começa a conhecer. Tem de aprender tudo
como Novo, e não reaprender, para não por "vinho novo em odres velhos"
para não se entornar o vinho que tanto custou ao Senhor.
Ao sermos o Templo de Deus, incorremos
numa atitude nova e um sentido de responsabilidade intuitivamente novo
para nós e para com nós próprios. Assim começamos a debulhar o Grão que
vira Trigo, e depois Pão, (que para alguns que não sabem debulhar vem já
multiplicado das mãos de quem sabe distribuir, bastando para isso crerem
e aceitarem as palavras de quem distribui!). Os que sabem debulhar
também têm de saber como separar o Grão do que não interessa, mesmo
tendo sido útil antes. O fingido e o aparente não são tolerados sob que
pretexto for, por nobre que seja; porque se o aparente sobreviver até à
vinda do Senhor, ele destinará o lugar onde habita essa ignóbil mentira
(a pessoa), "com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes".
Por isso disse: "...e os filhos do reino serão lançados nas
trevas exteriores...". Aos que debulham um aviso: cuidado com a mistura
que fazem no Trigo da Eira do Senhor! A vós ser-vos-á pedido mais
responsabilidades, ("...mestres...sabendo que receberemos mais duro
juízo..." (Tiago 3:1)).
Veja também Mat.25:29,30: "...E ao que não
tem...".
O amor a nós próprios tem padrões que
exige da nossa parte muita reflexão. O caminho do Senhor terá de ser o
mesmo que o nosso, tal como a luz terá de ser a mesma e com os mesmos
propósitos na mesma verdade de espírito. Somos o templo de Deus e
devemos tratar de nós como Ele pensa deverá ser tratado o Seu templo. O
carinho e paciência que a ele dedicarmos tem um valioso prémio como
recompensa: conhecer a Verdade sem ser preciso ter quem nos ensine.
Porque na medida da nossa obediência será a Sua bênção, e à medida
que formos crescendo mais fácil se faz a nossa jornada até ao Seu Trono
onde seremos julgados, tanto pelo mal como pelo bem que fizemos. A
maneira como o fizermos também será julgada. A sentença está escrita e
não tardará: para parte das personagens deste evento ser-lhes-á dito, em
forma de sentença, "Bem está servo fiel, no pouco foste fiel sobre muito
te colocarei", por isso prometeu : "...ao que vencer dar-lhe-ei da
árvore da vida que está no meio do paraíso de Deus e não receberá o dano
da Segunda morte, não riscarei o seu nome do livro da vida...".
(Ap.2-3).
amor que temos para nós próprios deve ser
o que está estabelecido na Cruz e pelo próprio Deus, sendo esta a única
meta de referência que temos para estabelecer qual a nossa dívida
para com o nosso semelhante. Olhando para a lei de Deus desta maneira,
sem abdicar dum til dela que seja, podemos falar do resto do segundo
mandamento: o nosso próximo. O carinho e dedicação que temos por nós em
qualquer circunstância, deverá de ser de perseverança, paciência, e
todos os frutos do Espírito Santo. Estes Frutos têm um rosto
semi-semelhante no verso da medalha, para o que o nosso próximo possa
colher e servir-se sem ter de pedir. Sabemos já cuidar de nós, se não
soubermos violamos a lei de Deus. Partindo daqui façamos o melhor que
está ao nosso alcance para com quem está ao nosso alcance, (lembra-se da
parábola dos talentos?), isto é, se não poupamos esforços para alcançar
para nós aquilo que é bom e importante à luz de Deus, tenhamos a
disponibilidade de cumprir o
resto da lei de Deus, neste caso o resto do segundo
mandamento. Sejamos coerentes: a nossa salvação é para nós a coisa mais
importante na superfície do planeta. Não poupemos esforços para
alcançá-la. Depois devemo-nos lembrar de todo e qualquer ser que se nos
cruze no caminho. E dito está!! "...Quem tem ouvidos que ouça..."Por
aqui vemos que o amor para o Senhor não serão apenas uns miminhos,
sentimentos e carinhos - é pura obediência à mais pura luz que há, ou
houver. São as tais obras da fé de que Paulo tanto fala; são padrões que
nos levam a uma vida que respeita, ama e defende a essência da Sua
criação: nós, isto é, eu e o meu próximo; e o seu Criador acima de
tudo, mais que a nós mesmos, o que não nos oferece qualquer perigo
porque Ele é quem controla qualquer situação, qualquer ameaça ou perigo.
Nunca devemos temer uma entrega total ao Senhor.
Amor próprio é uma conduta, não é auto
defesa como o mundo prega. O mundo diz que devemo-nos defender para
vivermos; o evangelho diz precisamente o contrário. Por aí vemos quão
diferentes são os caminhos de Deus em relação àqueles que aprendemos no
mundo. Ambas as maneiras são uma opção de vida. A diferença é que uma é
uma casa edificada na areia, por muito seguras que sejam ou nos pareçam
as suas paredes; a outra é edificada na Rocha. Não transportemos pois o
mundo para dentro da assembleia dos crentes - deixemo-lo onde pertence
com os seus meios de salvação. Quem não quiser construir naquela Rocha,
que vá edificar fora e onde muito bem entender. O que vemos no entanto é
que em vez de se manter esta conduta (outra não será nunca aceite dentro
duma assembleia de Crentes onde de facto viva Deus!), trazem
quilos de areia para dentro das igrejas para, dizem eles, os mais fracos
poderem construir as suas casas e assim ajuda-los. Porque se prega por
aí que para se estar salvo basta construir uma casa, não importa onde
nem como. Edificam as suas fábulas mesmo perto dos púlpitos dos pastores
e esses ditos pastores alegram-se em ver que eles próprios ‘aceitam’ os
que "não são lá muito fortes", dizem eles. E com essa conduta tornam a
fé e conduta de Crente nula mesmo debaixo do seu nariz! Pois
tenhamos em conta que quem tem força para resistir à verdade, terá para
aceitá-la também, porque o Seu jugo é inquestionavelmente muito mais
leve. Como se fosse difícil ver que Deus é fiel! Por alguma razão Deus
os condena e as suas consciências estão vidradas e intranquilas! Não
pensem tais pastores que salvarão esse tipo de ‘fracos’, aceitando-os
como pessoas que confiam a Deus a sua salvação! Se Deus disse,
"...quanto aos tímidos e aos descrentes a sua parte será no lago que
arde com fogo e enxofre", que direito temos de os meter juntos no mesmo
banquete com os Crentes? As bases estão há muito delineadas e
instituídas. Que ninguém pense em mudá-las sem ser candidato ao juízo do
Deus que apregoam com que entusiasmo for! Que erro mais crasso! Se não
forem estáveis é porque se agarram ao pecado e não porque são ‘fracos’
por natureza. Se forem instáveis fora da igreja, também o serão dentro.
O pior de tudo é que esta conduta propaga-se com bastante à-vontade
quando mora junto de quem toma conta do Rebanho. "Não sabeis que um
pouco de fermento faz levedar toda a massa?"
(1 Cor.5:6).
Os nossos caminhos poderão ser, quando
muito "incompreensíveis", mas são seguros e certos. Não lhes vamos dar
um rótulo de insegurança só porque há quem se sinta inseguro neles.
Poderíamos quando muito esconder a verdade dos "suínos", mas agora
dar-lhes a entender que os seus caminhos são seguros e que não há perigo
construir seja o que for na areia, bastando para isso ‘confiar’ no
Senhor, é comportamento digno de Juízo! Veja pela história de Abraão
como Deus foi fiel, dando descendência espiritual a quem creu, e
deixando a linhagem da carne e da insegurança seguir com a sua própria
descendência. Ora se Deus não misturou as duas, antes fez por
separá-las, tenhamos em mente este mesmo pensamento: que separados da
carne viveremos para sempre debaixo das suas asas; a carne já não
pode prometer o mesmo, não pode nem nunca poderá. E se o prometer, fá-lo
sem nunca poder vir a cumprir.
Amor ao próximo também é uma conduta, tal
como será o amor a Deus. E por este amor Cristo morreu, não porque tinha
pena de quem transgride e destrói a sua criação, fazendo o oposto à lei
de Deus. Mas sim para defesa destes valores que são a essência do Reino
de Deus. Deus é amor - este amor - e o amor (a nós próprios e ao nosso
próximo e a Deus), é o único eixo no qual roda este firme universo que
sustenta a criação do Senhor, o Universo dos Seus Sonhos e com a beleza
que Ele para si sonhou. Defende(u) este universo de valores com a
Própria vida do Seu corpo carnal, para depois tornar a tomá-la em
Glória. "...E Deus amou de tal maneira o mundo que deu o Seu
Filho Unigénito para que todo aquele que n’Ele crê...tenha a vida
eterna" dentro de si para sempre, porque para o Senhor as coisas são
surpreendentemente definitivas! Amem! Aqui não diz ‘Deus amou o mundo de
tal maneira’, mas sim "de tal maneira amou o mundo", como que
querendo demonstrar que é o tipo de amor e não a sua dimensão que contam
para Ele. Lembra-se da velhinha que deu tudo o que tinha - quase nada -
e o Senhor disse que ela tinha dado mais que todos? "...Quem lê,
atenda...".
Sendo o amor recompensado pela sua
qualidade e não pela sua dimensão, também o será o pecado: não importa o
seu tamanho; importa apenas que é pecado, e sendo pecado é mortal, tanto
na sua essência como na sua recompensa. Então o que será o pecado?
Pecado é transgredir esta lei de amor. Por isso deduz-se que é egoísmo.
Se o amor é o eixo no qual gira o mundo de Deus, a transgressão é o eixo
oposto, no qual gira a morte. São opostos um ao outro e o seus
respectivos salários também. O salário do pecado é a morte, não só
porque Deus assim destinou, mas também porque se destrói até a si
próprio, e em si traz morte como recompensa. Por isso disse no
inicio que é macabro, para além de ser
egoísta. É mortal na sua essência, para além de não dar vida (nem
própria!) a ninguém, tira a quem a tem. Por isso o Senhor disse na
parábola dos talentos que "...ao que não tiver ser-lhe-á tirado até o
que tem". Auto-condena-se, autodestrói-se, mutila e tira a vida a quem o
serve. Não tem, nem pode ter qualquer outra recompensa em si senão a
Morte. O pecado como forma de vida, condena-se a si mesmo, obra a morte,
traz a morte, e oferece a morte. O facto de haver um dia para condenar o
pecado no fim desta geração, o dia do Juízo, é para irradiar a morte que
o pecado traz e ai de quem se agarrar ao pecado! Morrerá tanto a
primeira como a Segunda morte.
A morte não é apenas um destino ao qual
Deus ordenou ao pecado, mas é também um produto final do próprio pecado.
"Porque comeste morrerás...", e este será sempre o destino de quem se
alimentar de pecado, por causa da atracção fatal que tem e terá, exerce
e exercerá. A Deus e aos anjos, no fim da seara, bastará apenas buscar
quem está morto por dentro.
O amor gera a vida - o oposto do Amor terá
necessariamente de gerar a morte. Por isso cumprir a lei é vida, e é
esta vida que Deus nos dá - a que advém do cumprimento da Sua Lei
dentro de nós. Se não a cumprirmos teremos morte dentro de nós, e
não ‘pouca vida’ como muitos apregoam por aí. Por isso, e
concluindo, se o amor é cumprir a Lei, o pecado é transgredir essa mesma
Lei. Sendo o pecado o oposto do amor, então concluímos ou
estabelecemos, como queira, que o oposto do amor não é o ódio - é a
transgressão, é egoísmo. Qualquer pecado é egoísmo, egocentrismo. Por
isso, o verso da medalha também tem verdade em si: qualquer egocentrismo
é pecado. E o ódio não passa de um pecado como tantos outros. A vida
também é uma recompensa do fruto de quem abomina a destruição. A Vida
Eterna, porém, também é uma recompensa da parte de Deus. Por isso diz
Paulo "e a incircuncisão...se cumpre a lei...julgará...". "Quem tem
ouvidos..." faça favor de ouvir! Os nossos pastores pregam o contrário,
dizem: "a circuncisão mesmo que não cumpra a lei, julgará",
estabelecendo um novo padrão que Deus abomina! Escarnecem da Verdade de
Deus e ‘desautorizam’ o Seu mandamento. "Ai deles! ...foram levados pelo
engano... de Balaão...". Esse pensava que podia viver uma vida dentro da
Outra! Esqueceu-se que o importante era cumprir a lei de Deus e não
acreditar nela. "eis que tu...que repousas na lei, e te glorias em
Deus...e confias que és líder dos cegos...tu que ensinas a outros, não
te ensinas a ti mesmo?... Porque está escrito, o Nome de Deus é
blasfemado entre (os que não crêem) por vossa causa!"
(Rom2:17-27).
Tendo isto em mente, vemos do que é que o
Senhor nos veio salvar. Não da morte e só da morte. A salvação da Morte
é apenas uma consequência. Se não o fosse, a morte física também
deixaria de existir. A Salvação é salvar daquilo que gera a morte. Assim
sendo, a morte e a mais que certa condenação a que ela nos destinou,
perdem as suas forças e o seu forte poder, por isso exulta Paulo
quando diz, "...ó morte onde está o teu aguilhão?...o aguilhão da morte
é o pecado...". Por isso se não nos livrarmos dele, do aguilhão,
morreremos a Segunda morte; e continuará pendente esta morte própria sem
solução aparente à vista. Não vale a pena tentar remendar roupa velha
com pano novo. Por muita volta que esta tentação de acreditar no que nos
convém nos dê a volta à cabeça, não existe outra solução que não seja
salvar-se da vida que tem tido, a vida do pecado. E por isso
concluiremos este livro com o capitulo onde se mostra que isto é
possível, "graças a Deus, que nos dá a vitoria
por nosso Senhor Jesus Cristo".
(1 Cor 15:55-57). Porque o Senhor
disse: "se não crerdes morrereis no vosso pecado..." e o que importa é
não morrermos no nosso pecado. "Qualquer que (O viu) não peca...e
permanece n’Ele...". (1João 3:6).
CAPITULO 5
A SALVAÇÃO
"...ELE SALVARÁ
O SEU POVO DOS SEUS PECADOS"
O poder do Espírito Santo é manifesto nas
vidas dos que se querem salvar do pecado. Quando alguém diz ter sido
cheio do Espírito Santo e continua a viver com as suas ‘fraquezas’ e os
seus prazeres da vida de antes, mente e está a ser levado pelo pai da
mentira.
Hoje em dia o poder do Espírito Santo é
associado a manifestações de poder estranhos e maquiavélicos e reais,
por parte de quem fala sobre o poder de Deus. As únicas igrejas que
falam do poder de Deus, misturam e baralham tanto a doutrina que acabam
sendo os homens a ditarem as doutrinas que lhes é sugerida pelas suas
cabeças enfermas, em vez de ser a sã doutrina a modificar os homens e a
tirá-los do pecado. No entanto, a salvação do pecado, é a única razão
porque o Pai manda o Espírito Santo a quem o pedir e a quem O aceitar na
Sua plenitude. Excluindo as manifestações exteriores, Ele veio viver
em
nós exclusivamente para nos salvar do pecado. Lemos em
1João 3:8 que
"...para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer
as obras do diabo". "...Recebereis poder para ser minhas
testemunhas...". Ser Suas testemunhas, não é como muita gente pensa,
falar d’Ele: é ser como Ele na vida que vivemos e levamos. Porém, para
algumas mentes perversas, as obras do diabo são tudo o que lhes tira a
sensação de ‘serem’ os mais fortes, os mais sábios, os mais poderosos e
assim por diante. Tudo o resto nunca é o pecado. Expulsam o diabo não
sei quantas vezes, só porque existe alguém maior que eles, ou porque
querem mostrar ao mundo que ‘deus’ é poderoso, e assim por diante. Onde
está aquela simples sensação de impotência que é característica de quem
vive para Deus e que chegou a fazer Paulo desejar ser cada vez mais
fraco para que o Senhor fosse cada vez mais forte? Quando o Senhor opera
os Seus milagres não está nunca dependente de homens que se sintam
fortes, mas sim dos que se sentem fracos e humilhados pela triste
descoberta do seu próprio estado de saúde espiritual.
Essas mentes auto-pervertidas, são, na
maioria das vezes, fruto dum poder imaginário onde o diabo aproveita
para coroar o pecado. Já vi pastores ‘muito fortes’ com o tal poder que
tem uma aparência de verdade, saírem dos ‘poderosos’ cultos deles, onde
se manifestavam ‘grandes’ feitos sobre as massas de gente ludibriada, e
irem directos para um motel com uma, ou mais, prostitutas. Os seus
poderes estranhos eram de tal maneira ludibriantes, que, nem eles
próprios se continham na desvirtualização da Verdade! Inúmeros casos de
aproveitamento de moças jovens são frequentemente declarados, sob o
auspício do amor. Dizem eles: ‘Deus é amor, por isso convém dares-me o
teu corpo como prova desse amor’; as jovens, frequentemente enganadas
pelas ditas manifestações desses poderes e ludibriadas pelo seu próprio
pecado, entregam-se a esses homens condenando a Verdade à mentira nas
suas próprias vidas. E no entanto, aos domingos e nas reuniões são os
poderosos pastores das suas congregações!(Aos crentes dessas
congregações, peço-lhes para porem os seus pastores à prova da palavra
de Deus, e verifiquem se vivem em conformidade com as Escrituras.
Comparem-nos com aquilo que os apóstolos, nas suas muitas cartas e
recomendações, virtuam e recomendam aos pastores duma igreja, e
vejam se essas virtudes de facto existem em quem vos transmite a
verdade).
O poder de Deus é uma coisa, porém, que
terei muita dificuldade em descrever. O melhor exemplo de todos os que
conhecemos é aquele descrito em Actos dos apóstolos. Aquela manifestação
poderosa do Espírito Santo, não apanhou os crentes de surpresa. Toda
aquela demonstração de poder visava apenas quem cria n’Ele, porque os
outros teriam de se arrepender primeiro.
São manifestações como esta que nos fazem
pensar que o estado da igreja actual deixa muito a desejar, não obstante
o Senhor ter sido claro que esse poder seria para todos igualmente
distribuído até ao fim do mundo. Por maravilhoso que pareça, esse poder
não nos é dado por motivos nem religiosos, nem egoístas. Sejamos claros.
Se a igreja hoje não tem esse poder como uma vivência normal e natural,
está em dívida para consigo mesma. Como não são donos desse poder, não
podem dispor dele quando muito bem entenderem. É triste ter de pedir aos
crentes para se converterem, mas a realidade é essa. Se quiserem
usufruir do Seu poder terão de entender o que significa
Ap.2:5. Ele não
confia o Seu poder a qualquer um.
É interessante notar que o Senhor disse
aos apóstolos que só se converteriam quando recebessem o poder do Pai.
Por isso disse a Pedro, ‘quando te converteres, confirma os teus irmãos’
(Luc.22:32).
Este Pedro que estava até disposto a ser preso com Ele,
afinal ainda não estava convertido! Hoje, porém, qualquer um é
convertido, desde que se sente num banco duma qualquer igreja!!!! E digo
ao meu caro leitor que se assim não entende a conversão, corre sérios
riscos de estar perdido nalguma encruzilhada menos clara. Abstenha-se de
falar do que não sabe e busque o que ainda não tem e pensa ter.
O poder de Deus ao manifestar-se tem como
única e exclusiva prioridade tirar as pessoas dos seus pecados e não só
das suas ‘possíveis’ sensações de culpa e mal-estar que muitas vezes é
intencional e visa convencer o pecador do seu pecado. O outro
tipo de manifestações descritas noutro parágrafo acima, fazem
precisamente o oposto: fazem-se de ‘espírito santo’ e procuram
desculpabilizar o pecador, dizendo-lhes que estão perdoados sem eles
próprios sentirem que o estão. Os fariseus disseram de Cristo "quem é
este que até pecados perdoa?", e o mesmo digo eu de vocês que tentam
convencer quem ainda não está perdoado, do perdão que só Ele pode dar.
Quem vos autorizou a pronunciarem o ‘perdão’ do pecado que só Deus
pronunciará através duma libertação do mesmo? Ou nunca ouviram dizer que
quem ajunta sem ser com Ele, espalha? Quem não está perdoado não está
mesmo! E quem está, sabe que o está! Hipócritas, deixem de fingir a
vossa fé e busquem Quem não precisa das vossas palavras para convencer o
pecador do Seu perdão! Estou a falar da Pessoa de Quem os profetas
disseram: "...não clamará, não se exaltará, nem fará ouvir a Sua voz na
praça. A cana trilhada não quebrará, nem apagará o pavio que fumega: em
verdade produzirá o juízo...e as ilhas aguardarão a Sua
doutrina...". Se aqui diz que as ilhas aguardarão a sua doutrina,
porque não dizer às pessoas que isso é um facto, em vez de lhes mostrar
fora de tempo que estão perdoadas?
Outro erro ajuda o festim de falsidades
destes meios e métodos de ‘conversão’. O Espírito Santo convence as
pessoas dos próprios pecados - é um facto. Estes pregadores pagãos e de
novas doutrinas, convencem os pecadores dos pecados dos outros. Acusam
quem não fala como eles para manterem os seus rebanhos juntos e
substituem a pregação da verdade por acusações carnais, dizendo-se
espirituais. Tenhamos em mente o que nos dizem as escrituras:
"...qualquer que n’Ele (está) purifica-se a si mesmo... e bem sabeis que
Ele se manifestou para tirar os nossos pecados",
(1João3). Porque
se prega então que Ele se manifesta para tudo e mais qualquer coisa,
menos por esta razão? A Sua manifestação é simplesmente para nos tirar
daquilo que nos condena(rá), o Seu poder serve para restabelecer o Seu
Reino dentro de nós.
Sabemos que as Escrituras em muitas
situações nos dão a entender que existem dois reinos: o do Senhor e o do
pecado. Ambos querem o mesmo trono: o nosso coração, querendo isto dizer
que não estando longe, é fácil encontrá-los. No evangelho de João
lemos que o Senhor disse "o Reino de Deus está em vós". O grande
Reino do nosso Poderoso Senhor subsiste num mundo chamado coração,
aquilo que está dentro de nós. E o Senhor disse nessa passagem para O
buscarmos dentro de nós. Tão próximo quanto isso, que mais próximo seria
impossível. Ora, se o Senhor veio habitar nos homens,
estabelecendo dentro deles o Seu Reino, terá necessariamente de
mudar tudo e transformar o trono em Sua habitação permanente. Expulsa
quem lá vive, com a expressa intenção de nunca mais autorizar nada
imundo ou impuro nesse altar onde o amor de Deus é derramado
abundantemente. Por isso o Seu Espírito se chama SANTO. (Isso
quererá dizer alguma coisa!). E assim se manifesta a verdadeira
salvação: a do pecado.
Falemos então do verdadeiro poder de Deus
e da Sua salvação. Sem este poder ninguém se converterá de verdade. Pode
crer que está convertido, mas será sem o testemunho do Senhor. Se o
Senhor não testemunhar dentro de nós e não atestar a nossa salvação
através do Seu Espírito, nunca veremos a alva. Só nos poderemos
considerar verdadeiramente convertidos depois de um baptismo de fogo e
nunca antes. As conversões sem este baptismo de fogo são uma utopia sem
qualquer cabimento.
A essência do poder de Deus não é mais que
uma manifestação calorosa e poderosa de quem é dono dos nossos corações,
tal como é dono do mundo. O Seu poder manifesta-se duma maneira tão
prodigiosa e maravilhosa que deixa quem o experimenta, perplexo de
alegria e de virtude tal, que palavras nunca irão descrever. Todo este
alarido tem como finalidade trazer o Rei com a Sua Lei na Sua glória
para dentro de nós. Esse Reino começa a ser estabelecido dentro de nós
duma vez por todas. Lembro-me como se fosse hoje, das maravilhas daquele
dia em que tudo começou a mudar na minha vida. Já era crente (e dos
fervorosos!) há bastante tempo. Sentia, porém que me faltava algo
essencial para me sentir completo dentro d’Ele. Na altura não sabia
explicar o que era. No entanto, vou descrever o que de facto se
passou porque agora já é conhecimento para mim, o que se passou comigo
naquela altura.
Senhor alertava-me muito sorrateiramente
para aquilo que me faltava: o Seu Espírito na Sua essência mais bela e
cativante possível para um pecador como eu. Vivia triste e sem vida
embora desconhecendo a razão. Como que instintivamente apercebi-me ao
longo de um dia ou dois, não sei precisar ao certo, que precisava da Sua
majestuosidade dentro de mim e na Sua plenitude. Depois de tantos anos
sem saber do Seu poder, apercebi-me dum dia para o outro, que me faltava
algo que não era nada menos que o próprio Deus dentro de mim. Já me
esforçava muito para não pecar e para viver em conformidade com aquilo
que sabia e aprendia da leitura da Bíblia. Mas agora vejo que era um
esforço vão e sem vitória à vista. Fazia o melhor que sabia e podia.
Lembro-me que estava desesperado de fome do que fosse mais real, e o meu
intimo desejava tanto que se fizesse luz dentro de mim, que não
cheguei ao pequeno hotel onde vivia na cidade onde era estudante de
faculdade, isto é, em Pretória, na África do Sul. Vinha da casa de
amigos com quem falava muito sobre as coisas de Deus. Dali ao local onde
vivia seriam ainda uns bons vinte quilómetros de distancia. Parei o
carro e sucumbi numa pequenaoração, depois de parar o carro antes de
entrar na auto-estrada. Não aguentava mais nem um momento que fosse e
pedi ao Senhor que, fosse o que fosse que Ele tinha reservado para mim,
que mo desse naquele momento. Lavado em lagrimas, parecia que não
recebia qualquer resposta da parte d’Ele. Já não podia mais fingir que O
tinha; a ideia de não estar a viver naquela plenitude que Ele podia dar,
trazia-me um profundo desgosto e pesar que eu já não podia esconder. O
momento da verdade chegara: ou o Senhor se manifestava ou eu já não
tinha para onde ir nem tão pouco tinha qualquer desejo de continuar
assim. Aumentou a minha fome e com isso a minha sinceridade e a fé.
Senti-me indefeso e impotente para mentir, eu que não me considerava
mentiroso. A verdade de espírito e de coração tornou-se simples e
concisa. Já nem tinha forças para ‘mentir’ ou fingir uma fé que, embora
forte, era algo fútil e essencialmente pouco para me satisfazer o
apetite que trazia. Não me recordo se ali fiquei um minuto ou uma hora.
Nada do que se passava à minha volta importava mais, nem o tempo passava
por mim. Era uma questão de vida ou morte, tornou-se para mim um momento
decisivo e de viragem definitiva. Acalmei-me e sabia que o Senhor me
responderia, embora sentisse uma forte luz interior sobre aquilo que
muito queria. Sabia precisamente o que queria, mesmo sem nunca ter
aprendido a teoria do que se estava a passar comigo. Fui para o hotel e
tentei ir para a cama depois de um duche refrescante. Não conseguia
dormir e chorava de fome e sede pelo Senhor. Pus-me de joelhos e orei ao
Senhor uma simples oração que de tão forte que era, estremeceu o meu
ser. (A partir desse momento aprendi o que realmente era a oração). Pedi
novamente ao Senhor que satisfizesse aquela fome porque senão não tinha
como continuar aquela vida sem nexo. (Lembro-me que eu era uma pessoa
que discutia qualquer tema sobre a Bíblia com qualquer pastor de
igreja). De repente o Senhor veio sobre mim através duma inundação de
amor tal que eu não sabia o que se estava a passar comigo. Mas palavras
para quê em momentos como aquele! Era uma vaga atrás da outra e eu
chorava de alegria como nuca imaginara possível. Foi desde então que
nunca mais permiti que a carne ou o sangue me explicasse o que era ou
Quem era o Senhor. A partir daí fui encontrando o Senhor e a Sua
sabedoria de tal forma que hoje me permite falar d’Ele com um à-vontade
que por vezes me assusta. Percebi então o que significavam aquelas
palavras "...recebereis poder e sereis minhas testemunhas" agora e para
sempre. Assim começou Aquele Novo Testamento na minha vida, que me foi
escrevendo a Sua lei no meu íntimo.
Aqui comecei a entender o que é a
verdadeira conversão, como o Senhor disse a Pedro. O que eu tinha
aprendido era que se acreditasse em Deus já estava automaticamente
convertido e perdoado. Isto não é verdade. Para o Novo Testamento se
efectivar em mim, terei de passar pelo fogo do Senhor. Este fogo é que
escreve a Sua lei dentro de mim.
Toda a gente à face da terra sabe que
existe um Novo Testamento e um Antigo Testamento. Porém é triste saber
que poucos, muito poucos mesmo, nem sabem o seu conteúdo, quanto mais o
que esses testamentos significam! Dentro das próprias igrejas cingem o
Antigo e o Novo Testamento ao ‘Livro’ que se chama Bíblia; para eles não
passa da Bíblia, o livro que mais vendeu na história do mundo. Não lhes
passa pela cabeça que se trata dos dois tratados, ou melhor, concertos,
mais importantes desde a criação do mundo em que vivemos. Quem o
assinou foi a única Pessoa que tem todo o poder nas Suas mãos, sendo,
mesmo assim, íntegro até à exaustão, se fosse preciso, (tendo em conta
que Deus não se cansa). Ambos os concertos, ou tratados se preferir,
visam a salvação de quem vive no mundo na sua versão mais literal. Ora
vejamos. O Senhor assinou o primeiro tratado com fogo e em pedra, para
todo o sempre. O segundo assinou com o Seu próprio sangue numa Cruz que
simboliza, todo o pecado do mundo, e de quem lá vive desde a sua
criação. Mas o sinal da Cruz é apenas um símbolo daquilo que ocorrerá
dentro de nós, se de facto alcançarmos a Sua plenitude. As palavras em
Jer. 31:33-34 tornam-se tão reais e verdadeiras que penso que com outras
palavras seria impossível descrever o que se passa com alguém que se
encontra em Deus e Deus nele, na Sua plenitude. Ninguém ensinará mais o
seu próximo dizendo ‘o Senhor está em ti’ mas todos O conhecerão, desde
o mais pequeno ao maior. Esta é a versão mais literal da discrição
daquilo que acontece com quem O tem. De tanto falarem e pouco fazerem,
essas palavras tornaram-se deslavadas e sem verdade virtual. Por isso
necessitam ‘crer’ que têm o Espírito Santo! Pergunte-se se os apóstolos
precisavam que lhes fosse dito o que se estava a passar com eles no
verdadeiro sentido da palavra!! Não aceite remendos velhos em roupa
lavada e nova. Pergunte e exija o Melhor que houver, porque Deus não é
de se retrair quando lhe pedirmos o Seu Espírito.
Falemos do primeiro concerto. Toda a
gente que lê com alguma atenção o Antigo Testamento, achará estranho
todas aquelas leis sobre como as pessoas tinham de se comportar, comer,
vestir em alguns casos, adorar o Senhor, etc.. Mais estranho ainda se
torna quando vemos que tudo passou, ficando apenas a essência da Lei.
Tentarei expor aqui resumidamente aquilo que entendo sobre este enigma.
Pegando nas palavras do Senhor em Mat.19:8:
"Moisés, por causa da dureza dos vossos
corações...", desvendamos parte deste precioso tesouro escondido
aos olhos dos cegos e de alguns que vêm. Poderia falar de mais
alguns versículos, principalmente nas epístolas de Paulo - Hebreus,
Romanos e mais, mas vou deixar essa tarefa para o meu prezado leitor.
Aqui temos a razão porque o Senhor deu aquelas leis, para nós, absurdas.
Sabemos que os Israelitas eram um povo facilmente levado para as
mentiras religiosas, abstractas e demoníacas. O simples facto de todas
essas mentiras serem absurdas, já não bastava para lhes abrir os
olhos. O diabo também não lhes dava um minuto de descanso. Por outro
lado, Deus não pode estar sempre a repetir-Se, sob pena de desvirtuar a
Verdade. Este povo duro de coração, no que toca a Verdade, e fértil no
que toca ao engano do pecado, necessitava de certas leis que os
mantivesse religiosos; não podiam porém, desvirtuar a verdade. O Senhor,
já sabia de antemão, que este povo teria necessariamente de ser
religioso se quisesse manter a verdade entre eles. Como para eles o que
iria contar era se tinham uns ritos religiosos ou não, (os grandes
feitos do Senhor não lhes bastava para temerem a Deus), o Senhor foi
‘obrigado’ a torná-los religiosos para que a verdade tivesse alguma
hipótese de sobreviver no meio deles. Por outro lado, não tendo os seus
próprios rituais, este povo entregar-se-ia muito facilmente aos ritos
pagãos das nações que era suposto exterminarem, conforme o mandamento de
Deus. Para eles seria importante ser-se religioso e não viver
com Deus; então o Senhor dava-lhes a alternativa de viverem para Deus,
já que não podiam viver com Ele, conforme seria a Sua vontade
desde o momento que os chamou Egipto para essa terra prometida, que era
a abundância de descanso e de gozo no Espírito do Senhor. Vê-se, por
aqui qual a razão da ira do Senhor quando quiseram um rei, tal como
tinham as outras nações (1Samuel 8-9).
(O Senhor, afinal sempre tinha a
Sua razão - eles aprenderam os caminhos das nações!). Como
desobedeceriam ao Senhor não exterminando por completo as nações, às
quais o Senhor ordenara o dia do seu juízo, as religiosidades das nações
para onde eles iam viver seriam uma atracção irresistível para a grande
maioria dos escolhidos de Deus, até mesmo para os seus líderes, com a
agravante de essas suas religiosidades serem satanicamente inspiradas.
Sabemos que a religiosidade é pecado, mas o Senhor ‘inventou’ uma
maneira de os manter perto d’Ele com leis religiosas, embora distintas
das que eram prática corrente entre os povos pagãos de Canã. Essas leis
religiosas foram, transformadas em sombras da(s) verdade(s) que
estava(m) prestes a ser reveladas. O novo concerto, por isso, difere do
antigo, como a sombra difere do verdadeiro, ou como a nuvem difere da
chuva e o relâmpago da electricidade.
Como o dia do Juízo chegara para essas
nações, esperava-se uma simples obediência dos Israelitas no que toca a
exterminação desses povos com as suas adolações a satanás. Vê-se pela
história da cananita que Jesus curou na terra prometida, que sobraram
muitos dos que, por Deus, já estariam condenados. Está escrito que os
santos julgam o mundo, sendo isto, de certa forma, um exemplo
disso. Se o mundo da altura não foi julgado, é porque não havia santos
em Israel. Por outro lado, com a exterminação desses povos, evitar-se-ia
uma das ameaças à Verdade de Deus, através da fraqueza dos corações dos
homens, porque as normas e "os caminhos das nações" empolgavam os seus
seguidores para ‘descansos’ carnais, o que, sem sombra de duvida alguma
seria a grande tentação para o povo de Deus. Veriam nessas religiões uma
maneira de se manterem religiosos, e carnais ao mesmo tempo. O
Descanso no Senhor que revitaliza todos os oprimidos e que Deus promete
a quem O encontra, era logo posto de parte perante a oferta de um outro
‘descanso’ que permitia o usufruto dos prazeres da carne; aliás, tinha
como condições a avareza, prostituição, e, qualquer intuição de qualquer
mente perversa, podia criar um deus conforme a sua cabeça e conforme
mais lhe convinha. O pecado ditava o deus.
Com Deus funciona-se de outra maneira: é
Deus Quem dita o tipo de santidade a que nos devemos sujeitar; e esta
vem bem explícita nas Escrituras. Não fossem os homens a ditar o tipo de
‘santidade’ a que a igreja se tem sujeitado, provavelmente, tudo estaria
bem com o povo de Deus. O problema é que hoje são os homens a ditar as
regras e por isso são abandonados por Deus aos seus caprichos de vaidade
e engano. O poder de Deus só não se manifesta nas igrejas por esta
razão: são os homens a ditar as regras do jogo da eternidade. Esta é a
única explicação para o estado de pobreza em que se encontram os locais
onde os rebanhos pastam. O pecado destruiu o paraíso de Adão e de Eva no
princípio desta geração. Porém é mais triste ainda, verificar que o
paraíso de poder e salvação que o Senhor prometeu a todos os crentes, se
encontra minado de pecado e de horrores e de todo o tipo de tolerância
para com o pecado. Sabe porque é que a sua igreja se encontra num estado
deplorável? Olhe para a sua própria vida e veja se descobre; tenho a
certeza que não será difícil ver.
Tal como naquele tempo, o Senhor tem-se
recusado a falar aos crentes através do Seu Espirito por estes terem
abandonado o Leme; e este vira para o lado do pecado quando se encontra
descontrolado. Arrependam-se, crentes e salvem-se dos vossos próprios
pecados e verão como Deus vai operar no vosso meio!! Tenho como certo
que quem quer este poder terá necessariamente de estar a ver o que terá
de sair da sua podre vida.
Tenhamos em mente que, quando Ele vem de
verdade é para tirar o pecado. "...Qual é o rei que, indo a pelejar
contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se, com
dez mil homens, pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte
mil? Assim, pois, qualquer de vós que não renuncia a tudo quanto tem não
pode ser meu discípulo", diz o Senhor. Mas os homens dizem que se pode!
Pode-se ser discípulo de Quem assim falou, com a sacola dos pecados
agarrados às costas, dizem e pensam eles. Lembremo-nos que o pecado será
sempre muito mais forte que todos nós juntos...sem o Espírito Santo. (A
diferença de forças é de dez mil, disse o Senhor!) Vindo o Espírito
Santo àsnossas vidas, rebenta uma disputa de morte entre nós e o pecado,
e não acabará enquanto um dos dois não se extinguir.
Sabemos no entanto que a vitória só será
difícil por pequenas razões muito nossas. Há coisas que o Senhor acha
serem pecados graves; as questões que para nós não serão nada graves,
serão para a nossa vida espiritual o único motivo da mortandade que se
vai seguir em quem não concordar com Deus. Creio que os piores pecados
são precisamente aqueles que menos preocupam os crentes. Porque quem
vive da prostituição, roubos, crimes e outros que consideramos ‘mais
graves’, tem plena consciência de estar no caminho da perdição. O
problema é quem pensa que, o que faz, não é grave. Aquelas pequenas
coisas que por vezes consideramos descuidos, levarão tanto ou mais gente
para o inferno que os ‘grandes’ pecados e crimes do universo. Tal como
naquele tempo se considerava que os deuses eram um mal menor, muito
principalmente quando Deus os abandonava ao sabor do vento e lhes dava
lugares inabitáveis para se servirem da sua rudimentar vida sem nexo,
assim vive a igreja hoje. Não consideram grave o facto de, por causa das
suas infantilidades, não conseguirem receber o Seu poder na Sua
plenitude de Espírito. São precisamente essas pequenas coisas que fazem
com que o Senhor não habite entre nós pleno de Virtude e de Poder.
Procure, pois, concordar com Deus acerca
dos seus pecados . Haverá sempre coisas que não considerará pecado até
Ele lhe falar de maneira a julgar o que está em si. Paulo disse que se
formos julgados agora, evitaremos o juízo que nos espera, caso não
cheguemos a concordar com Deus. E o pior de tudo será que Ele não aceita
acordos de qualquer género, seja com quem for - pastor de igreja,
criança, adulto, menor de idade ou ajuizado. O temor a Deus deverá
ultrapassar tudo o que pensamos e não pensamos. Esse caminho é, e será
sempre, o princípio da sabedoria.
Naquele tempo não se pensava nos outros
deuses com se pensa hoje. Hoje sabe-se que são demónios aspirantes a
deuses ou pura e simplesmente consequências de mentes doentes e
pervertidas. Naquele tempo tinha-se a ideia de que também seriam deuses
- uns mais fortes que outros, e outros mais fracos. Daí a competição
entre as nações de então para ver quem vencia quem. Por esta razão lemos
que, para alguns homens de Deus era uma grande revelação descobrirem que
os outros deuses nada eram (Salmos 96:5). E por essa razão vemos o
Senhor em tantas passagens tentar convencer os povos, e muito
principalmente os Israelitas que os deuses nada eram - essa foi a grande
luta do Senhor até algum tempo antes de Cristo. A religiosidade, para o
povo de Deus, foi sempre a maior ameaça de todos os tempos.
Sabendo nós, através da Verdade que viver
duas vidas - pecado mais engano, misturados com a verdade de Deus - é
inaceitável para Deus; este povo, porém nunca o entenderia, salvo raras
excepções como David, Salomão e mesmo Saúl antes de cair; nunca
entenderiam o verdadeiro significado da lei de Deus. Entenderiam, porém,
através das leis, ‘por causa da dureza dos seus corações’ - isto é, se
se dedicassem a elas. E para se dedicarem a elas, o Senhor usou de toda
a sua sabedoria (sabiamente exterminando as nações antes) para manter a
chama da Verdade, até à vinda de Cristo, onde, com a Sua Morte,
substituiria todos os sacrifícios por Um só. A maneira usada pelo Senhor
para os empolgar para a verdade foi através da carne. A lei é espiritual
mas as leis que levavam a Ela são carnais. As nações usavam a
religiosidade de muitas formas e maneiras, com a finalidade de coroarem
a vida na carne. O Senhor usava um método similar para alcançar um fim
muito distinto deste. A Sua intenção era coroar a Sua Lei, fazer a sua
Lei penetrar em seus corações duríssimos através da religiosidade. De
seguida teria que os retirar da penumbra da meia luz da religiosidade de
então. Por isso alguns se apercebiam de grandes verdades conforme lemos
em Salmos 40:6 e 51:16,17.
Desta forma Ele matou dois coelhos com uma
cajadada apenas: a religião embebida de verdade mantê-los-ia longe da
religião ensopada de mentiras e crimes carnais; a religiosidade, ajudada
pela Lei do Espirito Santo, traria fim à lei da carne e por fim, a
religiosidade extinguir-se-ia por causa da sua própria inutilidade. Por
isso disse o Senhor áquele escriba, que não estava longe do Reino de
Deus. Só lhe faltava dar o passo da fé, nomeadamente deixar de ser
religioso e confiar a sua salvação só a Deus. Para não aprenderem os
caminhos das nações, o Senhor deu-lhes leis e caminhos similares com a
expressa finalidade de abdicarem da carne, enquanto não viesse a
plenitude dos tempos. A promessa havia sido feita: "derramarei o Meu
Espírito sobre toda a carne...". E o Próprio Senhor, depois de
ressuscitar, disse: "recebereis poder e sereis minhas testemunhas...". A
lei e os Israelitas deixavam de ser os testemunhos para que , o
testemunho passasse a ser o poder e a transformação elaborada em quem
cria e em quem vivia com Ele. Por aqui vê-se que a lei servia um único
propósito apenas: a de tentar manter uma conduta agradável a Deus
através de muitos afazeres religiosos, limitando assim a força do
pecado. Sabemos que era possível viver-se puros e purificados diante de
Deus através da lei, porque a Plenitude já existia naqueles tempos. Era
necessário, apenas, que se chegasse a um ponto onde se visse a verdade,
isto é, onde todos os sacrifícios se tornavam banais ao receberem a luz
de Deus. Por isso lemos em Gal.3:19:
"...a lei...foi ordenada por causa
das transgressões...", isto é, para limitar o pecado até que Cristo
viesse.
Outra propósito das leis, era manter um povo duro de
coração unido à volta dum propósito. Enquanto tivessem do que se
gloriar, sentir-se-iam superiores aos outros e manter-se-iam como nação.
Vê-se que isto é verdade, porque assim que deixou de ser necessário e
para castigo deles, Israel deixou de ser nação (até algum tempo atrás).
Agora se são nação outra vez, será para servir os propósitos de Deus no
fim do mundo, porque quanto a eles decerto que isso não lhes incomoda
nem um pouco ver que Deus os manteve como nação todos estes séculos. O
que deveria ser, para eles, motivo para se arrependerem e olharem para
Deus, tornou-se numa pedra de tropeço porque continuam a vangloriar-se,
e, pensando-se escolhidos, vivem na mesma em seus pecados.
Outra função da lei era manter os
Israelitas unidos à volta de Deus para o mundo ver onde estava a Verdade
- não nos Israelitas mas sim em Deus. Israel não era
propriamente um povo preferido de Deus acima das outras nações; não, era
apenas uma nação escolhida para Deus se manifestar ao mundo.
Israel era suposto ser uma nação que reflectisse Deus para o
exterior. E foram rejeitados porque quiseram ser deus e não um reflexo
d’Ele; usaram essa tutela para ‘benefícios’ próprios. Como eram duros de
coração e de ouvidos, caprichosos e maquiavélicos, obstinados e
facilmente induzidos a pecar, o Senhor propôs-Se em Seu coração
mantê-los, apenas com o intuito de manter a Verdade acesa também, apesar
do seu pecado. E isso só seria possível através da lei. Era importante
para Deus chegar à Cruz no momento certo, e o diabo tinha uma ajuda
preciosa nos Israelitas para contrariar a Sua vontade. A lei só serviu
para manter, através do Seu poder, o óleo nas lâmpadas das suas virgens
até a Sua chegada. Com João Baptista se anunciou essa chegada, e, com a
morte do Senhor se anunciou a destituição da lei como meio de salvação.
O Espírito Santo operava já antes em quem
era obediente. A lei era apenas uma forma carnal de limitar e minimizar
os estragos do pecado, porque as pessoas eram carnais. Quem crê salva-se
de qualquer pecado muito vitoriosamente, mas quem é fraco e por
essa razão se apoia naquilo que faz, come e bebe para se sentir seguro
na fé, precisa de se segurar nalguma certeza de sua própria autoria. Já
que não tem a plenitude, deixemo-lo ter alguma paz auto-infligida para
que se sinta calmo para poder crer, porque o Senhor disse
"...aquietai-vos e sabei que sou Deus...",
(Sal.46:10), sendo o
aquietar-se uma condição para a fé nos fracos (os fortes já são quietos
por natureza). Sem essa fé ninguém se verá livre do pecado. Por um lado,
esta é uma das funções da lei. (Não nos enganemos, antes de Cristo muita
gente se salvou através da fé!)
Não me quero alongar muito mais sobre este
assunto, por não ser o propósito deste livro. O que queria aqui frisar
nesta altura, é que a lei foi um primeiro esforço da parte do Senhor,
para, através da carne tentar salvar quem só entenderia a linguagem da
carne. Convenhamos que os Israelitas (tal como milhões de pessoas
hoje!), necessitavam de ser religiosos para se sentirem seguros na
Verdade, senão a verdade perder-se-ia nas águas turvas da incredulidade.
Só que, enquanto as pessoas inventam religiões permissivas, a de Deus
era muito restritiva: restringia o pecado e a idolatria a níveis
inferiores a zero. Por essa razão o Senhor deu-lhes aquelas leis todas,
as quais mais tarde serviriam apenas de símbolos e de sombras para o
Verdadeiro e coerente; ensopou e saturou essas leis com verdades, para
mais tarde, ter pessoas na Terra que fossem doutores dessa lei e que
espalhassem essa Verdade, na face do planeta até à vinda da mesma em
forma de Filho de Homem. E assim chegou o segundo e, desde então, único
concerto - o da Cruz de Cristo. Só que este Novo Concerto tem a
particularidade especialíssima de escrever a Sua Lei dentro de quem a
Ele se entrega sem reservas.
Se antes necessitavam de ser religiosos
para se sentirem seguros, especialmente devido à dureza dos seus
corações, hoje, embora nem sempre as pessoas levem isso em conta, já não
existe essa necessidade. Aí entra o Novo Testamento em plena virtude de
salvar quem quer que se aproxime do Senhor. A naturalidade e a
realidade dessa salvação é tão evidente que, extermina por completo a
religiosidade, e faz com que a religiosidade seja considerada um pecado
chamado idolatria. Ocorre com frequência, principalmente em locais onde
Deus derrama o Seu Espírito, (em avivamentos), que a presença do Senhor
é tão real que todos sem excepção sentem-na como nunca, e de forma tão
verdadeira que todos sabem que o Rei chegou com o Seu Amor. Daqui advém
a necessidade de pôr qualquer formula religiosa de lado, aniquilando-a
por inteiro e excluindo por completo toda e qualquer imitação de
adoração ao Senhor. A partir do momento em que o Senhor se torna real,
os símbolos viram-se contra nós para nos exterminar, se por algum motivo
nos agarrarmos a algo aparente ou imaginário. Qualquer pessoa que não
goze desta abundância, terá a responsabilidade de não aceitar nada
inferior a isto na sua vida, nas suas orações e nas respostas às mesmas.
E Se o primeiro concerto foi escrito em pedra (simbolizando os corações
de pedra a quem ele se destinava), já o segundo é escrito em corações de
homens. O fogo mantém-se. Este fogo, se bem se recordam, foi prometido a
todos os que crêem.
Convenhamos que seria necessário um grande
passo de uma grandiosa fé, para mudar de um testamento para outro. Ainda
mais se estes testamentos lidassem directamente com a eternidade
de quem cria neles. Se as pessoas já se preocupam tanto com a sua curta
vida na Terra, causando-lhes muita dor de cabeça, imagine-se agora
tomarem plena e absoluta consciência duma eternidade perdida.
Através deste poder (que não deixa qualquer margem para imaginações!),
as pessoas apercebem-se e tomam consciência da realidade que é a sua
mais que certa perdição. Embora todos estejam perdidos, poucos têm
consciência desse facto, preferindo ‘pensar em coisas mais belas’, como
se tal procedimento extinguisse o perigo que jaz sobre as suas cabeças.
Mas, para os que tomam a realidade diante dos seus olhos, e se apercebem
da veracidade daquilo com que sempre escarneceram, essa descoberta
torna-se um autentico pesadelo. E não vale a pena dizer seja o que for a
alguém assim, a menos que o Espirito Santo revele a alguém para o fazer.
A incredulidade não deixa de ser uma
escolha pessoal de quem a pratica e vive com ela. Quem não crê, muitas
vezes tem como pano de fundo a não aceitação da sua perdição eterna como
um facto consumado e real. Só não acredita porque não aceita que tal
seja possível estar-lhe a acontecer, devido a motivos egoístas de
inibição. Por essa razão o Senhor diz para crermos n’Ele. É
absolutamente necessário abandonarmo-nos nas Suas poderosas Mãos e ao
mesmo tempo deixar de olhar par trás, para aquilo que constituía a nossa
vida antes, religiosa ou não. A Salvação é tão única e simples que não a
podemos complicar: a água turva-se com facilidade. Por isso muita gente
anda por aí a beber água suja pensando que é a única existente.
Turvam-na tanto que só se assemelha à do Senhor, porque ambas são
bebíveis; e as pessoas só bebem duma e de outra por estarem com sede.
Quando a encontramos limpa, dá-nos tal gozo inexplicável, que, não a
queremos pôr em recipientes sujos para que se possa manter limpa. Por
isso se vê as verdadeiras ovelhas no momento da adopção, exporem tudo o
que é, e foi, pecado nas suas vidas. Temos o exemplo em
Actos 19, especialmente o vers.18.
A verdadeira (e única!) salvação (do
pecado - convém não esquecer!), começa logo por limpar o local onde vai
habitar. Daí em diante vai lidar com as coisas e hábitos de vida de
pecado de antes da conversão, para não tornar a sujar a Água. Antes
limpa-se o recipiente, de seguida extermina-se o que poderá futuramente,
vir sujar e turvar a água que nele deitamos.
O próximo passo será o que vai exterminar
de vez a possibilidade de voltar atrás à vida de antes. Esse passo é o
escrever da lei do Senhor em nossos corações - e convenhamos que não é
fácil. Com esta Lei escrita lá mesmo no fundo do nosso ser, ganhamos uma
nova maneira de pensar, onde se vê a futilidade da vida que levávamos
antes. Vendo o quão fútil é esse tipo de vida que levávamos, torna-se
mais fácil ambicionar e desejar o mel e o maná, que o Senhor nos dá sem
restrições, embora nem sempre assim pareça ser. Assim ganhamos
novos hábitos e nova vida donde não nos é possível mistura-los com os de
antes. Se os misturarmos começamos a inventar o nosso próprio caminho e
é assim que nascem as novas doutrinas que os apóstolos previam iriam
florescer. Essas previsões apostólicas não eram só revelações
proféticas: eram conclusões a que chegavam as suas mentes iluminadas,
para tristeza sua. Esta é uma das razões porque existem tantas igrejas
evangélicas (e não só), por este mundo fora. E vai chegar o dia em que
todas elas se vão unir ‘democraticamente’ para se consumar a profecia do
Senhor que diz que as águias se ajuntarão onde estiver o cadáver. Os
homens, amantes de si mesmos, nunca se permitiriam o
escrever da real versão da lei de Deus em seus corações, porque, seria
precisamente contrária a eles; permitem-se, isso sim, uma versão sua de
amor que lhes permite uma forma camuflada e bem vestida de egoísmo e,
como amantes de si mesmos que são, torna-se inviável amar os outros e
amar a Deus, senão deixariam se ser amantes de si mesmos. Por aqui se
deduz que, um pouco de egoísmo, por mínimo que seja, não se compadece
nem com a semelhança da lei de Deus. Quanto mais com a sua essência!
Entretanto vêm as ciladas ás quais devemos resistir sem o mínimo de
compaixão e tolerância, sabendo que elas podem significar a nossa morte.
O Senhor prometeu que nenhum dos que o Pai lhe dá se perderia; mas
sabemos que para o Senhor manter a Sua promessa, temos de nos manter
n’Ele, e Ele em nós. Nessas condições será impossível alguém roubar uma
ovelha do Seu rebanho. A única maneira de a ovelha se perder é ela
afastar-se deliberadamente. Depois torna-se mais valiosa que as outras
cem que não se perdem.
Assim, a salvação só será possível através
duma ENTREGA TOTAL E SEM RESERVAS. (Por isso os apóstolos chamam
quem descrê de inconstantes e de duplo coração). Poderia inumerar as
múltiplas razões porque tal é necessário, mas vou-me abster de o
fazer. Se leu até aqui e ainda não se convenceu, dificilmente se
convencerá repetindo-me vezes sem fim. Caro leitor, se partilhar com o
Senhor da Sua glória dentro de si, verá que assim que entrar uma
minúscula impureza nos seus pensamentos, na sua vida, o Seu Trono fica
vazio até ser reposta a pureza. Porém, se ainda não partilha dessa
glória, duvidará das minhas palavras. É preciso ter mesmo o Senhor para
nos
apercebermo-nos desse facto. Se não tem o
Senhor na Sua plenitude ou se tem outro senhor dentro de si, fica na
mesma quando peca; não sente a diferença e por isso duvida da água que
aqui distribuo tal como a recebi de Quem é maior que eu e de Quem não
sou digno nem de apertar ou desatar a correia da alparca.
Essa plenitude do Espírito Santo vem
desfazer todas as duvidas. Para além disso vem dar poder a quem não tem.
Poder esse para enfrentar o príncipe das trevas, que também é conhecido
como anjo da luz, por imitá-la muito bem. Esse poder é de tal forma
suave que, não sendo reconhecido, terá sérias dificuldades em inverter
os papéis estabelecidos antes com a nossa vivência constante de pecado,
em papéis que nos vão levando para uma vida suave e abundante, com as
mesmas características do jugo de Quem a dá. E este é o segundo
concerto. O primeiro reformava; este transforma. Assim vivemos o Novo
Testamento. Em que concerto vive o meu distinto leitor? No velho, no
Novo ou noutro da sua igreja?
As muitas manifestações do poder do
Espírito Santo sobre os crentes, tem como consequência uma transformação
total do ser em quem habita. Quando o Espírito Santo desceu sobre quem
estava purificado pela palavra e pelo poder que a Cruz exerceu sobre
eles, foi-lhes logo esclarecido qual a razão da Sua vinda: "...primeiro
O enviou a vós, para que nisso vos abençoasse, e vos desviasse,
a cada um, das vossas maldades", (Actos 3:26), cumprindo-se assim o
que vem escrito em João 1:12: "...deu-lhes o poder de serem feitos
filhos de Deus...".
Só existe uma única maneira de poder viver
com este poder do Senhor: abdicando e irradiando para sempre todo e
qualquer pecado. Embora com pessoas diferentes, por terem motivos
variados, o Senhor dê da sua graça, sem dela se aperceberem, de
diferentes maneiras e em alturas distintas, o poder, sendo o mesmo, visa
apenas ajudar as nossas incapacidades e imperfeições, e de manter as
Suas perfeições na e com a Sua Luz e Vida.
Existem porém duas maneiras como alcançar
a pureza de espírito em Espírito dentro de nós. Ambas não dão concessões
a quem quer que se aproxime de Deus e terão de ser integralmente
cumpridas, se quisermos experimentar a realidade do Seu poder.
Confessando e reconhecendo os nossos pecados um a um, destituímos o seu
poder de culpa e o seu elo ao diabo. De seguida, ao sermos inundados do
Seu poder, destruímos o seu poder no verdadeiro sentido da palavra,
tanto que Paulo apenas exorta os crentes que já passaram por isto,
(e não outros que se atribuam esse direito sem que o Espírito testifique
neles e através deles que são filhos de Deus, dizendo aba Pai
(Rom.8:15))
a aceitarem tal facto como algo que de verdade ocorreu dentro de si;
porque diria ele então ‘estais mortos para o pecado e vivos para Deus’?
Isto passa-se agora e já!
A outra maneira assemelha-se em muito
àquela do pecador crucificado com o Senhor na cruz da sua salvação.
(Convenhamos que este irmão não se teria salvo se não tivesse sido
crucificado). Com o mesmo espírito de exaustão da própria vida terrena
de pecado, este pecador já não tinha outra esperança. Reconhecia todos
os seus pecados de uma só assentada com as palavras VERDADEIRAS e reais,
‘nós morremos porque merecemos’, e isto, quer queiramos quer não, foi a
chave para ver quem era Cristo e o que Ele estava a fazer naquela Cruz.
Tendo em conta que a religiosidade apenas
visa que respeitemos Deus (e quanto mais melhor, dizem e pensam os
religiosos!), Deus começa desde o primeiro momento a destituir esses
respeitos que as pessoas pensam que lhes vão garantir certos privilégios
perante quem criou o mundo. A sua destituição passa a ser uma condição
para a salvação através do poder do Senhor. Essas obras ‘de caridade’
não compram Deus, porque Ele não se vende nem se compra. Tenho por certo
que quem ‘compra Deus’, também o tentará vender a quem os ouve! Este é
um dos frutos através dos quais reconhecemos os falsos profetas e os
doutores da lei amantes de si mesmo!
Tenha por isso o cuidado de ver qual a
doutrina que assegura a sua religiosidade e arrependa-se, seja você
crente, descrente, pastor ou ovelha. O evangelho é e será para todos,
por isso não se exclua dele pensando-se muito crente e sem necessidade
de se salvar daquelas coisas que lhe atormentam a consciência. Com a
calma e a paciência que advêm de quem se encontrou com o Seu Espírito na
Sua plenitude, fortaleça-se nos frutos que lhe serão oferecidos
diariamente e restabeleça o Seu Sábado dentro de si. Trabalhe o seu
arrependimento com precaução e descanse no Sétimo dia das obras que são
feitas em si. O aviso do Senhor esclarece que para todos a sentença será
igual: aos que crêem é-lhes dito que "...Este é o Descanso, dai Descanso
ao cansado; e este é o refrigério: mas não quiseram ouvir".
"Arrependei-vos pois, para que sejam apagados os vossos pecados e venham
assim os tempos de refrigério pela presença do Senhor",
(Actos3:19). A esses que assim procederem, e só a
esses, o Senhor promete que "...não julgará segundo aquilo que vê, nem
repreenderá segundo o ouvir dos Seus ouvidos...e a justiça será o cinto
dos seus lombos", (Is.11:3-5),
algo que se veste e não algo de que se
fala. A presença do Senhor é literal e real, por isso deixemo-nos de
parvoíces e de imaginações que a doutrina nos incute,
(2Cor.10:5).
A Lei de Deus terá de ser cumprida, quer
se acredite quer não. "...Os que praticam a lei hão-de ser justificados",
(Rom. 2:13b). Fica de fora quem não cumpre o que
determina o Senhor; o que não deixa de ser um ‘culto racional’, razoável
para qualquer um que queira que, de facto, assim seja. Isto é uma coisa
simples e ao nosso alcance. Porque "quem ama aos outros cumpriu a lei",
(Rom. 13:8). Se diz aqui cumpriu é porque não existe qualquer
duvida. Quero dizer que Aquele que diz "vim cumprir a lei", "não Vim
destruir a lei", (Mat. 5:17),
vive e cumpre dentro de nós o que de outra maneira seria impossível.
Pensava-se que o Senhor, ao não pactuar
com os religiosos da altura, (lembremo-nos que eles eram os portadores
da verdade), viria anular a lei, porque não estabelecia a esperança de
salvação na pratica religiosa. Mas quando Ele disse que vinha cumpri-la,
todos se admiraram com essa afirmação. Porém, se levarmos a sério as
Suas palavras, vemos a Verdade raiar de entre as folhas secas da lei.
Se diz cumpriu a lei, é porque de facto
assim é. De maneira que a lei de Deus tem de criar raízes em nós, para
que se torne possível viver "em conformidade" com o Espírito Santo e o
Verbo que em nós habita, isto é, se de facto o recebemos . Por isso
adverte Paulo : "não vos conformeis com este mundo mas transformai-vos"
pelo poder do Espírito Santo. Vemos então que a doutrina que prega
‘aceitar Jesus’, anda muito mal explicada por pessoas que não sabem que
a salvação é real; senão o que significaria então "este será o meu
concerto com eles, quando Eu tirar os seus pecados"?
(Rom.11:27).
Quer dizer que este concerto entra em vigor apenas quando o Senhor
nos salva do pecado, e não quando nos apercebemos da Sua existência, ou
quando ‘O aceitamos’ depois de um sermão mais fervoroso.
Para destruir, o pecado não necessita da
intervenção de Deus: destrói onde quer que passe, corrompe e semeia a
morte, devasta sem dar o mais pequeno sinal daquilo que faz aos seus
interlocutores e agentes passivos; porque aos activos (e há muitos),
embora enganados também, ‘sabem’ o que fazem, embora só em parte, porque
nem sempre lhes é revelado qual será o seu fim; gostam da finalidade
mas não do fim. Qualquer pecador, só continua no pecado se não
tiver uma razão forte para de lá sair: O TEMOR DE DEUS. Por isso dizem
as escrituras que o princípio da sabedoria é o temor de Deus.
(Prov.1:7).
Quer com isto dizer que, não temer a Deus, é irracional e próprio
de animal sem entendimento.
Há pessoas que fazem certas coisas porque
lhes sabe bem. Outras ainda porque lhes sabe mal e fazem-no porque essa
sensação de mal-estar hes dá prazer. Ora por esta razão muitos vão à
igreja—para se sentirem bem. Lembro-me duma historia que se passou na
antiga URRS quando os crentes eram perseguidos pelo comunismo. Haviam
sido deportados para uma zona onde havia constantes terramotos. Todos os
presos eram mandados para lá, crentes e não crentes. Como é uma zona
sísmica onde a terra treme com muita frequência, a mão de obra daquela
zona mineira era forçada e constituída pelos presos - principalmente os
crentes. Creio que ser crente era o ‘crime’ mais comum lá nesse campo de
concentração. Para espanto de todos nunca morriam os crentes sempre que
havia um terramoto. Era vulgar morrer muita gente por essa razão, mas
nunca um crente. Todos se apercebiam disso, até mesmo os militares que
guardavam os presos. Certo dia houve um terramoto muito grande onde
morreram muitas pessoas. Como sempre nenhum Crente foi contabilizado
entre os mortos. A noticia logo correu pelo acampamento, e nos próximos
dias, enquanto cheirava a morte, os crentes não tiveram mãos a medir em
trabalho: muitos vinham buscar Deus. Porém, os Crentes aperceberam-se
que, muitos só vinham para não morrerem num dos próximos terramotos. Vir
a Deus era para eles apenas um lugar de refugio. Ora aqui está um bom
exemplo de quem se sente bem e de consciência ‘tranquila’, só porque
‘acredita’ em Deus.
Está claro que as pessoas que muitas vezes
‘buscam’ Deus e vão às igrejas, não o fazem por terem "fome e sede de
Justiça", mas sim porque se sentem bem lá, e de consciência tranquila’.
Transportam para dentro das igrejas esse espírito de perdição, e semeiam
o seu joio entre os crentes. Esse espirito desenvolve-se e os ‘crentes’
vivem no mesmo espírito porque gostam de ver gente nas suas igrejas sem
se questionarem sobre a veracidade dos seus motivos. Nunca vi alguém
dentro duma igreja opor-se a tal espírito. Esta é uma das razões porque
a igreja hoje se encontra no estado em que está, comparando-a com a da
época dos apóstolos.
As pessoas que queiram realmente viver
para Deus, não se podem deixar guiar por sensações de bem-estar, ou de
mal-estar. Porque quem se sente bem ao ouvir a palavra de Deus,
pode estar mais longe da salvação do que quem se sente mal quando
confrontado com a verdade. Sabemos que Deus nos dá um certo entendimento
através da vinda do Consolador às nossas vidas. Muita coisa nos é
esclarecida racionalmente pelo Espírito Santo (no caso de isso ser de
facto uma realidade, e não ser como alguns que precisam de ‘crer’ que
têm o Espírito Santo!!! Nunca li tal coisa na Bíblia!! Só vejo
que, quando o Espírito Santo vem, não é preciso ninguém dizer a ninguém
que Ele chegou! ("À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo
esta Palavra nunca verão a alva"). Ao prezado leitor pergunto: será que
tem mesmo o Espírito Santo consigo? É melhor ver se está bem informado,
porque quando Ele vem não deixa duvidas a ninguém!
Ora, ao vermo-nos à Sua luz vemos o nosso
estado aos olhos de Deus. Deixamos de nos considerar ‘boas’ pessoas e de
repente perdemos todas as ilusões. A esperança foge-nos,
sentimo-nos perdidos; vemo-nos tal qual como somos. De seguida o perdão
traz-nos de novo a ilusão, misturada com a esperança que nos vai
carregar toda vida, a qual nunca pode ser ofuscada por nada deste mundo.
Destas duas coisas só a esperança terá de se manter viva, porque esta
ilusão faz-nos pensar que afinal não somos assim tão mauzinhos.
Esta mentira precisa de ser assassinada
por ela própria para que o Crente tenha virtude tal que a sua
santificação seja simples e concisa. Duma maneira ou doutra, a ilusão
terá de morrer, para podermos agradar a Deus sem restrições. Este
processo é desde o seu início, a salvação. E assim se cumpre o que foi
anunciado pelos anjos, dizendo "paz na terra e boa vontade para com os
homens". E pelos profetas que disseram "e toda a carne verá a salvação
de Deus". Neste caminho Deus revela-nos também os padrões de vida que,
aceitando ou não, são o Pão vindo do Céu, o maná que ‘farta’ as pessoas,
e que os duros de coração não se sentem com vontade de comer do mesmo
alimento ‘enjoativo’ todos os dias. Esses acabarão por cair no deserto a
menos que se arrependam a tempo de evitar a ira de Deus. Sem esses
padrões implementados nos nossos corações, nunca, mas nunca mesmo,
veremos a Quem nos criou. Porque se não desenvolvermos a semente na
Paciência do Espírito, desde o nascer de novo até passar todo o processo
de germinação vindo a ser Fruto, Deus dirá "lançai o servo inútil nas
trevas exteriores"; " e separá-lo-à num dia que não espera e destinará a
sua parte com os hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes". Não
se pense que a inactividade nos vai levar onde queremos chegar. As obras
no Espírito terão necessariamente de aparecer.
Quando as pessoas se salvam, destinam-se a
ver nelas uma obra feita, que de tão real que é, assusta. Essas obras de
que falam os apóstolos e o Senhor, serão executadas duma forma original
e sem grandes alaridos e com grande sensibilidade e ao mesmo tempo,
consciência do que se passa dentro de nós. O Espírito opera em nós de
tal maneira que ninguém fica indiferente a tal demonstração de poder.
Lembro-me de uma história do século passado entre uns mineiros em
Inglaterra. Dentro de um avivamento provocado por um grande homem de
Deus, houve uma conversão geral entre os muitos mineiros que trabalhavam
numa certa mina. O Senhor salvou-os de tal maneira que se surpreenderam
que os burros e as mulas que eles usavam no seu trabalho, não
correspondiam ás suas ordens no dia a seguir à sua conversão. É que
esses animais estavam habituados a que se falasse asperamente com eles,
e naquele dia, os mineiros estavam um tanto ou quanto diferentes do
habitual!
São estas obras que a Bíblia, e quem a
escreveu, atribui a quem se encontrou com Deus. Ninguém fica
indiferente, e por isso o Senhor diz ser impossível esconder uma cidade
edificada sobre um monte; nem uma luz serve para outra coisa, senão para
que se veja o caminho que seguimos; eram trevas e agora são luz. Estas
obras, digo, são inimitáveis. Estas são fruto do Espírito Santo e
ninguém pense que escapará delas. Pedindo salvação, estamos a pedir que
isto nos ocorra, não nos esqueçamos. Senhor pastor (pregador) faça as
pessoas ver o que significa serem salvos; de que estão a ser salvos e ao
que se vão sujeitar, para que não hajam duvidas no futuro de quem
aceita... Cristo e a Sua vida.
Não é que seja de primordial importância
dizê-lo, mas ajuda muito. Evitará que voltem ao caminho religioso que
conheciam, ou só ouviam até aí, porque, mais tarde confundirão a verdade
com a mentira com a agravante de não entenderem o que se passou dentro
deles. E este é o maior drama de sempre para quem não entende e não sabe
que essas coisas podem ser directamente ensinadas pelo Espírito Santo
se se mantiverem longe do pecado e fieis a Deus e ao que ouviram até
aí. Lembremo-nos que alguém que vem a Deus vai ter a tendência de seguir
Deus da maneira que pensa ser a melhor, e essa será a única que conhece,
porque outra ainda não teve tempo de aprender.
Na luz de Deus, a salvação de Deus estará
sempre eminente, e devemos ter em conta o sinal de Jonas, porque sem ele
nunca nos vamos decidir viver para Deus. Esperando outro sinal que nunca
virá, não nos vai fazer arrancar para uma vida diferente e desconhecida
e, mais ainda, oposta àquela que conhecemos até aqui. Ao iluminar-nos (e
as pessoas só falam em iluminação em termos de inspiração e nunca em
termos de convicção de pecado), o Senhor dá-nos uma saída airosa da
nossa arrogância (por isso está escrito que Ele ignorou os tempos da
ignorância). A Sua luz dá-nos a possibilidadenão só de nos vermos a nós
próprios tal como somos e à luz de Deus, mas também de nos limparmos e
de nos salvarmos ‘desta geração perversa’. O Caminho é-nos aberto por
uma poderosa mão, e o mal de muito boa gente é pensar que esta é a única
finalidade da luz: os ‘pobres pecadores’ ‘verem’ que são pecadores
afinal! Que erro mais crasso!!! A finalidade da Luz nesta situação, é
começar a ver o longo e belo caminho que nos é inteiramente estranho, e
dia a dia , passo a passo, avançarmos mediante a luz que temos, porque
mais do que isso não nos é pedido. Teremos de responder pela luz que
temos. Por isso não nos impacientemos com a que ainda não temos. Se
formos fieis no pouco, ser-nos-à dado do muito que o Senhor ainda tem
para dar. Bem-aventurados os que assim ensinam aos homens.
É Sua vontade que tenhamos essa vida, que
é a luz dos homens, e esta em abundância. Quanto mais abundante, melhor.
Porque o nosso Criador só está à espera que nos tornemos iguais à Sua
imagem para dar um fim a este mundo, como diz Paulo, "...estando pronto
para vingar toda a desobediência quando for cumprida a vossa obediência"
à verdade e à Sua Luz. É preciso, por isso, ver se a luz que em nós há,
não sejam trevas. Temos por isso a responsabilidade acrescida de fazer
crescer a semente em nós e irmos progredindo até a Luz Consumada, com a
que nos vai sendo dada dia a dia, como indicador do caminho que devemos
seguir com toda a paciência e esforço, até que em nós a luz que há, seja
repleta e completa; senão a luz não deixará de ser apenas trevas. Como
está escrito em 2Cor.3:18:
"...somos transformados de glória em glória,
na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor".
Ao iluminarmos o nosso ser, habilitamo-nos
a uma outra luz que é a salvação do pecado. Como aquele grande homem de
Deus, Daniel, que sendo "mui amado" buscava o Senhor com "rogos,
jejum, saco e cinza", até que se fez luz para aquilo que buscava, embora
não só, nem totalmente só, sobre as razões que o levaram a desistir de
comer para poder encontrar a Deus. Encontrou mais do que aquilo que
buscava. E é assim que acontece connosco quando vemos luz, mas não muita
- é apenas o suficiente para podermos buscar mais. Como é muito mais do
que aquilo que esperamos, o Senhor não nos dá toda de uma só vez, para
que criemos armazém para o muito que ainda tem para nos dar. É-nos dado
o que não esperamos. E como não sabemos bem o que pedimos, a fome que
possamos passar de quando em quando, aumenta a nossa capacidade de
entendimento para o que ainda está para vir, que não é tão pouco quanto
isso. Mesmo pedindo salvação, não é aquela que esperamos, mas sim aquela a que
nos habilitamos. Como está escrito "...nunca ninguém viu o que o
Senhor tem guardado para nós...". Como não sabemos bem onde nos vamos
meter e por que caminhos vamos andar, tenhamos em mente que depois de
decidirmos não haverá retorno possível. É bom, pois, que calculemos o
preço que teremos necessariamente de pagar por esta salvação.
As pessoas todas querem ser salvas, até
chegarem a perceber de quê. Quando se apercebem que a salvação vem-lhes
tirar tudo aquilo que mais gostam - pecado, egoísmo e lamurias, aí todos
começam a arranjar desculpas para não participarem do banquete - uns por
causa da família, outros porque lhes falta dinheiro, outros falta-lhes
coragem, e outras coisas mais. E isto sabendo Quem os convidou: o
Chefe Supremo do Universo. E tudo não passam de desculpas para não se
livrarem do pecado que têm.Outros ainda aceitam salvação mas só se for
como a que desejariam. Por isso esforçam-se muito para esconder donde
vêm para não parecer que são impuros e impróprios para uso na igreja.
Devemos ter redobrados cuidados com quem se esforça dessa maneira, por
vezes com alguma violência até. Aos pastores caberá reconhecer o que
fazer (e não só o que dizer, porque muitos só gostam de falar e de nada
fazer!!) em cada situação especifica. Aqui entram os dons com os quais o
Espírito nos pode dotar: serão para edificação da igreja e para,
profeticamente, desmascarar todas as obras do diabo e, também para ver o
que Deus poderá ter a dizer em cada especificidade de situação. Os dons
serão duma importância absoluta e vital nestes tempos que correm hoje.
Serão precisos, também pessoas de grande capacidade, sofredores e com
coragem para dizer aos melhores amigos ‘afasta-te de mim
satanás!’; isto se for preciso, terá necessariamente de ser feito.
Há um tipo novo de pessoas que pertencem
ao mesmo molho daqueles que não aceitam a verdade tal como ela é, e por
isso tentam adaptá-la ás suas próprias exigências e não são assim
tão recentes como isso: as que ‘inventam’, ou aceitam o fácil e
inventado como norma, e como doutrinas que lhes "dão comichão nos
ouvidos" e que lhes são mais ‘democráticas’, na linguagem desta geração
actual. Estes preferem acreditar que estão salvos (e fazem outros
acreditarem que também o estão porque o molho e a unidade dão-lhes uma
certa falsa segurança), para não terem de se livrar da sua imundície. A
única tolerância que devemos ter para com o pecado nunca é
permissividade, mas oportunidade de reparar o mal, destrui-lo e
destruindo-o sempre que se nos passar em frente, tal caçador que não
desperdiça uma única oportunidade de matar um coelho que se atreva a
passar por debaixo das pernas.
A todos os pastores de igrejas por esse
mundo fora, vai a minha ultima palavra: temos a responsabilidade de
buscar apenas a simples Verdade sobre o que é a real salvação. Não temam
as represálias de quem de vós se orgulha pelos vossos lindos sermões.
Temam antes Aquele que é capaz de ver tudo e ofereceu-Se para poder
julgar o mundo. Tal como a Verdade não estava nos Israelitas, mas sim em
Deus, também não estará na sua doutrina mas sim em Cristo, e Este
ressuscitado dentro de si, isto é, se de facto lhe deu uma vida nova e
se não se agarrou a uma religiosa. Veja se de facto ressuscitou o
Príncipe da paz em si. Pode dar-se o caso de estar a pregar que Ele já
ressuscitou porque ouviu dizer que assim aconteceu - e é verdade - e não
porque já O tenha visto ressuscitado dentro de si.
CAPITULO 6
APASCENTANDO O SEU REBANHO
"APASCENTAI O REBANHO DE DEUS... TENDO CUIDADO DELE, NÃO POR FORÇA, MAS
VOLUNTÁRIAMENTE;NEM POR TORPE GANACIA, MAS DE ANIMO PRONTO; NEM COMO
TENDO DOMÍNIO SOBRE A HERANÇA DE DEUS, MAS SERVINDO DE EXEMPLO AO
REBANHO...", 1 PED.5:2,3.
É um pouco difícil, mas a ultima palavra
terei de dirigir aos ditos pastores de quem é, ou deveria ser, o rebanho
de Deus.
A palavra do Senhor é bem clara quanto à
responsabilidade que vos toca. Em primeiríssimo lugar tereis uma grande
responsabilidade quanto à vida que viveis. O vosso rebanho é um
real reflexo daquilo que vós próprios têm na vossa vida, como produto da
fé que têm, ou não têm. Nunca podereis pedir de pessoas que têm muito
menos conhecimentos do que quem prega, para viver a vida que vós
próprios não vivem. O grande problema é que aquilo que vive, não sendo
real e manifestando-se apenas a nível do conhecimento, transforma-se em
pedra de tropeço para as vossas igrejas. Não que se veja o rebanho a
tropeçar por aí nas doutrinas que não lhes são familiares, mas sim que
se apegam àquilo que lhes ensinam por teimosia e não por convicção e
realidade puramente espiritual. O maior erro da igreja actual desde o
inicio foi não tomarem Deus como um real Ser vivente e isto
dentro e fora do Seu rebanho. Tomam-No como algo em que têm de
acreditar, anulando por completo o real poder de transformação do poder
de Deus e da fé que deveria ser uma vivência e não uma doutrina.
Por causa da vossa própria incredulidade e
falta de realidade Espiritual, o vosso rebanho só come daquilo que
encontra no meio da pouca realidade que encontra nas vossas palavras.
Não tenha duvidas que o seu rebanho só vive aquilo que você tem como
vivência, e não aquilo que diz ter. Agora, se o vosso poder for real,
será mais fácil apascentar o rebanho de Deus, porque, com poucos
conhecimentos mas com Deus verdadeiramente dentro de si, ouvirão a Sua
voz e descansarão eventualmente em pastos verdejantes de vida. As suas
vidas transformar-se-ão dia a dia sem grandes alaridos e com grande
convicção.
Se, no entanto lhes pregarem a verdade,
(espero sinceramente que seja mesmo a Verdade que prega e não a sua
própria doutrina!!) e ao mesmo tempo terem um exemplo vivo à sua
frente, seguirão o exemplo, e as palavras em vez de calcinar a teimosia
religiosa, trarão vida e esta em abundância. As palavras que ouvem
deverão apenas ser uma confirmação daquilo que se passa dentro de quem O
ouve. Não nos esqueçamos que o Senhor disse que as suas palavras seriam
vida e esta da mais pura e refinada que há.
Tenhamos em linha de conta que o rebanho
só terá a vida que lhes é apresentada. Não mais nem menos. Agora,
actualmente, os pastores e os responsáveis religiosos tentam transformar
o rebanho a nível do conhecimento das Escrituras, e como a mente das
pessoas tendencialmente só se podem comportar conforme aquilo que ouvem,
não tendo qualquer exemplo vivo para assimilar a verdade, recebem uma
aparência de fé e de vida que não é nem nunca lhes vai ser real.
Se, porém lhes for apresentada vida e esta
em forma de Palavra, claro que aceitarão a vida, e a palavra ser-lhes-à
a preciosa ajuda que necessitam para se manter fieis ao tesouro que
acabaram de encontrar. A real diferença, será a nível de
comportamento e de obediência. Quem obedece à luz com o poder que lhes é
administrado e dado, é bastante diferente de quem tenta obedecer aquilo
que ouve, com forças próprias. Mais tarde ou mais cedo, a religiosidade
será o caminho que lhes servirá de luz. Será caso para dizer que quem
vive para Deus terá luz e vida, sendo necessário ensinar-lhes apenas
obediência à luz que têm. Aos outros é-lhes ensinado a teoria das
escrituras e para uns é interessante, para outros não. Por essa razão
não sabem que lhes faltará a vida eterna dentro. E se não a têm dentro e
agora, como é que a terão depois? Como se habituarão a ela aqui e agora
para depois poderem estar preparados para receber de Deus o muito que
ainda lhes falta receber, e que não assim tão pouco como isso?
Não poderá pensar que só porque é pastor
de igreja não precisará de se arrepender do que faz e não faz.
Buscando a Própria Vida na sua vertente
mais real, obrigá-lo-à a abdicar de todo e qualquer pecado e revelará a
mais pura obediência à verdade que por sua vez servirá de exemplo a
seguir, e que sem duvida será abençoado por Deus. Como o Senhor não se
compadece de qualquer lamuria ou pecado por não termos razão para isso,
seremos compelidos a ter uma vivência de verdade em nós que de tão
natural que é, se assemelhará ao ouro que o Senhor fala em Ap.3:18, não
esquecendo as roupas brancas com que nos vestiremos aquando da pregação
do evangelho.
Ao arrepender-se tenha em conta que se
está a arrepender para depois poder comprar do precioso Ouro que foi
conquistado na Cruz, e não para se sentir seguro na sua antiga doutrina
e vida. Esse ouro é que será responsável pelo crescimento da igreja e
não as suas lamúrias pelo seu não crescimento. Veja se o que tem é real,
e depois espere que Deus se ponha de vigia à porta do rebanho que lhe
está entregue para ser cuidado, tratado e nutrido com a pura seda do
Evangelho.
É preferível abdicar da sua doutrina e
reconquistar Deus para dentro da sua congregação, do que viver toda a
vida uma mentira que nada de benéfico lhe trará, nem a si nem a quem o
ouve e não ouve, continuando mesmo assim a assistir ao culto da igreja
que frequenta como calmante de ultimo recurso, ‘não vá ser verdade o que
ouvem!’.
Considero bastante melhor o que muitos
pastores fazem, isto os que ainda têm uma réstia de verdade nas suas
congregações: ‘abdicam’ das suas verdades, confiando que se algo de
verdade têm, Deus lhes levará de volta ao bom de doutrina que tinham,
depois de encontrarem a realidade do Seu poder de conversão ilimitado.
Se por acaso confessarem os seus pecados a Deus, com ou sem alguém, e os
públicos a Deus e a quem de direito, será praticamente impossível
entrarem por algum caminho erróneo. Deus nunca se afastará de alguém que
se exponha à Sua luz, disso tenho eu a certeza.
Há algo que nunca, mas nunca mesmo, se
poderão esquecer. Deus não abdicará nunca que a vida dum pastor Seu
esteja sempre e totalmente exposta à Sua luz, nem esse pastor deveria
desejar qualquer coisa inferior a isso. A candeia terá de estar sempre
em exposição constante.
O medo de errar ou de estar exposto,
não deverá constituir ameaça à sua fé, já que só lhe trará benefícios,
em meu entender. Por um lado constitui um desafio à sua própria fé,
‘desafiando’ Deus a manifestar-se e a ser real nos crentes da sua
igreja, para não falar na sua própria vida. Não constituindo uma ameaça
à verdade, não o será também para o rebanho. Tenha em conta que o que
estará exposto para os crentes verem e o que Deus permitirá que vejam,
será a sua identidade de verdade e de sinceridade, e não aquilo que
expõe e confessa. Essa naturalidade não fingida de verdade em si será o
que está exposto a quem o ouve, mais do que aquilo que ouvem - isto é,
se quer que Deus realmente use a sua vida como chama que incendeie a
palha que abunda nos corações de quem esteja exposto a si, neste caso.
Isso será o que vão aprender, não só o que ouvem, mas também o que vêm.
A autoridade que advém daquilo que diz, está revestida de verdade e
nenhuma ameaça subsistirá contra essa Muralha e essa aureola que o
protegem de qualquer engano por forte que seja, isto se souber esperar
que seja o Senhor a expor todo e qualquer mal. Essa dependência do
Senhor e do Seu Espírito é que passará cá para fora e que servirá de
rumo a seguir por quem o ouve.
É muito importante superar as suas
infantilidades e superabundar no poder de Quem prometeu viria a quem O
esperasse incessantemente. Esse poder, porém, só será confiado se o
próprio limpar a eira onde o trigo do Senhor será separado do joio antes
do dia do Juízo. Não confundamos as coisas: o poder de Deus é em si o
próprio fogo, e este tanto se manifesta agora, como se manifestará
depois do fim do mundo para si ou para todos. Este fogo é e será vivo e
real para quem nele queira viver. Quem nele não viva terá ainda menos
luz e mais penumbra ao ser lançado nas trevas exteriores. Será uma morte
eterna sem nunca se chegar ao estado de morto. Convenhamos que estar
sempre a morrer sem nunca de facto morrermos, é um estado deveras
agonizante e não importa para si nem para Deus se crê nisso ou não - o
pior é que é verdade e se não a ver agora vê-la-á depois, mais cedo ou
mais tarde. Só o poder de Deus o livrará do pecado que o destinará ao
tal estado de desespero, seja o meu leitor crente, descrente grande ou
pequeno. Os servos inúteis também lá irão parar juntamente com os
hipócritas e os outros que só se vêm a si mesmos sem Deus e sem a sombra
da Sua verdade, isso foi o que o Senhor nos garantiu nalgumas parábolas
sobre servos que faziam da Sua propriedade o que bem entendiam.
"...QUEM TEM OUVIDOS QUE OIÇA..." aquilo
que se diz ás igrejas por esse mundo fora. Amém.
José Mateus
Portugal